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 Jaebum estava na sala de estar, cuidando dos gêmeos que haviam acabado de chegar da escola e estavam completamente animados.

– Papai, papai! – Hyunjin gritava em um lado da casa – Achei um inseto na minha mochila – dizia animado com a ideia.

– Papai! – Yeji gritava do outro lado da casa, subindo as escadas – Aposto que não me acha! – disse a menina rumando para o quarto do casal.

Era caótico, especialmente com duas crianças na casa, mas Jaebum não conseguia mais imaginar sua vida sem aqueles serzinhos que bagunçavam a sua casa e seu coração. Quando ele e Jinyoung avistaram os gêmeos foi amor à primeira vista. Como se fossem seus filhos de nascença. E eram seus filhos. Ai de quem ousasse dizer o contrário.

Jinyoung havia ficado tão feliz com a ideia de adotar que seus olhos brilhavam a cada nova descoberta, a cada novo passo e a cada nova coisa que os gêmeos faziam. Nem parecia mais cansado por ter que trabalhar dois turnos na biblioteca local. Odiava ficar longe dos filhos mais tempo, porém era um esforço que tinha que fazer. Além de que, isso enchia o coração de Jaebum de orgulho e o fazia sentir plenamente realizado com o amado. Sentia-se suficiente por poder dar tudo que Jinyoung queria.

Mas era trabalhoso também. Quando Jaebum olhou novamente para Hyunjin, ele estava tentando subir na lavadora de roupas – e obtendo sucesso. Tratou de o colocar na sala vendo um desenho que adorava e o deixava numa espécie de transe. Riu da situação hipnótica do filho e rumou atrás de Yeji.

– Yeji! – chamou pela filha do corredor, obtendo como resposta apenas a risada da filha sapeca.

Aguçou os ouvidos ficando em silêncio e ouviu, ouvindo a garota gargalhar abafadamente do quarto do casal. Adentrando o quarto, observou que as gavetas da cômoda central estavam abertas e várias coisas estavam no chão: roupas, papéis e um caderno estranho.

– Parece que uma garotinha virou um furacão nesse quarto – disse, focando em um par de pernas minúsculas saindo da cortina da janela, perto da cama.

Chegou perto da cortina e puxou, revelando a sapeca garotinha sorridente, Jaebum sorriu cansado e suspirou alto. Então pediu que a garotinha saísse do quarto e se juntasse ao seu irmão na sala, ela fez um pequeno protesto, porém acatou a ordem do pai. Jaebum olhou para a bagunça no quarto e pensou o quanto Jinyoung ficaria furioso ao ver aquilo.

"Qual dos meus três filhos bagunçou o meu quarto?" ou "Eu moro com pessoas ou com ratos?" seria a primeira coisa que ele falaria. Não podia deixar o quarto daquele jeito, principalmente, depois do dia duro de Jinyoung no trabalho.

Jaebum começou a arrumar a bagunça deixada pela filha. Arrumou a cama, varreu o chão e organizou o criado-mudo. Suspirou quando viu que a pequena tinha revirado as gavetas e jogado as coisas de Jinyoung todas no chão. Dobrou com cuidado as roupas e pôs no lugar. Porém um caderno que nunca havia visto antes chamava sua atenção.

O caderno tinha um cadeado pequeno que estava aberto. Um diário, talvez? Achou melhor não o ler, seria melhor preservar a privacidade do seu marido. Mas uma olhada rápida não mataria nenhum. Faltava um tempo para Jinyoung chegar do trabalho. Que mal tinha?

Checou a porta e abriu o diário. Além disso, Jaebum abriu as portas do passado. Jinyoung tinha anotações antigas, desde quando conhecera Jaebum. Tinha tudo anotado: o primeiro encontro dos dois, o primeiro beijo, o pedido de namoro e até as brigas. Sorriu com o folhear das páginas e se emocionou.

– Como eu posso ser tão sortudo por ter você, Nyoungie? – disse, com um sorriso bobo no rosto.

Pulou umas páginas e foi diretamente para o final. A data era recente, dois dias atrás. Jaebum leu e releu, mas não acreditou.

Marry Me Once AgainWhere stories live. Discover now