Perdão

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Estava na cozinha com o Christopher tomando nosso delicioso café da manhã, a gente conversava sobre o jantar que a Any quer fazer.

- Ela já marcou? Nossa!
- ‎Ela é assim mesmo, diz para marcar um dia mas ela mesmo marca.
- ‎Vou ligar para ela mais tarde. Você vai por jantar também, né?
- ‎Claro! Quer que te busque?
- ‎Sim, eu iria morrer de vergonha se chegasse sozinha.

[...]

  A noite conversei bastante com o Christian, ele disse que talvez vem na próxima semana, eu fiquei super alegre.

Acordei no meio da noite e fiquei vendo o céu. Eu me sinto meio perdida ainda. Queria poder voltar no tempo e nunca ter perdido a memória. Será como minha vida iria ser se não tivesse perdido minha memória? Será que eu iria estar namorando o meu vizinho? Iria ter filhos? Um pirralhinho parecido com o Christopher? Uma bela família? Casada? Sei lá, apenas queria que isso não tivesse acontecido, mas se não tivesse, talvez, eu nunca iria ter conhecido o Christian. Vida é realmente complicada.

   O destino não foi tão legal com a bobona da Dulce.

Uma semana se passou e chegou o dia do esperado jantar.

Já era noite e o Christopher tinha me buscado, já estávamos chegando na casa da Any. Estava um silêncio total no carro então resolvi quebrar.

- Gosta de uva?
- ‎Sim.
- ‎Que seco, tô puxando assunto e você apenas diz isso.
- ‎Eu amo uva, é muito bom, prefiro ficar sem sexo do que parar de comer uva, e você?
- ‎Nossa.—Dei risada da sua ironia. — Mas você não prefere fazer sexo comigo e ficar sem uva?
- ‎Claro.

Ele estava sério, credo! Coloquei uma mão na sua coxa e subi um pouquinho.

- Relaxa, gatão.

Tentei abrir o zíper de sua calça mas o Christopher segura minha mão.

- Já estamos chegando.
- ‎Aceita me levar para sua cama depois do jantar? Eu posso ser a sua sobremesa.
- ‎Você é safada.

 O vi sorrir e logo ficar sério. Esse Christopher é todo complicado.

- Sei que você gosta.
- ‎O seu jeito de antes é único, foi o seu jeitinho tímido que me fez apaixonar por você.

 Eu fiquei sem palavras. Me arrumei no banco e me mantive calada. Mas não por muito tempo, é difícil eu ficar sem falar.

- Tenho trauma de carro, sabe? Andar de carro.
- ‎Entendi! Mas prometo que nada vai acontecer.
- ‎Eu sei! Me sinto segura com você.

Ao chegar na casa da Any tinha uns três carros estacionados, o meu nervosismo aumentou.

Christopher sai do carro comigo e eu seguro na sua mão rapidamente.

- Está tudo bem, calma.
- ‎Desculpa.

 Fomos bem recebidos pela a Any, ela ficou super feliz por me ver, até na hora que ela me abraçou eu continuei segurando na mão do Christopher.

Conheci umas pessoas que já me conhecia, são bem legais.

Escuto a Sófia gritando meu nome e correr até mim. Eu sorri e ela me abraçou, soltei a mão do Christopher e logo a peguei no colo.

- Tia Ravena!
- ‎Oi, Sófia. —Sorri.— Você está linda com esse vestidinho rosa.
- ‎A mamãe que deixou eu escolher.
- ‎Uau! Já é uma mocinha em, pode até namorar.

Escuto o Christopher fingir uma tosse. A Sófia deu risada e estica os braços para o Christopher. O mesmo a pega e beija seu rostinho.

- Tio Ucker, você acha que estou bonita?
- ‎Está muito linda! Mais linda do que a tia Dulce.
- ‎Ah, isso não é verdade.—Ela cruzou seus bracinhos.— A titia Ravena está mais linda. Ò tio, por que a titia tem dois nomes?
- ‎Uma longa história, algum dia você irá saber.

Memórias perdidas [Concluída]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora