— O cheiro está ótimo.

Matthew se virou para me olhar quando ouviu minha voz.

— Fiz alguns Waffles. — ele fez uma pausa dramática, sorrindo — Quer dizer, eu coloquei pra assar. — apontou para a caixa de Waffles congelados que vende em supermercados, só esperando para serem assados.

Dei risada.

— Não existe Waffles melhores. — pisquei pra ele que sorriu.

Ele corria de um lado para o outro enquanto preparava as coisas, achei tão fofo a forma como ele queria me agradar, mesmo sendo um desastre na cozinha. Pelo visto sua única vocação era fazer filés. Lembro quando preparou um filé suculento uma vez em que estive aqui, mas fora isso, acho que ele não tinha muita vocação para fazer outras coisas.

— Prontinho! Waffles, mel e frutas bem picadas. — trouxe o meu prato que estava bem caprichado.

— Hmmmm, obrigada. — peguei o garfo, cortei o Waffle, coloquei um pouco de mel e morangos, então me saboreei. Estava muito bem assado. — Aprovado, Chefe Finley.

Ele sorriu orgulhoso.

— Muito obrigado! — fez uma reverência e acabamos rindo. Ele também se sentou ao meu lado para comer os seus Waffles.

— Foi legal da sua parte ter levado a ruiva ontem pra casa.

Ele me olhou em surpresa, com um leve sorrisinho no rosto.

— Você já sabe o nome dela, eu falei uma vez.

O sorrisinho em seu rosto deixava claro que ele estava se divertindo. Ele de fato falou o nome dela uma vez quando começamos a sair juntos. Eu estava em um encontro com o Asher – meu colega de estágio – e ele apareceu no restaurante com ela. Depois de alguns amassos no banheiro, nos livramos dos nossos pares e começamos a sair daquele dia em diante. Eu realmente não me lembrava do nome dela, e agora ele estava com essa cara de convencido achando que fiz de propósito por estar enciumada.

— Eu costumo não me lembrar de coisas que eu não me importo. — dei de ombros, dando mais uma garfada no meu Waffle.

Ele riu.

— Brianna. O nome dela é Brianna, e fico feliz por não ter dado pra trás, nada daquilo estava nos meus planos.

Eu que o diga. Pensei comigo mesma. Tive vontade de me abrir com ele, dizer como eu me senti ao achar que ele estava com ela ao invés de estar comigo, mas seria pessoal demais e o momento ainda não era o certo. Talvez um dia.

— Eu vi que você foi sincero, e achei legal sua atitude. Ela provavelmente nem chegaria bem em casa se você não tivesse ajudado. — ele sorriu em agradecimento, mas então seu olhos ficaram terrivelmente escuros, como se a escuridão que há nele estivesse o dominando nesse momento. Matthew ficou pensativo e com seus pensamentos longe. — Matt? — sussurrei calmamente. Ele suspirou ao ouvir minha voz. — O que está acontecendo? Conversa comigo? — segurei sua mão com força. Eu sabia do seus problemas emocionais, e alguma coisa estava o assombrando agora.

— Você disse que eu fiz a coisa certa, notei um orgulho na sua voz, como se eu fosse a melhor pessoa do mundo, mas eu não sou. — seus olhos azuis não existiam mais, toda a sua escuridão já havia o tomado. — Eu não sou uma pessoa boa, Kate. Eu tento ser, mudei muito meu comportamento desde que eu cheguei aqui, desde que eu conheci você, mas... — suspirou fundo, como se isso aliviasse todo o peso dentro de si. — Eu não sou uma boa pessoa.

Parecia que uma nevoa negra estava sobre ele agora, levando toda a luz e o brilho que ele tinha. Fiquei chocada com a sua confissão. Ele não se achar uma pessoa boa é terrível. Não fazia ideia do porquê dele pensar dessa forma.

As Sombras de Finley: IntensoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ