- Não é nada demais - ele fala e se vira para mim - Mas se meu irmão perguntar, você nunca saiu dessa propriedade.

- Eu juro - digo e sorrio.

Ele acena e abre a porta do carro para mim.

Percorremos os 20 minutos do campo para a cidade em silêncio. Estou feliz por poder acabar com meu desejo, mas também por sair um pouco.

Ao chegarmos ao centro da cidade, rodamos a procura de alguma sorveteria, mas não vimos nenhuma.

- É melhor desistirmos - sussurro.

- Ne - ele nega - Eu prometi sorvete a você.

Suspiro.

- Estamos rodando os últimos 10 minutos e sem...

- Espere - ele diz e estaciona o carro.

- Por que estacionamos? - pergunto confusa.

Ele aponta para uma loja de conveniência.

- Você acha que eles vendem sorvete?

- Com certeza - murmura - Vamos lá.

Andamos lado a lado. Quando entramos, vejo vários alimentos, salgadinhos, biscoitos, bolachas... Caminho apressadamente até os freezers.

Olho de um lado para o outro procurando os potes de sorvete.

Quando vejo, me sinto emocionada, nunca pensei que um desejo de grávida fosse tão forte, quando mama me falava sobre essas coisas, pensava que ela estava exagerando.

Abro a porta do freezer e pego o sabor baunilha e outro pote de frutas vermelhas.

- Não quer levar mais? - pergunta Dante.

- Acredito que depois de consumir esses 3 litros de sorvete eu me sinta melhor.

Ele ri sem jeito e me segue até o caixa. Espero o atendente registrar os dois produtos e colocar em uma bolsa.

- Tem alguma colher? - pergunto.

Ele me olha estranhamente.

- Eu preciso comer esse sorvete, agora - explico.

Ele pega duas colheres de plástico e coloca na bolsa.

- Obrigada - digo.

Dante paga e nós dois saímos da loja.

- Tem um banco embaixo daquela árvore - ele aponta para uns 10 metros a nossa esquerda.

- Parece bom - digo.

Andamos até lá, ao sentarmos eu abro o sorvete de baunilha e como uma colherada.

- Hummm - gemo com o sabor e a sensação.

Dante me observa estranhamente, mas eu não ligo, sigo comendo e gemendo. Sorvete nunca foi tão bom.

- Hummm - gemo pela trigésima vez ou sei lá, eu parei de contar.

Ele continua me observando sem falar nada.

Rio sem graça.

- Acredito que pareço uma louca - digo - Muito diferente das educadas moças russas.

Ele balança com a cabeça.

-  Eu não direi nada a respeito disso.

Bato no braço dele levemente.

- Você deveria dizer que eu continuo uma moça educada, elegante, fina...

- Então, você quer que eu minta? - ele pergunta.

Mulher no Poder (Em Revisão)Where stories live. Discover now