Thau...

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Sábado, um dia antes de partir...

Minha mãe me acordou para irmos à igreja, eu tinha combinado com eles que faria o louvor, então precisávamos chegar mais cedo, eu sentia mais vontade de adorar a Deus, de busca Lo desde que me envolvi com a música.

A igreja parecia a mesma de quando a vi pela última vez, a mesma fachada faltando a letra S e o mesmo tablado gastado, mas eu me sentia diferente, uma paz que há muito não vivia.

Quando eu subi para louvar, percebi um rosto conhecido no meio daquela variedade de rostos, era o Fê... Ele parecia contente em me ver, quando terminei desci e sentei ao lado dele, nos abraçamos e ele disse:

— você ta diferente.

Eu sabia que sim, muita coisa havia mudado aqui dentro, mas acho que ele deve estar se referindo a minha roupa ou ao fato de me ver cantando sozinha na frente de tanta gente.

— você ta namorando? Ele perguntou olhando para frente em direção a púpito.

Fiz que não com a cabeça, enquanto parei para refletir e percebi que há exatos três meses eu sequer pensei em relacionamento, coincidência ou não o pr falou naquele momento.

— E não é bom que o homem viva só...

Nos olhamos e o Fe sorriu, segurou a minha mão bem forte, nós tínhamos uma conexão, conseguíamos entender o que o outro pensava apenas com os olhos, a fisionomia, o todo.

Parece que voltamos onde tudo começou, foi como se ao invés da minha mão ele estivesse apertando meu coração e arrancando pra fora do peito, fiz um esforço descomunal para conter as lágrimas, mas pude sentir elas escorrendo por minhas bochechas avermelhadas, perguntei a Deus se algum dia eu gostaria de alguém como eu gostei do Felipe.

As vezes nosso coração pode ser nosso pior inimigo. Afinal, amar sempre será isso, independentemente de ser correspondido.

Fim!

Ele é tudo, menos cristão.Where stories live. Discover now