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Dois meses depois

Alissa

Fala sério, esses caras não saem do meu pé, até parece que se multiplicam, cada vez aparecem mais homens atrás de mim.

Não me alimento direito a dias, e dormir nem se fala, passo as noites em claro esperando eles chegarem, eu achei que o Brasil ia me trazer sorte, mas só me deu mais trabalho, não consigo ficar mais de uma semana em uma cidade, eles sempre me encontram e eu estou exausta.

Como no quarto sentindo minhas pálpebras se fecharem sozinhas, como mais uma garfada e vejo que não comi nem um terço da comida, deixo o prato de lado e sem perceber me entrego em um sono profundo.

Não demora muito e eu sou acordada por minhas habilidades dizendo que sete homens estão vindo pro meu quarto. Pego a mochila e saio pela janela, estou lenta e cansada, começo a dar a volta pela pousada, mas dou de cara com um homem, é inimigo e está sozinho. Vou ter que lutar.

O cara tenta me acertar um soco primeiro, mas eu me esquivo para o lado e o soco, vou atrás dele e o prendo em um mata leão até ele desmaiar e saio de lá correndo.

Fui para outra cidade, mas três dias depois me encontraram de novo.

...

A cara, a comida tinha que acabar quando eu estou morando no meio da mata?. To faminta.

Se passaram mais três meses, nem acredito que já estou fugindo a sete meses, são quase um ano sem nenhuma paz, nos últimos cinco meses, minha vida se tornou um completo inferno, como dizem os humanos: "To comendo o pão que o diabo amassou". To passando no maximo três dias em cada lugar, não durmo direito a meses e minha alimentação está uma porcaria, mal como, nunca tenho tempo e quando tenho tempo, não tenho fome, a verdade é que eu não tenho ânimo para nada, to cansada de viver, nem sei por que ainda estou fugindo. Queria poder me matar, mas não consigo, não tenho ânimo nem pra tirar minha própria vida. Sou uma inútil, nem pra morrer eu presto.

To em uma mata no meio da nada, pelo menos não to gastando dinheiro com hospedagem, meu pai está sempre colocando mais dinheiro na minha conta, ando falando bastante com ele e com Gabbe e Lili também.

Sinto falta da minha antiga vida, minhas unicas preocupações eram com meu pai e a alcateia, continuo me preocupando com a alcateia, mas agora é com a do Felipe, que está toda atrás de mim. Esse inferno nunca vai acabar?.

Me levanto e tomo a poção, é manhã e eu não dormi nada, to exausta, mas não vou dar mole para aquele desgraçado conseguir me pegar. Pego minha mochila e saio andando pela mata, tenho que ir na pequena cidade comprar comida para a viagem, hoje vou para Porto Nacional, eu nem peço mais a Deusa da lua que me ajude porque a situação está piorando cada vez mais e aposto que nem ela pode me ajudar. Estou sozinha nessa.

Chego na cidade e vou na única mercearia que tem nos próximos 30 quilômetros, queria poder usar minhas habilidades aqui, mas não dá, tem muita gente, minha cabeça explodiria se eu escutasse toda essa gente falando e analisar todas as pessoas dentro de um quilômetro também não seria boa idéia, já que tem muita gente. Compro cinco maçãs, quatro sopas enlatadas e água, pago tudo e saio do estabelecimento, ando pelas ruas passando despercebida, mas reparo em um grupo que está bem destacado, contei oito homens, todos de preto, parecem estar procurando alguem, eu.

Ando devagar e com a cabeça abaixada, regra para passar despercebido é andar e não correr, as pessoas desse lugar são muito simples e eu estou vestida igual a elas e suja, então passo por eles e ninguém nem repara minha presença, vou até uma área mais afastada e pego minha mochila que deixei escondida em um arbusto, entro dentro de um dos poucos carros de frete que tem na cidade e peço para ir para a cidade vizinha que é maior e mais rica.

Rømling (Concluida)Where stories live. Discover now