Flores de Inverno ♡ changki

Fantasmas

Portanto, ele apenas afastou se corpo em um único solavanco, rudemente empurrando Changkyun para o lado. Ainda com Hoseok em seu encalço, Shownu não tinha tanta movimentação quanto Jooheon e, para resolver aquele "pequeno" problema, Hyunwoo simplesmente jogou seu corpo contra o de Jooheon. Ambos foram parar no chão, o estrondo fazendo Kihyun gritar mais alguma coisa da sala, desesperado.

Depois disso, Jooheon não entendeu mais quais golpes um estava usando no outro. Havia apenas sangue, quente e metálico, invadindo sua boca – ele ou Shownu provavelmente haviam se cortado – e socos e chutes e xingamentos de ambas as partes. Estava tudo um completo caos, enquanto eles literalmente rolavam de um lado para o outro no chão, brigando como se houvesse um grande motivo por trás daquilo, além de orgulho ferido de ambas as partes.

Hoseok ainda tentava separá-los, mas sozinho dessa vez. Jooheon demorou um pouco para perceber que Changkyun não estava mais ali, tentando inutilmente fazer com que eles parecessem com aquela briga idiota. Como Hoseok, embora forte, não estava conseguindo separar dois homens adultos, Jooheon pensou que poderia continuar com aquilo por muito tempo ainda. Doía, mas não era o suficiente para nenhum dos dois parar.

Aquele pensamento apenas se desfez quando, finalmente, um dos gritos de Kihyun fez sentido em meio à toda aquela confusão. Jooheon demorou um pouco para entender, processar, mas Kihyun estava gritando claramente as seguintes palavras:

— CHANGKYUN! PORRA, ALGUÉM AJUDA O CHANGKYUN! — a menção do mais novo do grupo e o desespero impregnado na voz de Kihyun finalmente fez com que todos ali parassem. Shownu se levantou mancando e Jooheon sentou-se no chão, ambos completamente desnorteados. Enquanto isso, Hoseok se afastava dos dois e ia checar o que estava acontecendo. O enfermeiro parecia vermelho demais, como se também estivesse participando da briga e tivesse levado um ou dois socos durante o processo de separá-los.

Quando seus olhos finalmente encontraram Changkyun, Jooheon sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Não os socos que estava recebendo antes, mas um bem pior, que acertava diretamente seu coração. O mais novo do grupo estava a cerca de dois metros de distância, deitado no chão, completamente encolhido e chorando copiosamente. Seu corpo retraído em posição fetal e os braços sobre a cabeça e abdômen davam a entender que Changkyun estava se protegendo. Jooheon perguntou-se de quem Changkyun achava que precisava se proteger para estar tão apavorado assim.

Hoseok, o único que havia se aproximado do mais novo, o observou com o semblante preocupado. Um sentimento de pura pena e tristeza preencheu o enfermeiro quando ele percebeu, surpreso, que Changkyun tinha uma das mãos em sua garganta, a boca aberta e os olhos arregalados enquanto tentava recuperar o ar que havia perdido. O enfermeiro havia trabalhado tempo demais no hospital para reconhecer um ataque de pânico e era exatamente isso o que o outro parecia estar tendo naquele momento.

Logo, Shownu e Jooheon se aproximaram do corpo de Changkyun, tentando tocá-lo, acalmá-lo, ambos perguntando repentinas vezes se estava tudo bem com ele. Hoseok nunca quis tanto socar dois desconhecidos quanto naquele momento. Aquilo não ajudaria em absolutamente nada. Muito pelo contrário. Ter dois homens machucados, fazendo dezenas de perguntas por minutos apenas pioraria toda a situação.

Portanto, por mais que fosse completamente contra a violência, Hoseok empurrou os dois de perto do mais novo com uma força considerável. E, antes que eles pudessem se recuperar do choque do empurrão e irem novamente para cima de Changkyun, Hoseok pegou o fisioterapeuta no colo com alguma facilidade e caminhou até o sofá-cama.

— Não me sigam! — ele avisou assim que Jooheon e Shownu voltaram a caminhar atrás de si, olhando para trás com sua expressão mais enfurecida possível. Felizmente, os dois ficaram quietos no mesmo lugar, embora fosse nítido o quão preocupados e culpados estavam se sentindo e o quanto queriam segui-lo.