Capítulo 10

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Ayla


Aquele... pelo amor dos deuses, eu nem sequer encontro um xingamento que faça jus a toda aquela arrogância e estupidez que é Oliver James. Damien. O próprio demônio, isso sim! Como ele teve a cara de pau de me falar todas aquelas merdas e depois ainda aceitar minha proposta para hoje à noite?

Eu nem sequer me lembrava mais daquele convite, ainda que eu tivesse surtado a metade do dia pela espera de uma resposta, a sua visita inesperada minou qualquer tipo de desejo que eu estive alimentando em revê-lo. Descobrir a verdade sobre ele totalmente me brochou.

Inferno de homem idiota. Mas estupidamente delicioso!

Foco, Ayla. Mantenha a porcaria do foco, mulher.

Irritada, pego a maior caneca que temos na copa e a encho de café antes de seguir para a minha sala e trancar a porta. Já é quase fim do expediente e só quero analisar com calma todos os papéis que Samuel me passou na sexta. Envio uma mensagem para a Jú avisando que ficarei até mais tarde e pedindo que leve o meu pai embora. Friso bem a parte que não quero ser incomodada. São quase seis da tarde, tenho apenas algumas horas até ir para casa e me arrumar para o tal encontro.

Para ser bem sincera não sei por que ainda estou seguindo com esta merda, mas sinto-me impelida a ir. Algo definitivamente ficou inacabado entre Oliver e eu e foi por isso que tinha pedido um novo encontro. É isso que eu irei fazer essa noite: colocar os pingos no is. Várias coisas não ditas ficaram no ar durante a entrevista e sinto que preciso saber de todas elas para enfim, seguir em frente e tirar da minha cabeça todos os resquícios dos nossos encontros inusitados. E é somente por isso que ligo para o Royal e faço uma reserva, enviando em seguida o horário e o número da suíte para aquele maldito filho da mãe.

Continue repetindo isso, bobinha, talvez consiga convencer a si mesma que é só por isso que vai a um encontro com um pedaço de mal caminho daqueles em um hotel...

*

Saio da empresa quando o relógio marca oito e quarenta. Penso em enviar uma mensagem para o Oliver e dizer que me atrasarei, mas mudo de ideia no instante que entro debaixo dos jatos relaxantes do chuveiro.

Eu estou pagando por este encontro, ele que me espere.

Esfolio todo o meu corpo, me hidrato, seco os cabelos deixando-os bem volumosos, capricho na maquiagem destacando meus olhos cor de mel e quando saio de casa, já são quinze para as dez. Há cinco mensagens no meu celular, mas eu as ignoro sem nem ver quem as enviou. Quando entrego as chaves para o manobrista na porta do hotel são dez em ponto.

Com toda a minha recém descoberta confiança, depois de me identificar na recepção e receber a cópia da chave, sigo a passos determinados até o elevador e depois até a suíte 69. A escolha do número foi proposital.

Por debaixo da enorme porta de madeira escapa uma melodia suave e sensual, respiro fundo algumas vezes antes de deslizar o cartão chave pelo leitor.

A primeira coisa que meus olhos captam quando a porta se abre completamente sãos pés esparramados pelo tapete felpudo. Subo o olhar pelas longas pernas cobertas por uma calça social, o volume de seu pênis mesmo sob as camadas de roupa é bem visível pela forma tão desleixada que seu corpo está. Continuo a inspeção e encontro um vislumbre de seu peitoral escapando dos três primeiros botões abertos da camisa, as mangas enroladas até os cotovelos. Até a porcaria dos seus braços, repletos de veias sobressalentes, é sexy.

Será que existe alguma parte deste maldito homem que não seja incrível?

Quando subo mais os olhos encontro um sorriso safado dançando em seus lábios, deixando claro que aprova a minha descarada avaliação de seu corpo. Idiota. Em sua mão direita há um copo com o que deduzo ser uísque pelo tom dourado do líquido. No instante que nossos olhos se encontram, percebo que aquela não é a sua primeira dose pela forma que suas íris caminham preguiçosas pelo meu corpo, devolvendo a inspeção.

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