15 | COBHAM OU AYDE?

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Está tudo bem?

— Ah, está sim! — concordei, mas querendo logo acrescentar um "não vejo a hora de encontrar a mulher que mal me deixou dormir e me fez ficar com febre a noite inteira."

Então vai lá! Depois conversamos mais. Te amo.

— Eu também amo você.

Desliguei o celular e tentei não entrar automaticamente no chat com Frankenstein. Eu perderia muito tempo conversando com ele e precisava seguir para o prédio de Literatura, sendo que não lembrava sequer a sala de Charlize, mesmo que houvesse passado lá anteriormente.

Fiquei tempo demais, na madrugada, trocando mensagens com Frank. Eu estava transtornada com meu encontro com Charlize e perdi meu sono, mas Frank havia conseguido me acalmar o bastante para me fazer dormir. Charlize havia me visto quase beijando Seth Ayde no estacionamento do cinema, dias depois que eu e ela havíamos nos beijado. Eu não consegui elucidar sua expressão, mas não sentia boas energias vindo daquilo.

Por um lado, tentava colocar na cabeça que pouco importava se ela vira, pois não tínhamos nada. Havíamos nos beijado, sim, porém ela não havia sequer mandado uma mensagem ou ligado para mim. Não era possível que o beijo havia sido quente e mágico somente para mim, mas se fosse o caso, então eu esperava que ela não me ligasse mesmo. Doeria menos se eu a cortasse da minha vida agora.

Mas minha mente irracional ficava na maior preocupação possível, analisando todas possibilidades e tentando entender se ela se zangaria de alguma forma, se ela me ligaria eventualmente, se ela me queria. Ela não gostava de Seth no ano passado, e me ver ao seu lado, sendo que ela havíamos nos beijado tão calorosamente, podia ser algo ruim.

Eu não aguentaria vê-la pegando no meu pé, principalmente sem entender o que eu estava sentindo. Minhas paixões internas eram confusas porque ela não me dava um retorno, mas pelo menos eu tinha certeza que gostava de Frank. Havíamos nos tornado bons amigos, e mesmo com a possibilidade de ele ser Seth — algo que já estava descartando a chance, pois algumas coisas só pareciam coincidências —, havia conseguido uma boa companhia para quando quisesse desabafar.

Terminei de tomar o café e deixei a louça para Shelby lavar, porque tínhamos competido na noite anterior e eu havia vencido. A meta era jogar a garrafinha de plástico e tentar deixá-la em pé em três tentativas. O resultado ficara 2-0 para mim. Ela teria de lavar minha sujeira durante uma semana, e eu não podia ter ficado mais contente.

Chamei um Uber até o prédio de Literatura, apesar de conseguir ir andando. O frio era maligno, e eu não queria me congelar antes de chegar no castelo da própria Elsa do Frozen. Quando o carro parou na frente de casa e adentrei, não aguentei minha ansiedade e peguei meu celular na bolsa, digitando uma mensagem para Frankenstein.

Darkness: "Um dia muito frio e minha cama é a melhor companhia"

Eu não esperei muito por uma resposta, afinal ele estava on-line. Fiquei contente, mas estava curiosa para saber o porquê. Talvez não perguntasse, porque seria uma das nossas DC, mas a indagação se manteria comigo.

Frankenstein: "Hello, Darkness! Eu queria poder ficar na minha cama, mas já sai faz tempo. Estou escrevendo. Sábados me deixam bastante inspirado"

Darkness: "Escrevendo? Eu gostaria de ler"

Frankenstein: "Não gosto de mostrar minhas coisas quando elas ainda não estão prontas. Você que deveria escrever algo novo para o jornal. Sabia que os trotes vão ser estendidos até o Halloween? Acho que os únicos que estão felizes com isso são os veteranos"

Hello Darkness | Romance Lésbico (Degustação)Where stories live. Discover now