Capítulo Dez - Chamas esmeralda

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 Finalmente param por uma hora ou duas quando suas mentes já não aguentavam mais, dormindo no meio da mata, próximo a uma estrada por onde os carros passavam.

Diego trançara, com um feitiço, travesseiro de folhas e aquilo foi estranhamente confortável.

Na manhã seguinte voaram ainda mais longe, chegando a Pindamonhangaba naquela noite e tentando arrumar algo para comer.

Usted no podía dar um nome mais fácil para la cidad? — perguntou Diego, enquanto se aproximavam de uma pequena venda vazia.

— Eu teria dado um nome melhor se eu tivesse descoberto ela — disse Hugo, tirando a varinha do bolso. — Alohomora.

A tranca da porta estalou e ele empurrou-a, abrindo-a em direção a um pequeno mercadinho na área leste da cidade.

Fasomnum — disse Bruna, agitando a varinha na direção do andar de cima.

Hugo mal havia percebido que havia uma residência no andar de cima.

Os três se dividiram para pegar alguns alimentos e bebidas nas geladeiras que estalavam, colocando-as nas mochilas. Eles não iam conseguir parar toda hora agora.

— A varinha tem funcionado bem pra você, né? — perguntou Bruna, acompanhando-o para pegar algumas bolachas.

— É. — Hugo riu sem jeito, olhando para o bolso. — Ela agiu sozinha ontem, naquela hora que os raios saltaram para as nuvens. Se lembra?

— Pensei que fosse você — respondeu ela, pegando um saquinho de suco de guaraná. — Usar a estática do feitiço nas nuvens para que todos os Colonizadores torrassem.

Hugo olhou para ela, confuso.

— Eu não sei que diabos você falou agora, mas é. Não fui eu.

— Você devia ter prestado atenção na aula de Estudos dos Nutos no terceiro ano — disse Bruna, quase que furiosa. — Viu? Eu te disse que você não presta atenção em nada.

Hugo rolou os olhos e amarrou a cara, suspirando enquanto pegava um pacote de Torcida na prateleira.

— Tá, tá. Eu não queria ter dito isso. — Bruna suspirou. — E-eu queria te pedir desculpa por ter te dito aquilo. Me desculpa. Eu acho que tava com medo. Tá todo mundo com medo, você entende, não é?

E lá estava ela, fazendo com que Hugo tivesse aquelas sensações estranhas outra vez, que simplesmente digeria sem ter nada para constatar. Olhou-a com um foco estranho e viu que estavam sozinhos, e o corpo curvou-se quase como uma reverência.

Estava muito perto dela e seu hálito tinha cheiro de cansaço com um toque significativo de menta.

Estática no ar e um poço de emoções. Era como se Mães-da-Mata estivessem voando em sua barriga.

— Hugo! Bruna! — gritou Diego, do balcão.

Bruna recuou um passo arregalando os olhos em direção a frente da loja.

— Vamos — disse ela, dando-lhe um tapa carinhoso no ombro.

Correram em direção ao encontro do amigo, que estava debruçado sobre o balcão da loja observando um jornal nuto com uma luz na ponta da varinha.

— Acho que os Colonizadores já comenzaron a amenazar los nutos — disse Diego, apontando para uma das notícias.

O Jornal Tribuna do Norte dizia:


Mortes e Conspiração

Estaria o governo envolvido com organizações secretas?

Saga Castelobruxo - Magia é Poder Vol. IIIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora