- Seu irmão me deixou aqui - digo com raiva - E você fez a mesma coisa, foi embora, e nem se despediu de mim.

Ele me olha com uma expressão de arrependimento e mágoa.

- Eu vou te levar para um lugar seguro - ele me diz - Depois, ligarei para meu irmão e...

- Não - o interrompo - Não diga a nada a Silas agora.

- Mas... ele precisa saber que todos morreram, mas você está a salvo.

- Não - insisto - Eu não confio em meu marido no momento, em ninguém além de você.

Ele me olha confuso.

- Por que está dizendo isso?

- Pense, Dante - falo - Os irlandeses me acharam... mas como? As únicas pessoas que sabiam onde eu estava estão mortas, com exceção de você e Silas.

- Está insinuado que ele...?

- Não, mas alguém próximo dele sim, alguém em quem ele confia me quer morta, alguém de dentro da bravta.

Ele fica parado me encarando por alguns segundos, tentando processar o que eu falei a ele. Por fim, acredito que ele acha minhas especulações verdadeiras, porque ele acena.

- O que você sugere?

- Por enquanto, deixe que todos acreditem que eu estou morta, que o ataque dos irlandeses foi bem sucedido. Todos precisam acreditar que estou morta até eu estar segura, minha família, seu irmão, ninguém pode saber a verdade agora. Eu preciso dar uma chance ao meu bebê de nascer.

Ele concorda com um aceno.

♧◇♡♤

Dante me trouxe para uma pousada. Nesse momento, ele está ligando para a polícia e os bombeiros.

Eu tomei um banho, e vesti as roupas que Dante comprou em uma loja. Ele também trouxe comida, mas eu não tive apetite ainda.

Estou deitada na cama de casal. Ainda não estou bem psicologicamente para processar que todos estão mortos... Pietra, Gina, Via, Krum, Hector e Jay... me trataram com gentileza nessas semanas que vivemos juntos, e estão mortos por minha causa.

Dante aparece.

- Oi - ele sussurra.

- Oi - sussurro de volta.

Ele se aproxima e se senta ao meu lado. Acaricia meu braço gentilmente.

- A polícia e os bombeiros irão cuidar de tudo, você não poderá esconder sua morte, tentarão fazer testes de dna para reconhecerem os corpos.

Fico o encarando por um tempo.

- Eu entendo - sussurro depois de pensar nisso.

- Eu pensei em ligar para Silas... é melhor contarmos a verdade, faremos ele prometer não contar a ninguém, mas é o melhor a fazer - ele continua me acariciando - Pense na dor que ele vai sentir ao saber que a nossa mãe está morta, ele não precisa sofrer por sua morte também.

- Tudo bem - concordo.

Ele me aperta gentilmente.

- Mas eu tenho regras - continuo - Você pode dizer que eu estou viva e bem, mas eu ainda não confio nele, na verdade, em ninguém além de você, por isso, diga que estou viva e bem, mas eu só retornarei quando o bebê nascer... e ele não poderá saber onde eu estou. Se quiser contar a ele vai ter que ser nesses termos.

Eu o encaro esperando a resposta dele.

- Certo.

- Me prometa - peço.

- Eu prometo - ele beija minha testa.

-  Obrigada por ficar do meu lado - murmuro - Eu sei que deve lealdade a seu irmão, mas...

- Shh - ele sorri tristemente - Lembra do que me disso? Foda-se a lealdade, e você é minha melhor amiga.

- Então, por que você foi embora sem se despedir justamente de mim? Eu sei que foi apenas um dia, mas eu senti sua falta.

- Eu tenho dificuldade em separar meus sentimentos, mas tudo que importa é a sua segurança.

Bocejo.

- Desculpe - sussurro.

- Durma, querida - ele diz - Estarei aqui quando acordar.

Aceno e fecho os olhos, o cansaço vence.

♧◇♡♤

Acordo disposta. Minhas dores são pequenos incômodos.

Me levanto e vou ao banheiro, faço xixi e lavo o rosto.

Encontro Dante sentando na varanda.

- Oi - vejo que já está noite - Quanto tempo eu dormi?

- 12 horas.

- Por que não me acordou?

- Você estava cansada, precisava descansar.

Me sento ao lado dele, vejo café na mesinha. Bebo um gole.

- Eu comprei pão, biscoito...

- Obrigada - digo.

Ele acena.

- Eu ligeui para Silas - ele diz.

Coloco a xícara dele e o encaro.

- E...?

- Ele disse que quando nos encontra-se me mataria.

Olho para ele assustada.

- Está falando sério?

- Sim - ele diz - Mas eu já sentia que ele diria isso...

- E tudo bem para você? - pergunto preocupada - Não quero que...

- Foi a minha escolha.

Mordo o lábio sem saber o que dizer. Pego um pão e começo a comer.

- O que vamos fazer agora? - ele me pergunta - Para onde vamos?

- Nós temos que desaparecer completamente. Mas precisamos de pessoas confiáveis.

- E quem serão essas pessoas?

- Nos consegue passaportes falsos?

Ele me olha confuso e afirma com a cabeça.

Sorrio.

- Que tal visitamos a Itália?

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Mulher no Poder (Em Revisão)Where stories live. Discover now