Capítulo único

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O alarme tocô

- Ah man para. Quero dormir não aguento mais essa vida de acordar cedo.

- Já são mais de oito hora menino, para de reclamá.

Para conferir as horas, o menino desbloqueou o seu celular.

~Estamos com saudades~

- Eu tava com isso instalado? Oxe. Parei no 60% do inglês e depois nunca mais. Acho que vou é desinstalar isso.

- Ô menino vai logo lá comprar pão vai. Cabô a massa de tapioca.

- Já? Ô bicho pra comer é minha irmã viu.

Depois de um longo banho, Julius foi até sua cama, onde suas roupas estavam dobradas e engomadas.

- Muito bom o cheirinho de roupa limpa. Já são quais 9? diabo de tempo é esse? Vou é perder o dia nessa padaria.

~Você recebeu uma mensagem~

- Marminino de novo isso? Se tu não parar eu vou é te desinstalar.

Uma caminhada de 10 minutos cansou os pés calejados de jovem Julius, até que, movido pela onda jovem da insegurança, para evitar contato com semi-conhecidos, apanhou o celular e começou a fingir interesse na tela de fundo.

~Percebemos que você está nos ignorando :c. Vamos parar de lhe enviar mensagens."

- Ô coisa chata meu deus! Vou tirar a internet por enquanto.

Ao adentrar na padaria, o jovem se deparou com uma imensa quantia de pessoas.

- Todo domingo é isso. Tenho que vir nessa padaria e pegar uma fila gigante pra pegar 3 real de carioquinha... - o tempo se arrastava assim como nas aulas de economia - Finalmente é a minha vez. Me vê aí uns 3 reais aí.

O home da padaria começou a por os pão

- Eita. Mofaro ó

- Como assim? Vocês não fizeram esses pões agora não?

- Isso aí é com o padeiro. Eu só ponho o pão no saco e peso.

- E é quanto tempo pra fazer os pão carioquinha de novo?

- Pode por uns 15 minuto

- Não acredito nisso viu man. Não é possível. - Julius Nagaita foi até a mesinha mais próxima, sentou-se e retirou o celular do bolso.

~Venha praticar o seu inglês no duolingo. Estamos com saudades.~

- Ué. Tenho nem internet e essa praga fica me mandando fazer lição.

De repente, adentra na padaria do seu Tadeu um grupo de emos otakus tocando a 5 abertura de naruto.

- Rapaz muito boa essas músicas aí. Só queria saber o que eles tão cantando. Será se no duolingo tem japonês pra praticar?

- Os pão chegaro. Vai querer quantos?

- Bota uns moreninho aí. Põe uns 6 ai que tá bom.

Julius, apressado e com um saco de pões quentinhos saiu para sua afável casa.

- Nem vi se tinha coisa pra comer com pão. Ô mãe tá em casa? - No entanto, ninguém o respondeu. - Pois vou é comer tudo. Nham nham.

Horas se passaram, e o animado Julius esqueceu-se, como de costume, de suas tarefas diárias com o duolingo. Após ver muitas playlists de vocaloid, Julinho adormeceu.

O branco invadia seus olhos e o cegava-o quando frias correntes pressionavam e torciam sua pele. Seus sentidos lentamente voltando: sua pele queimava, os pelos de sua nuca eriçados e, lentamente, penas verdes caiam ao seu redor. A plumagem espalhada pelo chão, formavam um círculo com uma estrela de 7 pontas circunscrita. 6 dos vértices estavam ocupados por pessoas idosas e com terríveis rostos cansados e sub-humanos. Enquanto tentava controlar sua mente em busca de alguma racionalidade, um enorme pássaro de garras afiadas e bico pontiagudo, pousara de supetão, prendendo seus braços contra o chão e cravando a agulha de sua cabeça no ombro do jovem. Os gritos de Julius não emitiam qualquer barulho. Em vez disso, os seis membros da estrela incompleta murmuravam em línguas desconhecidas, tremendo e reverenciando o mostro que devorava o ombro do garoto.

- Você esqueceu-se de mim.

A dor alucinante impedira Julius de ver quando o pássaro parara de revirar sua carne e começara a falar.

- Sempre me ignorou, mas, desta vez, você não pode fazer isso. - a gigantesca ave levantou voo, segurando o braço do jovem e carregando-o até a sétima ponta de estrela.

Livre das garras excruciantes, a queda até a sua posição designada fora lenta, cada vez mais lenta até que, com a perda total, mais uma vez, de seus sentidos, o garoto acordou com um susto.

- Isso... foi um sonho? Mas pareceu tão real... - o pensamento do garoto fora interrompido por uma luz que perfurava suas pálpebras.

- Let's start to learn portuguese! I very excited!

- Mas o quê é isso? - aproveitando-se de sua confusão, um botão de áudio aparecera em sua frente e, antes que se desse conta, uma ânsia de vômito o dominou, porém, em vez de restos de sua janta do dia anterior, saíram palavras simples – Maçã; Escola; Pinguim.

Julius, agora e para sempre, estaria preso dentro de uma maldição: A Maldição de Duolingo.

Creepypasta - DuolingoWhere stories live. Discover now