Finalmente param por uma hora ou duas quando suas mentes já não aguentavam mais, dormindo no meio da mata, próximo a uma estrada por onde os carros passavam.
Diego trançara, com um feitiço, travesseiro de folhas e aquilo foi estranhamente confortável.
Na manhã seguinte voaram ainda mais longe, chegando a Pindamonhangaba naquela noite e tentando arrumar algo para comer.
— Usted no podía dar um nome mais fácil para la cidad? — perguntou Diego, enquanto se aproximavam de uma pequena venda vazia.
— Eu teria dado um nome melhor se eu tivesse descoberto ela — disse Hugo, tirando a varinha do bolso. — Alohomora.
A tranca da porta estalou e ele empurrou-a, abrindo-a em direção a um pequeno mercadinho na área leste da cidade.
— Fasomnum — disse Bruna, agitando a varinha na direção do andar de cima.
Hugo mal havia percebido que havia uma residência no andar de cima.
Os três se dividiram para pegar alguns alimentos e bebidas nas geladeiras que estalavam, colocando-as nas mochilas. Eles não iam conseguir parar toda hora agora.
— A varinha tem funcionado bem pra você, né? — perguntou Bruna, acompanhando-o para pegar algumas bolachas.
— É. — Hugo riu sem jeito, olhando para o bolso. — Ela agiu sozinha ontem, naquela hora que os raios saltaram para as nuvens. Se lembra?
— Pensei que fosse você — respondeu ela, pegando um saquinho de suco de guaraná. — Usar a estática do feitiço nas nuvens para que todos os Colonizadores torrassem.
Hugo olhou para ela, confuso.
— Eu não sei que diabos você falou agora, mas é. Não fui eu.
— Você devia ter prestado atenção na aula de Estudos dos Nutos no terceiro ano — disse Bruna, quase que furiosa. — Viu? Eu te disse que você não presta atenção em nada.
Hugo rolou os olhos e amarrou a cara, suspirando enquanto pegava um pacote de Torcida na prateleira.
— Tá, tá. Eu não queria ter dito isso. — Bruna suspirou. — E-eu queria te pedir desculpa por ter te dito aquilo. Me desculpa. Eu acho que tava com medo. Tá todo mundo com medo, você entende, não é?
E lá estava ela, fazendo com que Hugo tivesse aquelas sensações estranhas outra vez, que simplesmente digeria sem ter nada para constatar. Olhou-a com um foco estranho e viu que estavam sozinhos, e o corpo curvou-se quase como uma reverência.
Estava muito perto dela e seu hálito tinha cheiro de cansaço com um toque significativo de menta.
Estática no ar e um poço de emoções. Era como se Mães-da-Mata estivessem voando em sua barriga.
— Hugo! Bruna! — gritou Diego, do balcão.
Bruna recuou um passo arregalando os olhos em direção a frente da loja.
— Vamos — disse ela, dando-lhe um tapa carinhoso no ombro.
Correram em direção ao encontro do amigo, que estava debruçado sobre o balcão da loja observando um jornal nuto com uma luz na ponta da varinha.
— Acho que os Colonizadores já comenzaron a amenazar los nutos — disse Diego, apontando para uma das notícias.
O Jornal Tribuna do Norte dizia:
Mortes e Conspiração
Estaria o governo envolvido com organizações secretas?
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Saga Castelobruxo - Magia é Poder Vol. III
AdventureQuando Orlando Lesieg, o bruxo das trevas, saiu das sombras, Hugo Ribeiro não teve nenhuma outra escolha além de fugir. Jurado de morte pelo bruxo das trevas, o menino começa a ser caçado de modo implacável num mundo que mergulha lentamente na obse...