-Ainda seremos amigos, não é?

-Não há nada que eu queira mais.- Falo para enfim sair.

                   NOAH URREA

-Que bom que eu te ajudei, Sofya.- Diz Heyoon se sentando na cama do Josh.- E foi o seu amiguinho que me deu a chave dele. Mas enfim, eu vim aqui para falar com vocês sobre a questão da comida.

-Não íamos pedir comida japonesa e comer todos no quarto da Joalin e da Sofya?- Pergunta Sina.

-Ei, por que no meu quarto? Vocês vão sujar tudo!- Diz Sofya eufórica.

-Foi a Joaninha que falou...

-Mas eu não concordei com isso.- Fala Plotnnikova me interrompendo. E fazendo assim, eu levantar meus braços em forma de rendição.

-Não tá mais aqui quem falou.- Digo.

-Sofya, relaxa. O povo decidiu comer num restaurante que eles viram no caminho.

-Não, não e não.- Digo fazendo as três me encararem.- Eu vou pedir minha comida e depois dormi. Eu estou muito cansado.

-Noah, todo mundo vai.- Disse Heyoon levantando-se.

-Por favorzinho! Não vai ser a mesma coisa sem você.- Fala Sofya sorrindo.

Mas eu não respondo nada, apenas fico a encarando.

-Para de graça, Urrea. Você vai sim, nem que eu precise te arrastar.- Diz Sina me fazendo revirar os olhos.

-Afinal, por que vamos sair?- Resolvo perguntar.

-Não sei ao certo.- Diz Heyoon pensativa.- Sabina disse que precisava animar a Any. E que sair com todo mundo a deixaria bem.- Olha para a Sofya, e percebo que a mesma ficou inquieta e chateada. Com certeza ela sabe o que aconteceu.

-Espero mesmo que ela fique feliz. Por causa dela que eu vou ter que sair do meu quarto.- Digo rindo.

-Tá, tá...- Fala Sina rindo.- Que horas, Heyoon?

-Às oito horas em ponto, hein.- Diz saindo do quarto.- Não se atrasem.- Fala a mesma do corredor.

...

Acabo de ver o carro em que se encontravam a Any, a Sabina, a Hina e a Shivani sair em direção ao restaurante.

E logo atrás, sair o carro que estava com o Bailey, ocupando o banco da frente, enquanto o Krystian, a Joalin, a Diarra e a Heyoon se apertavam no banco de trás.

-O nosso carro pessoal.- Escuto Sina dizer quando o carro que nos levaria estaciona bem na nossa frente.

-Não nos diga.- Falo fazendo cara de surpreso.

-Hahaha...- Ela ri me dando língua.- Você é tão engraçado, né?

Vamos todos para o carro, e eu olho para o banco de trás e tento decidir onde me sentar. Não sei se devo ficar atrás de Josh, que está no banco do carona. No meio ou atrás do motorista. Vou senti-lo onde quer que me sente. Ele está em todo lugar.

Todas as coisas são Josh.

É assim quando alguém gosta de uma pessoa. Ela não está em lugar algum e, de repente, está por todo canto, quer você queria ou não.

Fico me perguntando se ele me enxerga em algum lugar, mas o pensamento não dura muito. Sei quando uma pessoa se sente atraída por mim, e Josh com certeza não se encaixa nessa categoria. E é por isso que preciso descobrir como acabar com o que quer que eu sinta quando estou perto e longe dele.

-Quando tempo até chegarmos?- Pergunta Sofya que se encontra no banco atrás do Beauchamp.

-Cerca de meia hora, talvez um poquinho mais.- Responde o motorista.

Mas pra que fim do mundo estamos indo? Não tinha um mais perto, não? Óbvio que tinha, tinha um dentro do nosso hotel, tinha um na esquina, mas não! Vamos escolher o que fica meia hora de distância.

Incrível.

-Meu Deus, por que escolheram um lugar tão longe?- Pergunta de novo.

Porque eles são retardados.

-Eu não sei, mas me acorde quando chegarmos.- Diz Sina se apoiando na janela.

Vinte minutos se passaram, e o movimento do carro me deu dor de cabeça. Me acomodo melhor no banco de trás, encostando a cabeça e colocando os pés no console entre o motorista e o Josh. Ele olha para mim pelo retrovisor, e seus olhos parecem mãos percorrendo cada centímetro do meu corpo. Fica me encarando por não mais do que três segundos, e então volta a olhar para a estrada.

Ainda estou encarando-o pelo retrovisor, quando ele olha para mim mais uma vez. Baixo o olhar em direção as minhas mãos, um pouco envergonhado por ele ter me flagrado. Mas o espelho é como um ímã, e claro que meu olhar se lança de volta para ele.

No segundo em que olho para o espelho novamente, ele faz o mesmo. Olho para baixo.

Merda.

Esta vai ser a ida ao restaurante de carro mais longa da minha vida.

Aguento mais dois minutos e olho novamente.

Merda.

Ele também.

Sorrio, gostando desse jogo que estamos fazendo, seja lá qual for ele.

Mas, no mesmo instante, me sinto uma pessoa horrível. Ele é meu melhor amigo, e ele tem uma namorada. Namorada essa, que por sinal, é minha amiga.

Ele sorri também.

Ele. Sorri. Também. Me tirando de qualquer devaneio de que eu seja uma péssima pessoa.

Josh olha de volta para a estrada, mas seu sorriso fica ali por vários segundos. Sei disso, pois não consigo parar de encará-lo. Quero tirar uma foto antes que ele desapareça, mas seria bem estranho.

Ele baixa o braço para apoiá-lo no console, mas meus pés estão no caminho. Ergo-me sobre as mãos.

-Desculpe.- Digo baixo, enquanto começo a puxá-los para trás.

Os dedos dele envolvem o meu pé descalço, pausando meu movimento.

- Pode deixar.- Ele fala sorrindo.

A mão dele ainda está ao redor do meu pé. Estou encarando-a.

Nossa senhora, o dedão dele acabou de se mexer. Se mexeu de propósito, acariciando o lado do meu pé. Minhas coxas apertam-se uma contra a outra, e a respiração para nos pulmões, e as pernas contraem-se.

Preciso mastigar o interior da bochecha para não sorrir.

...

Escuto Hina me chamando, e dizendo que já tínhamos chegado ao hotel. Desço do carro e vejo Sina e a Yoshihara rindo de algo, e então, percebo Joalin envolver seu braço ao meu. Sorrio de lado e pergunto se está tudo bem.

-Eu só estou com saudades.- Fala sorrindo.

-Joaninha, nos vemos 24 horas por dia, todos os dias.- Digo a girando.

-Eu sei, mas ainda assim, estou com saudades das nossas conversas de horas e horas.- Ela diz me girando.

-É que ultimamente você tem estado muito com o Bailey, aproveitando cada momento.- Digo a parando bem quando entramos no hotel.- E eu só não queria estragar.

-Você não estragaria nada, Noah.- Diz me dando um beijo na bochecha.- Boa noite, anjo.

-Boa noite, Joaninha.

What Are We Waiting For?Donde viven las historias. Descúbrelo ahora