Capítulo 1

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Estou esperando há uns cinco minutos. A recepcionista está fazendo outras ligações, menos a minha. Como não tenho um cartãozinho para a roleta, preciso que telefonem para a outra recepção e permitam meu passe.

E todo dia é isso. Já tentei levar um papo com eles sobre a minha obrigatória identificação, mas dizem que isso é parte da "política da empresa". Não podem permitir uma desconhecida subir.

Mas, eu deixei de ser uma há três meses. Porque esse é o tempo desde que comecei a vir trazer o almoço para minha irmã. Ela é secretária do maioral dos maiorais. Isso, do cara dos caras.

Coitada, é muita responsabilidade. Mal consegue ter um tempinho para o namorado – que, diga-se de passagem, é um inconveniente –. Eu não gosto dele. É muito… Como posso dizer? Sem noção.

Conhecido pelo nome de Jason, tendo seus 28 anos, costuma fazer minha irmã passar raiva. Muita raiva. Eu não sei como ele consegue essa proeza, sinceramente, porque Thalita é o serzinho mais calmo que conheço.

Não tive a mesma sorte. Sinto raiva facilmente. O fato de estar desempregada no momento, porque minha antiga chefe resolveu mudar sua empresa de lugar e não levou os funcionários consigo, é outro motivo.

Ela simplesmente fechou o escritório. Éramos uma equipe amadora de: um Designer Gráfico, um Ilustrador, dois chefes e eu, que ficava na parte do Marketing. Estávamos ganhando nome e, quando melhorou um pouquinho, a pilantra nos deixou. Foi um baque.

Ainda estou me recuperando, apesar de já fazer 4 meses. Então, durante o tempo que tento encontrar um novo emprego, eu trago o almoço da minha irmã, que odeia a comida que servem na empresa e não pode gastar em um restaurante.

Afinal, só ela conseguiu se manter em um emprego.

— Senhorita — eu me faço notar pela mulher atrás do balcão, que tem os cabelos impecavelmente presos em um coque. — Você poderia ligar para o andar do Sr. Armstrong e falar com a secretária, por favor? Já faz uns cinco minutos que lhe pedi.

Recebo um maneio de cabeça, como afirmando, mas então sua atenção é desviada para o lado, quando um homem surge.

Ele é todo presença.

Definitivamente é.

Seu cheiro gostoso chegou antes mesmo dele. Está bem vestido em um terno escuro, que contrasta perfeitamente com seus cabelos castanhos bem penteados para trás. Posso notar uma barba rasa que emoldura os lábios carnudos e seu rosto másculo. Ele tem um franzido entre as sobrancelhas, o que lhe dar um ar de bravo. Seus lábios quase não se movem ao falar e ele parece muito, muito elegante.

Eu estou completamente hipnotizada por essa beleza. Que delícia humana. É realmente destacável.

— Boa tarde — ele diz. A voz é um barítono, que se assemelha a tempestade, me fazendo suspirar.

— Boa tarde — eu também cumprimento, apesar de não ser comigo.

Não me surpreendo quando sou elegantemente ignorada com sucesso.

Não o culpo. Eu também não responderia o cumprimento de um estranho.

Mas isso não me impede de continuar observando-o. Ele é muito alto. Cheira a homem quente e gostoso. Tem realmente esse ar. Superioridade. Um gostoso autêntico. Eu gosto do que vejo.

E gosto muito.

— Ai! — grito de repente, porque sinto uma dor forte e aguda nos dedos dos pés, me fazendo olhar para baixo.

Submissão sob Amor #1 (NA AMAZON)Where stories live. Discover now