10 ANOS ANTES

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Autora Point Of Views

10 ANOS ANTES

Sobre a maca de um hospital, o corpo de Camila parecia desfalecer. Entrando em colapso, freneticamente mexendo-se como um ato do derrame. Alarmados, os profissionais na sala tentavam normalizar os batimentos cardíacos da latina que seguidamente havia parado, apitando o aparelho e os fazendo usar a tática do desfribilador portátil, posicionado sobre o tórax. Na terceira tentativa o corpo se animou novamente, normalizando-se aos poucos e entrando no seu estado estável.

Já em uma outra sala, policiais foram chamados ao hospital, levados até o acesso de câmeras onde comprovava que Sinuhe saía com um bebê no colo, ja não mais uniformizada como uma enfermeira, a qual jamais havia sido empregada para tal função. Trajava roupas normais, ela parecia querer transparecer ser uma mãe normal ao ganhar alta do hospital. O caso levaria consequentemente um processo ao hospital, pela falta de responsabilidade. Havia sido mandado um alerta para possíveis viaturas de buscarem o paradeiro de Sinuhe de acordo com  suas características sitadas por Keana. A mulher ajudava com informações enquanto Lauren estava aflita à espera de informações sobre Camila.

Eram dois baldes de água fria ao mesmo tempo, ou talvez três, sua sogra não era quem ela pensava que era, sua filha havia sido raptada e a mulher que amava estava em uma sala de parto sem mais notícias.

— Familiares de Camila Cabello?

A morena que estava com a cabeça baixa e os dedos entre seus cabelos, puxando os fios, levantou em súbito com o nome mencionado.

— E-eu estou aqui por ela. Na verdade é uma situação embaraçosa, mas como Camila está? Ela está bem, não é mesmo? Posso vê-lá?

Suas palavras saíram rápidas demais.

— Tenha calma. – Pede o homem olhando em sua prancheta. – Fui alertado sobre o caso. Você é Lauren, sim?

— Exato. – Sua respiração estava semelhante a um desfile de samba.

— Então... – Seus olhos vasculham os papéis a sua frente. — Camila está bem, estável e ja foi realocada para um dos quartos.

— E eu posso vê-lá? – Seu coração quase chegou a saltar pela boca quando soube que sua Camila estava bem, não a perderia, jamais perderia.

— Pode sim, mas com está possível confusão eu preciso saber se há alguém mais? Teremos que restringir as visitas. 

— Compreendo. – Lauren sorri de lado. — Keana está comigo, é uma amiga.

— Somente as duas? – O homem pergunta.

— Creio que sim. – Diz a morena.

— Certo, irei passar os nomes para a recepcionista, caso tiver mais alguém, será necessário que uma de vocês duas confirme a entrada, tudo bem?

— Sim. – Diz prontamente, ela não queria mais diálogo, só necesistava ver a sua Camila.

— Tudo bem, é a quinta sala a direita do sétimo andar. – Responde sorrindo minimamente.

Lauren rapidamente se despede e andar o mais rápido que pode de encontro a Camila.

Ela só precisava de um ponto de segurança.

Quando achou o quarto, suas mãos abriram a porta imediatamente.

A visão que teve a destruiu por inteiro.

Camila já sabia, havia sido informada.

A latina chorava descontroladamente, seu corpo balançava freneticamente com os soluços. Seu corpo estava banhado de lagrimas e sua coloração vermelha.

O único ato que Lauren pensou no momento foi agarrar Camila em seus braços. Aperta-lá com toda sua força, como se dissesse que estava alí, estaria alí por ela, para sempre.

— P-por que m-mama levou a nossa filha? Por que as pessoas estão dizendo que minha vida foi uma farsa? Por que os jornais estão noticiando que há nossa filha está nas mãos de uma mulher com distúrbio mental? 

Lauren olhou para trás quando ouviu o som da tevê, onde mostrava varias pessoas reunidas em frente ao hospital, estavam transmitindo ao vivo o caso que acabará de acontecer. Eram pessoas que queriam espalhar ao máximo o caso gritante do hospital, não só o rapto da filha, mas também o fato da vida de Camila, a fraude, a médica que trabalhava no hospital e ajudou na farsa da vida da latina.

As coisas já estavam ruins quando ninguém respondia para Camila onde estava sua filha, e ao ouvir pela televisão o que estava acontecendo, seu desespero e dor se alastrou.

A mídia é cruel, um fato.

Lauren rapidamente se afasta e busca o controle para desligar o aparelho.

Seus olhos voltaram para Camila, ela estava desmoronando, seu choro doída de uma maneira intensa.

Lauren se aproximou. Voltou a abraça-lá sem dizer uma só palavra.

Só a abraçou de maneira firme, acaricou suas madeixas castanhas enquanto Camila chorava como um bebê desamparado.

Lauren sentia a vontade de fazer o mesmo, sua garganta ardia, mas ela precisava ser forte.

— Eu estou com você. – Sussurou após longos minutos. Camila tinha os olhos fechados após ser ninada como um bebê. — Você jamais ficará sozinha outra vez, eu estou você, e vou estar para sempre com você.

Lauren teria que reunir forças de onde não há. Ela sabia que toda a informação era dolorosa demais para Camila e teria que ajuda-lá. Ela temia que Camila perdesse os eixos como casos pós traumático de gravidez. Sua filha fora raptada, sua vida é uma farsa, ficou toda sua vida presa por uma enganação. A quebra da confiança com a mãe, eram perdas demais, e Lauren não parava de temer.

Ela tinha sua Camila para sempre já que a latina nunca teve uma doença.

Porém, temia que não tivesse a sua Camila de sempre.

A Camila que contagia os seus dias talvez a perderia por uma Camila cheia de sequelas da vida.

Após horas, foram expostos exames que comprovavam que Sinuhe e Doutora Gina trabalhavam em deixar Camila doente na gravidez, fazendo a história ter sentido.

Gina sabia que quando Camila tivesse o bebê, os exames seriam feitos nela e no bebê, na área em que ela não trabalhava e as provas da falsa doença seria exposta.

Ela perderia seu cargo e seguidamente iria presa. Fez o que fez pelo dinheiro oferecido e provavelmente estaria junto de Sinuhe na fuga com a bebê Emma.

As horas passavam e as chances de encontrar Sinuhe pela cidade diminuíam e o desespero do casal e todos aumentavam.

(...)

A Garota da Bolha (Segunda Temporada)Where stories live. Discover now