Juliana Valdés, sempre foi uma mulher admirável, não somente por sua beleza hipnotizante, mas também por sua inabalável determinação. Entre linhas suaves e precisas ia revelando-se mais um belo e delicado vestido desenhado por ela, ser estilista sem...
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Valentina
Pequenos pingos de chuva batiam contra a janela, o céu está nublado, acinzentado. Faziam alguns minutos que estava ali, apenas observando como as gotas iam atingindo a janela, se intensificando cada vez mais. Eu não queria pensar no que havia acontecido com Roberto esta manhã, não queria pensar em como eu deixei-me enganar dessa forma, como fui ingênua em não perceber como ele era de verdade. Mas eu não conseguia evitar, era o que mais habitava em minha mente.
Tento pensar nas palavras que Juliana havia me dito: "Tudovemcomumpropósitoevaiporumarazão. Coisasboaslheesperamnofuturo, ésómanteracalmaepensarpositivo. Vocêsóestápensandoporumatempestade, acrediteemmim, vaipassar. Semprepassa."
Eu espero de verdade que ela tenha razão.
Pego o meu celular e vejo se Juliana havia respondido algo, depois de ter lhe dado o endereço do hotel em que me instalava. E nada, ela apenas visualizou, mas não respondeu.
Talvez tenha se cansado de mim. É normal que chegue um momento em que as pessoas se cansam de mim. Sempre acontece.
Mas não pensei que seria tão rápido assim.
Não sei exatamente o que estava esperando, talvez quisesse manter uma amizade com ela. Juliana havia me transmitido demasiada confiança, o que era muito estranho, já que demoro para confiar nas pessoas. Mas com ela foi de imediato, como se a conhecesse há anos.
Jogo o celular sobre a cama e volto a observar a chuva, que agora parecia estar mais forte que antes.
A campainha toca, me fazendo levar um pequeno susto. Quem poderia ser? Eu não havia pedido nenhum serviço de quarto.
Abro a porta, revelando quem é.
- Juliana?
Ela abri um sorriso ao ver-me. Por um longo momento permaneci calada, apenas deixando-me perder pela imensa escuridão de seus belos olhos negros. Juliana realmente estava ali em minha frente, e parecia haver a mesma intensidade em seu olhar.
- Eu posso entrar? - perguntou-me, ao notar que eu não disse nada.
- Sim, claro. - respondi sem jeito, dando-lhe passagem para que entrasse.
Nós olhamos novamente, em completo silêncio. Estava tão impressionada ao vê-la de novo que não sabia o quê dizer.
- Quê foi? Eu estou incomodando, não é? - perguntou, quebrando o silêncio.
