Capítulo 11

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erya observava os filhos e os sobrinhos jantarem em completo silêncio. Sentiu o clima pesado assim que chegou em casa, perguntou se estava tudo bem e a resposta foi sim, porém tinha certeza que algo havia acontecido. Eles não se olhavam nos olhos e nem ao menos faziam esforço para manterem algum diálogo.

— A que horas vão sair para ver os balões? — perguntou Teo aos jovens. Percebeu que o marido também estava achando o silêncio a mesa estranho.

— O mais cedo possível! — disse Aslan. — quero estar em Istambul antes do almoço.

— Mas por que a pressa?

— Aslan tem compromissos no fim da tarde, papai — disse Kaan. — Não é feito eu que preciso ficar aqui olhando para as pedras dos vales.

Teo e Derya se entreolharam.

— Se Aslan achar que é algo importante, você pode ir com eles.

— Não, ele não vai ­— respondeu Aslan. — Tem aula na segunda, ficará cansativo para voltar tão rápido para a Capadócia.

— Isso é verdade! — concordou Teo. — Já é um sacrifício fazê-lo acordar de manhã.

O pai riu achando o próprio comentário divertido, porém os jovens continuavam em um silêncio mortal.

— Aslan deveria levar Maria — disse Pinar. — Kaan e eu moramos longe, mas ela mora na mesma casa. Se é importante para Kaan também poderia ser para Maria.

O suspiro impaciente do tutor foi ouvido, mas ele não a respondeu.

— Até parece — murmurou Kaan sufocando um riso e fitando a prima a sua frente com olhar cínico. Maria segurou o olhar dele desafiadoramente, sua raiva subindo mais um degrau.

— Eu não iria, Pinar. Nós sabemos que, na verdade, as leis dessa família só beneficiam os homens e nós, mulheres, seremos sempre submissas a eles.

— Como assim, Maria? Do que está falando, querida? — reagiu Derya prontamente chamando atenção de todos a mesa.

Pela primeira vez desde o início do jantar, os primos fitaram-se uns aos outros. Maria estreitou os olhos em direção a Kaan que soltou os talheres entendendo bem o que a prima pretendia fazer.

Maria suspirou com ar inocente, mas sufocando um riso interno. Olhou para Derya com feições tristes e desanimada.

— Bem, tia, a senhora sabe que é verdade. Os homens dessa família tem liberdades que nós jamais teremos — falou com falso pesar. A voz melancólica denotava desilusão. — Como Kaan disse: homens e mulheres jamais serão iguais.

Derya e Teo fitaram o filho ao mesmo tempo. Pinar e Aslan prenderam o riso enquanto Kaan fuzilou Maria com o olhar, porém altiva, ela não se deixou intimidar, sorriu de canto e piscou para ele com o mesmo cinismo que ele usara antes.

Amor em Éfeso - AMAZONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora