Meu vizinho se chama Vlad

Feitos de aço.

Sophie bufou.

- Ela?- Rufus pergunta como se fosse uma piada.

- Sim.

- Ok...- ele se aproxima dele com a mão no queixo.- E porque ela?

Nicholas abre a boca para falar.

- Ela consegue invocar as raízes negras.- interrompe Dion.

Então esse era o nome da minha maldição.

- Isso é impossível.

- É verdade.- reforça Nick.- Ela mesmo as invocou no Conde quando ele tentou matá-la.

Ele ficou incrédulo.

- Como sabe disso?

- Eu estava lá.

Eu comecei a ficar nervosa.

- Se ela consegue mesmo, então que ela nos mostre.- diz Rufus.

- Não irei.- bato o pé.

- Mostre a eles.

- Eu não...- tento ficar calma.- Eu nem sei como invocar o que quer que seja isso.

- Estamos perdendo o nosso tempo.- resmunga Rufus impaciente.

- Esse plano já está bom.- digo.- Não precisam de mim.

- Com certeza não.- concorda Sophie.- Vocês tem a mim. Então me usem.

- E o que você tem de útil mesmo?- Nicholas cruza os braços.

- Já viu como a minha mãe fica depois da transformação?

- Ela vira um grande lobo branco.- responde sem entender a finalidade da pergunta.

- E você já viu o que ela consegue fazer nessa forma?

Ele abre a boca para falar, mas desiste.

- Ela consegue manter a presa hipnotizada por alguns segundos, é tipo uma paralisia. Isso acontece através da mordida.- explica Dion.- É um veneno nas presas.

- Eu consigo fazer a mesma coisa.- diz Sophie.

- Nunca vi algo parecido.- admite Nicholas.

- É hereditário. O lobisomem que transformou Lorelai provavelmente tinha a mesma habilidade.

Era estranho a forma como ela se referia a mãe. Como se fosse apenas uma conhecida.

- Eu sou bem útil.- diz com um sorriso curto.

***

Estávamos marchando cuidadosamente e em sigilo pela floresta em direção ao solar Drácula. Havíamos concordado com o plano de Rufus, apenas acrescentamos pequenos detalhes para poder dar certo.

Nicholas estava liderando o segundo grupo, enquanto Sophie liderava o quinto. O nosso, que ficará aqui na floresta.

Paramos em uma distância suficientemente perto do solar e decidimos esperar por um sinal que, se algo de errado acontecer, nós iremos entrar.

- Raízes negras?- Sophie surge ao meu lado com um binóculos.- Essa foi boa.

- O que você quer?

Ela dá de ombros.

- Eu só estou puxando assunto.

- É sério?

- Gosto de um bom papo antes de cabeças voarem.- diz rindo.

- Você tem um parafuso a menos.- passo a mão pela testa.

- Sabia que quando eu tinha nove anos, eu estava brincando no campo, aquele da mansão destruída da Lorelai...- ela manda um sorriso.- Eu estava correndo muito rápido e acabei escorregando na lama perto de um riacho. Levantei com um prego enfiado pela metade na parte traseira da minha cabeça.