No do Marcelo, o João e um outro amigo do Arthur iriam, e eu acabaria levando a Julia e Duda. Caberíamos em dois carros, mas eu não queria ir todo apertado. Então resolvi ir com meu carro e convidei a loira, mas a Duda se meteu no meio, não que houvesse problema.

- Já vou - falei pro Arthur que andava de um lado para o outro nervoso, ainda passaríamos no mercado, então estávamos um pouco atrasados - A gente passa lá nas meninas primeiro, e depois no mercado, ai elas ajudam nós com o que comprar. Pode ser?

Ele concordou com a cabeça e depois de mais uns 05min conferindo se tudo estava no lugar, se não havíamos se esquecido de nada ou qualquer coisa do tipo, saímos em direção ao apê das meninas.

Enviei uma mensagem ao Marcelo avisando que era para nos esperar que passaríamos na sua casa para irmos juntos e, outra para a Julia, avisando que estávamos chegando para ficarem prontas.

Cerca de 30min depois estávamos chegando ao mercado, por ser sexta-feira à noite estava cheio, mas por estarmos em um grande número de pessoas compramos tudo rapidamente e, perto das 20h00 chegamos ao estacionamento para guardar tudo no carro.

- A gente ta atrasado pra caralho - falei enquanto guardava tudo no porta-malas do carro com a ajuda da Duda.

- É muito longe? - a morena ao meu lado pediu.

- Não muito. Mas, levando em consideração que ainda teremos que passar na casa do Marcelo, vamos chegar lá pelas 21h30min - ela resmungou baixinho enquanto entravamos no carro. A Julia já estava ali dentro, no banco da frente, com as pernas esticadas e comendo um lanche que havia comprado no mercado - Se você sujar meu carro, você vai limpar!

- Não vou nada - ela deu de ombros - Aliás, me dá seu celular pra eu escolher uma música, quem escuta esses sertanejos de corno?

- Você ta muito folgada Julia! - eu bufei entregando meu celular e saindo do estacionamento - E pra sua informação, foi a Duda que havia colocado essas músicas, eu nem escuto essa porra ai.

- Me convidou, agora me aguenta meu anjo - ela disse dando a língua igual criança e eu ri negando com a cabeça.

Depois que passamos na casa do Marcelo seguimos viagem, as meninas foram cantando boa parte do caminho o que me fazia rir do jeito todo desengonçado delas e sem talento nenhum pra música.

Na metade do caminho paramos em um posto para abastecer e comprar umas coisas, somente Duda e eu descemos, deixando a Julia sozinha no carro, onde passei inúmeras recomendações como se fosse criança mesmo, só para irritá-la.

Acabamos demorando um pouco mais do que o previsto e, quando voltamos ao carro a loira estava dormindo com a cabeça encostada no vidro da janela e os braços em envolta do corpo como quem se protegesse do frio que fazia.

- Vai ficar admirando muito tempo ou podemos seguir viagem? - a Duda falou do banco de traz me fazendo revirar os olhos e ligar o carro.

- Vai se fuder!

- Confessa que você gosta hein - ela falou rindo. Abaixei o volume do radio o que a fez gargalhar alto e voltar a falar - Puta que pariu. Ta pior do que eu pensei.

- Se você não parar, eu vou te deixar aqui no meio da estrada Maria Eduarda - falei bravo e ela fez um sinal com as mãos na frente da boca como quem ficaria em silêncio a partir daquele momento.

Durante todo o resto do trajeto trocamos poucas palavras e, quando chegamos à pequena propriedade dos pais do Arthur os dois carros dos meus amigos já estavam estacionados.

O local não era grande, mas era muito aconchegante. O chalé de madeira era de tamanho mediano, era cercado de árvores e incluía um grande gramado na frente. Durante todo nosso tempo de amizade, fui várias vezes ali com sua família e, apesar de conhecer cada canto era sempre uma aventura diferente que encarávamos aqui.

Broken HeartsWhere stories live. Discover now