— Não foi mais gostoso assim? — ele indagou, olhando-me nos olhos.
Quê?
— O quê? — Franzi o cenho.
Jimin deu uma risadinha, voltando a comer o algodão doce no mesmo ritmo de antes. Suas bochechas ainda estavam rosas...
— O algodão doce. Não foi mais legal deixar derreter devagarzinho? — murmurou, colocando mais do docinho na boca.
Eu pensei por um segundo, movendo minha língua. Hmm...
— Não — eu respondi, honestamente. Jimin riu, pressionando os olhinhos. — Morder é bem mais legal.
Jimin fez uma careta e, surpreendentemente, me mostrou a língua, como se estivesse emburrado com a minha resposta. Isso me fez rir de verdade, e ele acabou rindo também, até porque não estava emburrado de verdade... mas foi tão engraçado.
No fim, ele nem se importou com aquela cena. Eu respirei fundo e tentei esquecê-la naquele momento também, mas sabia que tudo voltaria à tona hoje de noite.
Puxa. Nós ficamos rindo por um tempo, até Jimin puxar outro assunto, aleatoriamente:
— É engraçado olhar pra eles e perceber que somos diferentes... afinal estamos sentados na pracinha comendo algodão doce — Jimin disse, de repente, fitando um ponto fixo. Virei o rosto. — Você acha vamos fazer coisas assim algum dia? — perguntou, apontando com a cabeça para o outro lado da praça.
Na verdade, eu demorei um pouco para entender. Até que vi que, do lado de fora da praça, tinha alguns adolescentes encostados na grade. Fumando e bebendo.
— Hummm — eu murmurei, meio pensativo. — Talvez...? Eu espero que não.
— Hm... — Ele parecia pensativo. Eu o fitei, rindo um pouco.
— Você acha impossível? — perguntei, atento às suas expressões.
— Não, mas... é um pouco curioso. Talvez eu faça se eu achar divertido, não dá pra saber — disse ele, vagamente. — Eu nunca tive contato com isso, sabe, experimentando. Mas são duas coisas tão fedorentas, meio nojentas... é um pouco engraçado pensar que eu posso curtir de alguma forma. — Ele coçou os cabelos ruivos com a mão limpa. — Não é super estranho? Teve uma época da minha vida em que eu só sabia falar que era ruim, mas depois comecei a pensar... por que as pessoas fazem isso? Aí cheguei na conclusão de que deve ser legal, de certa forma. Mas ainda acho meio errado, mas, fazer o quê? É meio confuso...
Eu sorri, concordando, porque é exatamente assim que as coisas acontecem.
— É muito confuso mesmo... mas se te conforta, é mesmo nojento — eu disse, me lembrando de algumas coisas. — A cerveja, no caso... o cigarro eu não sei.
Jimin virou a cabeça para mim numa velocidade incrível. Seu cabelo até bagunçou.
— Espera. Como sabe sobre a cerveja? — Ergueu uma das sobrancelhas, interessado.
Ah. Opa.
— Ah... — Eu levantei minha mão, coçando minha nuca. — Eu meio que já bebi. — Levantei o dedo indicador. — Só uma vez.
Jimin colocou a mão na boca, como se isso fosse um grande segredo. Ele até se aproximou... pfft.
— Ihh... por quê? — indagou, erguendo as sobrancelhas com curiosidade.
Eu ri da sua reação, brincando com o palito do meu algodão doce. Dei de ombros.
— Não sei! Eu estava com o Seokjin, então ele decidiu beber, aí eu quis também pra saber como era. Foi no ano passado — eu disse, me lembrando daquele dia marcante. — O gosto é ruim, tipo, ruim mesmo... do tipo que dá ânsia na hora de engolir.
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Ele é Como Rheya {jikook}
FanfictionÉ o começo do primeiro dia de aula depois das férias de verão quando Jeon Jeongguk sente que o ano letivo de 1983 será como qualquer outro. Ou seja: comum e muito chato. O que depois de alguns minutos ele descobre ser um completo engano, já que um g...
21. Ele é como um Sonho
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