Jooheon queria ser como ele, mas ainda havia tanto medo dentro de si. Durante aqueles últimos dias, especialmente o último, Jooheon sentiu falta de Kihyun e dos seus conselhos firmes e abraços raros, mas gentis. Entretanto, por mais que quisesse aparecer no apartamento do mais velho, Jooheon se conteve. Aquele era o dia do encontro dos seus dois melhores amigos e o músico sabia que não era o momento de aparecer lá e interrompê-los, por mais triste e ansioso que estivesse se sentindo sozinho em sua casa.

Tinha a companhia apenas de Sherlock, seu pastor alemão, que estava deitado em seu colo confortavelmente. Como se soubesse que seu dono não estava nos seus melhores dias, Sherlock esfregava o focinho em seu rosto e braço, abanando o rabinho e tentando animá-lo. Apesar disso, o homem continuava movendo seu dedo por um aplicativo de encontros de maneira quase que automática, sem ânimo. Uma de suas mãos estava em seu celular, na outra uma cerveja pela metade, já quente.

Quando já havia passado por todas as mulheres da região, Jooheon se viu sem ter mais o que fazer. Havia respondido todas elas, marcando encontros que ele sabia que não o preencheriam. Porque nenhuma delas lhe daria respostas para suas dúvidas. Absolutamente ninguém o daria as respostas que ele tanto queria. Apenas ele poderia arrumar o que aquele beijo havia desmanchado, apenas ele poderia decidir continuar com seu teatro ou não.

Seus olhos passaram pela opção de incluir homens na busca do aplicativo, mas Jooheon rapidamente lançou o celular para o lado, recusando-se. Ainda não estava pronto para aquilo. Já havia sido um verdadeiro pesadelo quando havia admito que queria dormir com Minhyuk – alguém que ele confiava cegamente. Sair com desconhecidos, por mais tentadora que fosse a ideia para uma parte de si, ainda não era uma opção viável para Jooheon. Ele então ergueu-se do sofá, seguindo para a cozinha e indo buscar por uma cerveja gelada. Talvez pudesse apenas encher a cara e ir dormir. Talvez pudesse tocar bateria até seus vizinhos surtarem. Qualquer coisa que o embriagasse, o fizesse ter a cabeça em outro lugar que não fosse Lee Minhyuk e as malditas dúvidas que ele havia trago consigo.

Contudo, como estava acontecendo com certa frequência nos últimos dias, Jooheon não teve sorte em qualquer uma das opções. Quando estava voltando para a sala, a fina camada de gelo que envolvia a garrafa de vidro queimando a palma de sua mão, Jooheon escutou a campainha tocar. Ele gritou um "já vai!" não tão bem-humorado, colocou uma camisa em seu tórax anteriormente desnudo e então abriu a porta. Sua expressão suavizou um pouco assim que ele encontrou Hyejoo na porta, com um sorrisão no rosto gordinho, um pedaço de bolo em uma das mãos e um desenho em outra.

— Oi! Eu trouxe bolo para você! – Hyejoo disse de maneira absolutamente animada, como se bolo fosse a melhor coisa do mundo. E, provavelmente para ela, era uma das melhores coisas do mundo mesmo. Antes dela continuar falando ou de Minhyuk cumprimenta-lo, Sherlock se aproximou e tentou farejar o bolo, ansioso para roubá-lo das mãos de Hyejoo. Os olhos já brilhantes e animados de Hyejoo pareceram ainda maiores e mais animados quando ela viu o cachorro. Rapidamente ela levantou seus bracinhos curtos, querendo impedir que Sherlock o pegasse, rindo ao ver que Sherlock não desistia. — Ele quer bolo também! Min, a gente devia ter trago mais bolo!

— Ele não pode comer doce, querida. – Minhyuk falou gentilmente, fazendo com que a criança soltasse um "Ah! Desculpa, totó", decepcionada. Entretanto, Hyejoo com a mesma rapidez que pareceu triste por Sherlock, animou-se novamente e entregou o bolo e um desenho para Jooheon.

— Olha, eu fiz um desenho para você! Você de fada! Fofo igual estava ontem. – A criança disse, referindo-se ao dia anterior, em que Jooheon havia permitido que ela penteasse seu cabelo. Depois de dezenas de penteados, os fios de Jooheon foram prendidos em duas marias chiquinhas curtas e pétalas de flores – que Hyejoo havia pego do buque de flores de Minhyuk – foram espalhadas cuidadosamente por seu cabelo. No dia, Hyejoo havia dito que ele estava fofo, parecendo uma fada. O desenho nas mãos de Jooheon representava exatamente aquilo: ele com asas, flores no cabelo e borboletas ao redor. — Eu tentei escrever seu nome, mas é muito difícil! Então eu coloquei só o J. O Min me ajudou a fazer o J. Eu ainda não sei escrever nomes, é muito difícil!

Flores de Inverno ♡ changkiWhere stories live. Discover now