Capítulo 7

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*P.O.V. Alessa*

 

Para dormir é impossível. Apesar de estar deitada no colchão, não consigo mesmo descansar.

Estou fria, com fome, sinto-me mal e suja e cheiro provavelmente dessa mesma maneira.

E as algemas cortam-me a pele.

De qualquer dos casos, ele não é melindroso comigo.

Sempre que fecho os olhos, o medo regressa aos meus membros, paralisando cada parte do meu corpo.

Também as inúmeras questões torturam-me continuamente. Quem é o Harry?

Sinto-me mal, o que piora com todos os segundos que passo nesta cave.

Também me pergunto como é que as pessoas à minha volta iriam reagir ao meu desaparecimento.

Ou talvez à minha morte. Quem sabe?

Mas, o mínimo, é que eu não consigo tirar o Harry da cabeça. Quando penso nisto, uma coisa é certa, pelo resto da minha vida irei manter este angustiante momento na memória. Nunca irei esquecer a sua cara. Quer isto seja bom ou mau… eu não sei.

 

*P.O.V. Harry*

EU.SÓ.NÃO.SEI.O.QUE.FAZER.COM.ELA.

Irritadamente, bato com o punho na parede e fecho os olhos. Isto é demais.

Quero dizer, o que devo fazer? Está uma rapariga muito querida lá em baixo, sentada na minha cave e está provavelmente assustada como o inferno. E está a chorar. Odeio quando alguém está a chorar. Especialmente quando eu sou a razão das suas lágrimas.

Não me interpretes mal. Por um lado, eu amo ver humanos em dor quando os como. Mas quando alguém está a chorar enquanto eu não o mato… é diferente.

E põe-me maluco não saber porquê que não consigo matar esta rapariga maldita. Não a posso manter na minha casa, não a posso comer.

Agora, o quê que devo fazer? Apenas matá-la sem provar o seu sangue e a sua carne?

Provavelmente essa é a melhor maneira de sair deste problema.

Sim, acho que vou fazer isso. É a única saída para esta confusão que eu fiz.

Agora, só tenho de decidir como é que a irei matar exatamente e quando.

Agora? Amanhã? Daqui a uma semana?

Merda! Porquê que é tão difícil matá-la? Porquê que não posso simplesmente voltar a transformar-me no monstro que sou?

O que se passa comigo? Porquê que eu me importo sequer com como ou quando a matar?

Isso é tão supérfluo.

Sento-me no sofá, na sala de estar, e agarro numa almofada.

Bato com a almofada em cheio na minha cara e começo a gritar como um idiota.

Esta é merda é complicada demais. Eu não quero isto.

Preciso de me livrar dela.

Agarro no colar que lhe tirei quando ela estava a dormir e olho para e.

É muito bonito e parece ter muito valor. Os meus dedos deslizam pelos diamantes brancos e pela gravura que lá está.

Alessa.

Mas que nome tão lindo para uma rapariga tão linda.

*P.O.V. Alessa*

Então, agora estou aqui sentada, nesta cave escura e suja e nem sequer sei que dia é ou que horas são.

É de manhã? De tarde? Ou de noite? Eu não sei e o sentimento de não saber nada é simplesmente terrível.

Na última vez que o Harry esteve aqui, eu sentei-me na cama, inclinando as costas contra a parede dura, o que não foi muito bom para elas, mas a cama não é muito melhor.

Talvez ainda seja pior.

Mas pelo menos, nesta posição não posso cair de exaustão, e em tal situação, não é muito relevante de a parede é confortável ou não.

Tal como ele disse ontem, que ninguém me iria ouvir quando eu tentasse gritar por ajuda, eu acreditei nele. Eu devia salvar energia e não a consumir desnecessariamente.

Então, eu não o tentei fazer.

Ainda estou sentada neste colchão muito duro.

A minha cabeça está a zumbir com milhares de pensamentos, como por exemplo, quantas vítimas de rapto foram mantidas aqui.

Quantas temeram a sua vida. O melhor é nem pensar se alguém sobreviveu a isso.

Se alguém sobreviveu a este sombrio e sádico homem.

Com as algemas que estão muito apertadas, estar sentado nesta posição é bastante desconfortável, mas sinto-me um pouco mais confortável com as minhas costas na parede.

Mesmo que seja só um bocado.

O Harry ainda não disse uma palavra desde que veio para o meio da cave, o que não faz tudo isto ainda mais agradável.

Sem uma palavra, ele põe a garrafa de água junto a mim, numa espécie de prateleira, e eu tenho de me levantar para lá chegar. Isto não é fácil, mas não é impossível.

Uma vez, depois de ele ter deixado a cave à algumas horas, eu tentei.

Contudo, não tenho as minhas mãos para ajudar, o que o faz ainda mais difícil.

Mas tenho de viver com complicações na minha corrente situação. Sim… é uma merda.

“Como estás hoje, Lessi?” O Harry perguntou num estranho tom bem-humorado que eu nunca tinha ouvido vindo de si. E desde quando é que damos apelidos um ao outro?

Claro, é simpático mas completamente inapropriado nesta situação! Ele raptou-me, isso não é simpático.

“Desculpa pela rudeza, mas poderias parar de me chamar assim?” eu quero saber, não muito divertida com o apelido que ele me deu, ao que ele sorriu tristemente.

Alessa é, afinal de contas, um nome generalizado. Ou ele tem apelidos para cada uma das suas vítimas?

Sejam quais forem as suas razões, isto é mais do que apenas desagradável.

Sim… O que seja.

Esta Fic não é minha, eu apenas a traduzo. Todos os créditos vão para @MindFxckedBambi.

(Ao lado está uma foto da Alessa)

Cannibal {h.s.} PTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora