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   Era a primeira vez que Brian ia a uma praia, o mar visto pessoalmente era muito mais bonito, era imenso, e parecia até infinito, o barulho das ondas, o azul da água, para um bom observador da natureza, aquela visão era realmente um paraíso. Ainda estava pensando na noite maravilhosa que teve com o seu namorado, eles não fizeram nada além de dormir, Brian deitou de barriga pra baixo, deixando o loiro dormir em suas costas, ele o aqueceu durante a noite,  ficava feliz sempre que consta agir como o namorado carinhoso e protetor que Roger merecia. Ele ficou tanto tempo concentrado nas ondas, pensando em como estava feliz, que nem percebeu o namorado o chamando.

   — Bri!

   — Desculpa amor, eu estava um pouco distraído. — Ele sorriu. — É lindo, não é?

   — Demais, é tão azul...

   — Lembrei da mini poesia que você fez sobre os olhos azuis do seu namorado, agora você está vendo tudo pessoalmente. — Deaky terminou que colocar o guarda sol. — Se bem que você está mesmo precisando pegar uma cor, se jogarem um refletor em você alguém acaba cego.

   — Você é muito sem graça sabia? — Ele deixou uma de suas inseparáveis sacolas de tecido no chão, de acordo com ele, sacolas plásticas poluiam demais. — Vocês vem?

   — Vão vocês dois primeiro. — John deitou sobre sua esteira, colocando um óculos escuros. — Eu e o Freddie vamos pegar um sol primeiro.

   — Vem logo!

  Roger segurou o pulso do namorado, e os dois saíram correndo pela areia. O loiro usando shorts pretos e seus famosos óculos escuros enquanto Brian estava um tanto engraçado usando um chapéu de praia, ele visualizou bem aquela cena, o céu azul, o mar, a areia, e principalmente, Roger a sua frente, queria guardar aquilo em sua memória, relembrar daquele final de semana por vários anos de sua vida. Os dois pararam de correr quando chegaram a beira da praia, Brian observou as conchas semi enterradas na areia úmida, trazidas pelas ondas, Roger estava achando a cara de surpresa dele com tudo o que via de novo muito engraçada.

   — Vem logo! — Ele novamente saiu puxando o namorado mar a dentro, os dois corriam molhando seus pés na água, o loiro não parava de dar risada. — Não precisa ter medo, o mar não vai te engolir!

   — Não acha que estamos indo muito fundo? — Ele segurava o chapéu com a outra mão.

   — A água ainda nem bateu na cintura, pelo menos não na minha, também ninguém mandou você ser um gigante!

   — Você fala como isso fosse escolha minha.

   — Acho que aqui está bom.

   Os dois pararam de correr, a água já estava passando da cintura de Brian, as ondas não estavam muito altas e a água não estava tão fria, tudo estava perfeito, era até impressionante.

   — Eu também não venho mais para a praia, eu ia mais com o meu pai quando eu era criança, fico feliz que os dois estão tendo uma vida mais reservada para eles e eu estou com a minha, eu ainda preciso te mostrar para eles.

   — Estou ansioso para quando esse dia chegar... — Brian nunca tinha conhecido o seu pai e sua mãe tinha morrido quando ele tinha dezenove anos, já tinha contado isso para Roger, não negava que sua mãe fazia falta, mas se sentia bem cuidando da pequena terra em que ele cresceu, a terra era sua conexão com sua mãe, isso era uma espécie de incentivo para ele continuar trabalhando daquela maneira. — Seus pais parecem legais.

   — E eles são, minha mãe com certeza vai te adorar, ela queria que eu arrumasse uma namorada delicada que gostasse de jardinagem, acho que ela prevê o futuro ou algo assim.

   — Eu não sou uma namorada.

   — É um bebê que gosta de jardinagem, então dá na mesma... — Roger o abraçou. — Está tudo bem?

   — Está, é que eu só deu vontade de te abraçar, posso ficar mais um pouco?

   — O tempo que você quiser.

   Ele afundou seu pescoço na curvatura do corpo do loiro, beijando seu pescoço com delicadeza, enquanto ouvia o barulho das ondas, estava tão feliz...

  Até que uma onda veio forte o suficiente para derrubar os dois na água.

   A boca de Brian estava amarga de tanta água salgada que ele tinha engolido com o empurrão da onda, conseguiu pegar o seu chapéu, mas Brian perdeu os óculos dentro da água. Ele estava tossindo bastante, parecia que tinha batido a cara no chão e engolido um pouco de areia.

   — Essa areia é horrível! — Ele tossia, e Brian tentava segurar a risada. — Isso não tem graça seu maldito!

   — Tem sim! — Roger jogou água em Brian. — Isso por acaso é uma guerra?

   — Agora é!

   Os dois estavam jogando água um no outro como duas crianças pequenas brincando em uma piscina, enquanto isso, John e Freddie estavam sentados na areia, tentando achar a dupla de amigos no meio do oceano. Quando os visualizou, Freddie sorriu, depois deitou ao lado do seu namorado, que tomava água de coco.

   — Eu estou muito feliz por eles sabia?

   — Eu também.

   — Vamos fazer uma coisa? Se um dia, os dois acabarem se casando, vamos implorar para sermos os padrinhos?

   — Quem sou eu pra discordar de você... — Antes que ele voltasse a tomar sua água de coco, Freddie lhe roubou um selinho nos lábios. — Você só me pega desprevenido!

   — Essa é a ideia. — o homem ficou levemente corado.

   O dia passou, eles se divertiam enquanto alternavam quem ficava tomando conta das coisas na praia e quem ficava dentro da água. As vezes iam os casais, ou ficavam os amigos de longa data, o importante era que ninguém ficasse sozinho. Foi uma tarde mágica para Brian, ficar mais íntimo de seu namorado e criar um laço de amizade mais forte com Freddie, que ele tinha acabado de conhecer, mas já o considerava muito, afinal, ele dominava arte de considerar as pessoas com pouco conhecimento sobre elas.

   Mesmo com os banhos de água salgada, as partidas de vôlei de praia, os cabelos de areia e a coleta de conchas, o momento mais mágico do dia foi quando eles quase estavam voltando para a casa, e o sol estava começando a se pôr.

   Os quatro foram para a beirada da praia, já tinham arrumado todas as suas coisas, mas Brian convenceu todos a ficarem ali para ver o pôr do sol, e obviamente, Roger deu o total apoio. O céu estava em belos tons alaranjados, o sol estava começando a se esconder atrás do mar ao horizonte, aquilo era uma das coisas mais lindas que ele já tinha visto em toda a sua vida, qualquer um poderia perceber o quão feliz ele estava observando aquela cena.

   Tudo ficou melhor quando ele sentiu a mão de Roger se entrelaçando na sua. Ele a segurou com força, fechou os olhos por um segundo, agradecendo a Deus por tudo o que estava acontecendo em sua vida.

   — Florista Bonitão. — Roger o chamou.

   — Diga.

   — Me promete... Que nunca vai me abandonar? — Ele olhou para o lado, vendo Roger concentrado no horizonte. — Lembro de quando vimos o sol nascer pela primeira vez juntos, e esse me pareceu um momento muito simbólico.

   — Se eu quebrar essa promessa, vou me sentir mal pela vida inteira... Então vou fazer de tudo para ficar ao seu lado.

   Os dois se olharam, e sorriram involuntariamente.

   — Eu te amo Roger Taylor.

   — Eu te amo Brian May.

   — Se beijem logo! — John e Freddie interferiram.

   Era uma cena digna de um filme de Hollywood, os dois se beijando, enquanto o sol se despedia e a lua aparecia no céu, foi um dos momentos mais felizes em toda a vida de ambos.

   E essa felicidade só iria aumentar.

  

Girassol • MaylorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora