#1 - Capítulo 7 💔

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Então a maçaneta girou e a porta se abriu. Merda! Eu havia me esquecido de trancar a maldita.

Carlos entrou e eu estava plantada, no meio da sala, como uma estátua. Irritada, nervosa e angustiada, abracei meu próprio corpo e fiquei esperando. Já que não tinha como evitar aquilo, que pelo menos acabasse logo de uma vez. Eu escutaria o que ele queria tanto dizer e depois cada um seguiria a sua vida.

Ele retirou os óculos e parou de frente para mim, olhando-me com aqueles olhos verde acinzentados. Um olhar de como quem procura algo, um olhar preocupado e tão angustiado quanto o meu.

Ergui o queixo e o encarei.

— Muito bem... Você quer falar, Carlos? Então desembucha logo tudo e some daqui!

— Lena... me desculpe.

Meu sangue quase ferveu nas minha veias. Desviei meu olhar, eu queria matá-lo, mas só travei minha mandíbula. Permaneci em silêncio, e ele continuou.

— Eu não imaginava que a Sue ia voltar assim.

"Sue"... Então era assim que ele a chamava.

— Eu fiquei aborrecido quando ela apareceu lá no escritório, mas ela me convenceu a jantar com ela. Pediu para conversarmos... — Carlos olhou para o chão. — Ela... me implorou por uma nova chance... Me pediu perdão, disse que tinha errado, que tinha feito uma má escolha...

— Disse é? E cadê o outro cara? O que ela ficou depois que te deixou? — eu tinha tanta raiva na voz que ela saiu sibilante.

— Ele a traiu e depois a dispensou.

— Ah... entendi. Aí ela veio correndo para os seus braços e você a aceitou de volta como um cordeirinho! — Minhas mãos estavam tão crispadas que minhas unhas quase perfuravam minha palma.

Ele suspirou.

— Eu... fiquei em dúvida sobre o que ainda sentia por ela... Lena, por favor, entenda... Entre namoro e noivado eu e Sue ficamos juntos por sete anos. Nós temos uma história...

— Já entendi, Carlos! Já entendi! — quase gritei. — Agora que já me contou, pode se retirar, por gentileza? Eu não quero mais ouvir a sua voz, eu não quero mais ver você. Por favor... — Lágrimas grossas voltaram a descer pela minha face. — Vai embora, me esqueça, me deixe em paz...

Dei alguns passos para trás, até encostar no sofá e me sentei, curvando-me para frente. Escondi o rosto entre minhas mãos e esperei escutar a porta se abrindo. Mas Carlos não foi embora, ele se aproximou e se sentou ao meu lado.

Senti a mão dele nos meus cabelos e, em seguida, deslizando-a pelas minhas costas. Me retrai com aquele toque e me afastei.

— Não toque em mim! Não quero! Não quero que me toque nunca mais, Carlos! — Levantei meus olhos úmidos para ele e vi sua face se contrair.

— Eu não terminei, Lena...

Ergui os meus ombros, me sentando ereta, e enxuguei as minhas lágrimas. Ele ainda queria me torturar mais?

— Carlos... Você não entende, não é? — Respirei fundo, soluçando sem querer. — Eu sei que estivemos por pouco tempo juntos, eu sei o que aconteceu entre nós foi passageiro, que não foi um namoro, foi só um caso, mas eu... acabei me apaixonando por você... — Olhei para minhas mãos sobre o colo. — Não era para ser assim, mas aconteceu, e agora eu estou sentindo muita dor... Então, por favor, eu te peço mais uma vez, vai embora, pare de me torturar com suas palavras...

Mais lágrimas caíram e eu as enxuguei

— Eu não quero te torturar com minhas palavras, Lena... — Seus olhos marejaram também. — Eu não queria te causar essa dor... Me desculpe... de verdade.., mas eu preciso que me ouça.

Vizinhos:  contos eróticos - DEGUSTAÇÃO Where stories live. Discover now