Fazendo a escolha certa?

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Harry sabia.

A hora de mudar essa história tinha chegado.
Estava na hora de enfrentar os seus demônios e dar voz a esse amor. 

Tanto sabia, que sem dizer nada, apartou na casa de Hermione e Ron. Sabia que antes de qualquer coisa, precisava de duas palavras de duas pessoas amigas que iriam lhe assegurar que estavam do seu lado. Qualquer que fosse a sua escolha.

- Mione. - Harry a encontrou na cozinha, sabendo que pela hora, era aonde ela estaria. - Mione, eu preciso muito que você me ajude.

- Meu deus Harry, me diga o que ouve! Foi os meninos? Eu vi o jornal! Aconteceu alguma coisa com eles, Harry?

- Não Mione, eles estão bem. Eu que estou prestes a tomar a decisão mais difícil da minha vida e eu preciso que você me diga que vai estar comigo. Por favor. Eu preciso de você. 

- Harry, oh merlim, Harry eu sempre vou estar do seu lado. Está mais que na hora de você correr atrás da sua felicidade. Vá, vá para casa conversar com a Gina, que eu vou logo atrás e trago Lilly para cá enquanto vocês conversam. Ela me disse que a Lilly estava com ela hoje e amanhã mas que voltaria logo para escola. 

Harry nem se quer questionou como Hermione sabia. De alguma forma bizarra, ela sempre sabia. Afinal, ela era Hermione. Ela sempre sabia de tudo.

Ele apartou em casa, ou melhor dizendo, aonde ele chamou de casa pelos últimos anos, e subiu para o seu quarto. Aquela hora, sua esposa chegava do trabalho e deveria estar tomava um banho antes de qualquer coisa. Ao entrar no quarto, ouviu o chuveiro ligado e sabia que teria uma das conversas mais chatas e dolorosas da sua vida. Aproveitou enquanto ela terminava e fez suas malas. Sabia que não teria como permanecer naquela casa depois do que falasse. Trancou a porta quando percebeu o chuveiro desligar. Por mais que ele tivesse ouvido Hermione e soubesse que a mesma tinha levado sua filha para a sua casa, não estava com a mínima vontade de testar e acabar piorando ainda mais a situação.

Gina saiu do banho e encontrou Harry sentado na cama de cabeça baixa. Já sentia que algo não estava certo há muito tempo, mas naquele momento teve certeza. Sua intuição dizia que era hora de dizer adeus.  Seu casamento já não era o mesmo a vários anos e já tinha se perguntado inúmeras vezes o porque e o que poderia fazer para melhorar. Até que entendeu que eles tinham era sim, amor.  Eles se amavam. Não tinha dúvida sobre isso.  Mas não era aquilo, aquele amor, que iria segurava o casamento. Sabia que não era a alma gêmea de seu marido e sabia que foi uma escolha na vida do eleito. Ela mesma nunca tinha achado aquele que poderia ser sua alma gêmea. Ou talvez, estivesse tão obcecada pelo salvador, que esqueceu de ver o mundo ao seu redor. Seu casamento foi uma escolha e sabia muito bem que, por ter feito essa escolha, Harry sofria e não era pouco.  Eram há muito tempo, dois estranhos que não conseguiam mais se entender vivendo na mesma casa, vivendo uma vida acomodada criando os três filhos juntos. Claro que nunca deixaram transparecer nada para ninguém. O problema era deles, mas há muito tempo sabiam que aquilo não poderia ser chamado de casamento. Isso é, se algum dia poderia chamar o que eles tinham de casamento mesmo. Afinal,  eram muito mais amigos que amantes. A quanto tempo eles não se desejavam? A quanto tempo eles não se amavam? Será que um dia passou de algo a mais do que carinho e carência? De qualquer forma, estava na hora de colocar um ponto final nessa história.

- Harry?

- Gina, você poderia, por favor, se vestir? Preciso conversa muito sério com você.

- Me dê dois minutos. - E assim ela fez.

Percebendo o clima que estava naquele quarto, pegou a primeira roupa que encontrou no armário, sentindo a urgência do momento, e viu naquele momento o que mais temia durante anos. As malas. Símbolo daquele que era o final do seu casamento. Respirou fundo, entrou no banheiro e se trocou. Se permitiu um momento para pentear o cabelo e lutou contra as lágrimas e o nó que em sua garganta, que queriam de todas as formas surgirem. Levantou a cabeça e naquele momento, entendeu.


Nós nunca conseguiremos segurar aquilo que nunca nos pertenceu.

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