C A R O L
Acordei com alguns ruídos vindos de outra divisão do apartamento.
Levantei-me da cama e fui até à sala. O moreno já não se encontrava no sofá então fui ver se ele estava na cozinha.
Observei-o a, tentar, cozinhar o pequeno-almoço.
- Bom dia. - pronunciei-me e o jogador saltou de susto.
- Bom dia Carol, estou a fazer o pequeno-almoço. - disse voltando a sua atenção para o que estava antes a fazer.
- E não te dói a cabeça? - fiz troça do João e este ignorou a minha pergunta.
Sentei-me na cadeira e continuei a observá-lo.
A única coisa em que conseguia pensar era como tanto estávamos bem, como mal.
- Carolina. - evocou o meu nome - Eu sei que ontem fui um estúpido, mas eu... - interrompi-o.
- Mas tu nada João. Ultimamente, a única coisa que sabemos fazer é discutir. E eu não quero que isto seja assim. - suspirei e o moreno aproximou-se de mim.
- Eu sei Carol, e eu também não quero que isto seja assim. Um pedido de desculpas não te faz esquecer mas, por favor, desculpa-me. Eu prometo que não volto a fazer o que fiz. - abraçou-me e não o consegui afastar.
Por muito que ele me magoasse, eu não o conseguia afastar de mim. Ele fazia-me bem, mesmo com todos os seus defeitos.
- Eu amo-te Carol, não imagino uma vida sem ti ao meu lado. - proferiu e beijou a minha testa.
- O meu problema é mesmo esse, eu não consigo imaginar uma vida sem ti e nem quero. - esbocei um pequeno sorriso.
- Então isso quer dizer que me perdoas? - pergunta esboçando ele também um sorriso nos seus bonitos traços faciais.
- Sim.
Abraçou-me ainda mais e beijou os meus lábios.
As horas avançaram e o relógio já marcava as dez e cinco da noite.
Combinei encontrar-me num café com alguns amigos que fiz na faculdade e estava agora a sair do quarto.
- Não percebo porque é que não ficas aqui comigo. - João diz assim que entro na sala para me despedir do jovem.
- Assim ficamos em pé de igualdade. - pisquei-lhe o olho e deixei um curto beijo nos seus lábios. - Vais ficar por aqui?
- Sim, quero ver as tuas figurinhas ao entrar por aquela porta.
- Não te preocupes, eu não me chamo João Félix. - sorri-lhe e fui até à porta da minha casa. - Até logo. - disse e saí de casa.
Assim que cheguei ao café combinado, sentei-me na mesa onde já me esperavam todos.
Fizemos os nossos pedidos e ficámos a conversar.
Eles sabiam o que tinha acontecido na noite passada e falámos sobre esse assunto.
- Carolina, podes vir comigo pedir mais umas cervejas? - Ricardo proferiu.
- Porque não chamas o empregado?
- Anda lá, vem comigo.
Acabei por me levantar e fui com ele até ao balcão do café.
- Carolina, eu preciso de te dizer uma coisa.
- Sim. - encorajei-o a prosseguir.
- Eu não entendo o que vês naquele idiota do João Félix, acho que te devias afastar dele. Mas pronto, gostos são gostos e não se discutem. No entanto, eu necessito de te dizer como me sinto. Eu gosto imenso de ti e acho que eu conseguia fazer-te muito mais feliz que o outro.
- Tu só podes estar maluco. Eu gosto do João e ele faz-me feliz, não és tu que me vais dizer o contrário. E aqui ninguém tem culpa que gostes de mim, mas por amor de deus, não me venhas dizer que conseguias fazer-me mais feliz que o meu namorado. Agora, com licença, eu tenho que ir.
Voltei à mesa onde os outros estavam sem dar hipótese a Ricardo de refutar.
- Bem, maltinha eu tenho de ir. Vemo-nos amanhã. - atirei um beijo para o ar e saí daquele estabelecimento.
Quando cheguei à minha casa, retirei as chaves da carteira e entrei em casa.
As luzes da sala ainda estavam ligadas. Dirigi-me ao sofá e estava Félix deitado.
- Então já estás em casa? Ah pois, não aguentas até muito tarde não é? - fez troça.
- Oh moço, cala-te. E não é nada disso, eu vim-me embora por causa do Ricardo. - sentei-me ao seu lado e acabei por contar.
- Quem, aquele que tem cara de golfinho? - o atleta disse e não evitei rir. Já tinha falado várias vezes com o João sobre Ricardo e ele disse que o rapaz tinha cara de golfinho.
- Sim, esse mesmo.
- E o que é que ele queria?
- Ele disse que me devia afastar de ti, que gosta de mim e que ele me conseguia fazer muito mais feliz. Tu achas isto normal? - desabafo com o número setenta e nove da equipa vermelha.
- E tu toda contente com isso não é?
- O quê João? Eu não gosto dele, eu gosto de ti.
- Às vezes parece que gostas mais dele do que de mim. Só falas nele. Passas a vida com ele. Não sei, diz-me tu. Achas que eu não penso que gostas dele?
- Poupa-me, eu gosto de ti. E sim eu falo nele, mas só o faço porque ele faz parte do meu dia a dia. E porquê que ele faz parte do meu dia a dia? Porque estudamos juntos. Penso que seja normal. Mas já vi que não temos a mesma opinião. Eu vou-me deitar, estou cansada. - levantei-me sem dizer mais nada ao moreno e sem me despedir dele mas ele puxa-me levemente pelo braço.
- Carol não fiques assim, eu só não gosto que se atirem à minha miúda.
- Por favor, deixa-me ir dormir.
O moreno soltou o meu braço e fui até ao meu quarto.
Vesti o pijama, fui à casa de banho e quando voltei, João não estava lá então presumi que ele fosse dormir na sala, mais uma vez.
Estava a ficar farta do rumo que a nossa relação está a tomar. Discutimos, resolvemos as coisas e estamos bem. Quando estamos bem, tudo se volta a repetir.
Isto não é saudável para nenhum de nós.
Eu amo muito o João, mas às vezes, amar também é deixar partir.
ESTÁ A LER
NÓS DOIS ; joão félix
FanfictionTERMINADA • ❝Olha só pra nós os dois, ora estamos bem mas depois...começam as discussões❞ ➫ segunda temporada da história "amigos virtuais" ✓ ritaxsilva, 2019