Apenas uma aposta

Capitulo 1

Katherine abriu a porta do quarto do irmão e colocando a cabeça pra dentro.

Kath: Igor... Você esta pronto? - um garotinho loiro saiu debaixo das cobertas com o rosto assustado.

Igor: Tata eles voltaram.

Kath: Igor não há monstros debaixo da cama - respondeu séria, mas calma.

Igor: Tem sim e eles vão me pegar se eu sair daqui.

Kath: Isso ta parecendo desculpa pra não ir à escola! - parou em frente à cama de braços cruzados.

Igor: Não é eu juro - negando com a cabeça freneticamente. Katherine sorriu desconfiada e então se agachou olhando em baixo da cama.

Kath: Não tem monstros aqui - se levantando.

Igor: Eles se escondem dos adultos só aparecem e pegam crianças tata.

Kath: E vão te pegar se você descer da cama pra buscar sua roupa e sua mochila certo? - Igor afirmou com os olhinhos arregalados. Kath sorriu e foi até a cômoda. Pegou então o uniforme e a bolsa do irmão e voltou até a cama dizendo - Vem! - estendeu os braços e Igor pulou em seu colo e a abraçou.

Igor: Você é minha heroína tata.

Kath: Sei, sei - sorriu saindo com ele do quarto. Entrou no seu e o colocou no chão, passou a mão por seus cabelos para ajeita-los - Agora vá se trocar.

Igor: Minha escova esta no meu quarto.

Kath: Eu pego pra você - sorrindo - Agora vai antes que se atrase - Igor entrou no banheiro levando seu uniforme e a ruiva voltou no quarto do irmão pra pegar a escova - Monstros! - negando com a cabeça enquanto voltava do banheiro. Ao passar pelo corredor ouviu a voz da mãe chama-la e entrou - Esta melhor?

Paola: Sim querida e você e o Igor como estão?

Kath: Bem, mas Igor continua com a história de monstros em baixo da cama.

Paola: Deve ser apenas uma fase daqui a pouco ele se acalma.

Kath: Tomara, porque cada dia tenho que inventar algo pra tirá-lo da cama, hoje ele foi no colo - sorrindo.

Paola sorriu os lábios sem cor, as olheiras destacadas no rosto pálido. Desde a morte de Richard há 4 anos, Paola nunca mais fora a mesma, se entristecera demais, entrará em depressão e seus problemas de coração pioraram. Agora não passava de uma mulher sofrida e fraca com problemas de depressão tendo que tomar remédio duas vezes ao dia, sem forças pra viver, pra fazer algo. E toda a barra da situação caíra sobre os ombros de Katherine que com 14 anos se viu obrigada a começar a trabalhar pra sustentar a casa e criar o irmão Igor de apenas 1 ano e 3 meses tornando-se uma segunda mãe pra ele.

Kath: Esta na hora de seus remédios - olhando no relógio.

Paola: Não quero tomá-los, não sei por que gasta seu salário de garçonete comigo.

Kath: Mamãe não fala assim, por favor, você é muito importante pra mim e pro Igor.

Paola: Importante? Eu sou um estorvo pra você querida, te obriguei a tomar meu lugar nessa casa depois da morte do seu pai e você teve que amadurecer perdendo a melhor fase da sua vida, parece que você é minha mãe e eu sua filha e deveria ser o contrário.

Kath: Então levanta dessa cama e volta a ser a Paola que eu admirava aos 13 anos - contento as lágrimas.

Paola: Desculpe querida, mas aquela Paola morreu com seu pai e a que esta aqui deveria morrer também.

Kath: Não ouse repetir isso de novo mãe - séria, mas seus olhos estavam marejados e tristes.

Paola: Desculpe-me querida, é melhor buscar seu irmão e irem cuidar do futuro de vocês, quero ver minha filha ser considerada a melhor médica do Brasil.