????1: Mitsuki, não vou te responder positivamente falando. Vai ter vezes que você não vai nem poder dizer o nome dele. Mas, se ficar quietinha, vamos poder te ajudar a falar com ele.

Mitsuki: E por que vocês estão me levando?

????2: Estamos sob chantagem. Agora, fica quieta. - ele diz, de forma mal-humorada.

Bufo e aperto minha saia. Sinto meus olhos arderem e meu coração apertar. Espero que nada aconteça ao Kanda ou a qualquer um.

***

Chegando em um local, que, por estar com um saco na cabeça, não sei onde é. Quando me sentam em uma cadeira e amarram meus braços para trás, suspiro preocupada. Ouço vozes por todos os lados e uma delas, feminina, eu reconheço.

Sinto mãos, em minha cabeça, puxarem o saco. Pisco algumas vezes para me acostumar com o ambiente claro. Infelizmente, bem bagunçado, ao estilo de uma casa abandonada. Porém, lá, encontro cinco pessoas: os dois que me trouxeram, Alma e Tikky Mikky, uma loira, Eliade, uma adolescente e um homem.

Alma e Tikky não me eram surpresa. Ver Eliade foi uma surpresa. Das grandes. Agora, a adolescente é ninguém mais, ninguém menos que a oferecida da Katie. Isso, sim, foi uma surpresa!

Katie: Por onde andou, Mitsuki? - ela perguntou com voz de deboche.

Mitsuki: Pelo chão. E você? Acredito que pelo mar, lugar onde piranhas como você não devia nem ter saído. - digo no mesmo tom que ela. Sinto meu rosto esquentar e noto que recebi um tapa. Num movimento rápido, levo minhas mãos ao ventre.

Katie: Você não me xinga, sua inútil!!! - ela grita e tenta avançar na minha direção. Por sorte, Alma a segura.

Alma: Se acalma, Katie! Mitsuki está grávida! Não pode descontar sua raiva nela!

Katie: Eu posso fazer o que quero com ela! E não me dê ordem, Alma!

Tikky: Pense bem no que pode te render tudo isso.

A garota se acalma. Depois, sorri maleficamente e sai do local, sendo acompanhada pelo homem. Tikky se apóia em mim antes de me puxar uma cadeira.

Tikky: Fique aí. Vai ser meio difícil te deixar aqui sem que aquela mulher venha mexer com você. Eliade, busque um copo com água para Mitsuki?

Eliade sorri na minha direção antes de se retirar. Ainda em choque, apenas ouço o que as pessoas ao meu redor falam. Depois, vejo o copo na minha frente e Eliade com um sorriso confortante no rosto.

Após ingerir o líquido, me sinto estranha e suspiro, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Começo a chorar de medo, encolhida em mim mesma.

Alma: Hm? Mitsuki? - ele diz, se ajoelhando na minha frente.

Eliade: Alma, deixe-a em paz. Ela está com medo. E o choro é ocasionado pelos hormônios da gravidez. Vamos cuidar bem de você, Mitsuki. - olho pra ela, piscando algumas vezes. Cesso meu choro enquanto ouço-a falar. - É uma promessa.

Mitsuki: Eu achava que você era uma bruxa. - digo, olhando em seus olhos.

Um silêncio geral consome o lugar, até que ouço risadas estrondosas se espalhando por todo o canto daquela sala.

Mitsuki: Mas, o que foi?

Tikky: Presa, no maior desespero, chorando, com medo e você vem querer dizer o que notava ou achava da garota? Você não existe Mitsuki.

Faço bico enquanto Eliade aperta de leve minha bochecha.

Alma: O próximo passo, mais importante, vai ser como te tirar daqui. Íamos precisar da ajuda do Kanda. Mas isso não podemos mais contar. Infelizmente.

Mitsuki: Por quê?

Alma: Ela vai perceber que foi nós quem chamou ele.

Mitsuki: Se souberam disso, porque não evitaram?

Tikky: Não tínhamos chance, Mitsuki. Katie tem informantes em todos os lados.

Mitsuki: Os familiares da Lenalee são policiais. Já tentaram?

Eliade: Que amiga. Sabe até a árvore cronológica da vida das amigas.

***

POV. KANDA

Assim que todos se retiram de casa, me jogo no sofá, alisando incansavelmente a mão sobre a cabeça. Depois, começo a sentir meus olhos lacrimejarem. Vejo o celular da Mitsuki encima do sofá e lembro da minha pequena. Quando sinto que uma lágrima vai rolar, me ergo e me lembro que chorar não vai ajudar a procura da Mitsuki.

Torno a me sentar no sofá e sinto o mesmo afundar ao meu lado. Olho na direção e vejo minha mãe. Ela segura minha cabeça e me abraça, deitando minha cabeça em seu ombro. Sem notar, envolvo sua cintura com meus braços, lhe dando um abraço firme. Sinto suas lágrimas caírem e molharem meu rosto.

Lorena: Estou tão preocupada. Se eu soubesse, teria evitado tudo isso.

Kanda: Mas não sabia. Você é inocente.

Lorena: Não consigo parar de pensar nela.

Kanda: Eu também não. Mitsuki entrou no fundo do meu coração e ficou lá. E o pior é que a polícia só pode dar como desaparecida depois de um certo período de tempo.

Vick: Nós vamos achá-la, mano.

Kanda: Eu só espero que minhas pequenas estejam bem.

Lorena: No plural?

Kanda: Minha Mitsuki e minha filha.

GRÁVIDA DE UMA APOSTA - Em Anime Onde as histórias ganham vida. Descobre agora