O Investigador Ambicioso

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Eu sabia que depois desse caso muito bebês teriam o nome de Conrado ou Gálio. Eu estaria mais alto que poderia chegar apenas resolvendo contendas entre camponeses e crimes menores, apesar de odiá-los contas tinham que serem pagas.

Era o meu novo momento. Uma fama maior que o caso da rainha Elise ou das crianças desaparecidas da Vila Luidomm, me aguardava.

***


A Espiral era a central de Teran, tudo que acontecia de importante era relatado aqui e quando mais se descia os degraus mais importância tinha e mais secreto era.

Por fora parecia ser uma grande árvore oca, porém assim que se dava o primeiro passo para dentro se percebia o quanto a magia era maravilhosa. Um grande salão repleto de pessoas e totens passando por todos os lados se revelava. Centenas de magruxeiros e seus fragmentos de alma resolvendo e criando problemas, incontáveis estátuas e artefatos mágicos e tecnomágicos, e além de portais para outros mundos, que apenas os Doze e alguns privilegiados podiam usar.

Pessoas comuns (quando podiam) desciam os níveis da Espiral pelos degraus, mas eu caminhei até o elevador, que funcionava quando se doava um pouco de magia, e apertei o número vinte e um com largo sorriso no rosto. Gálio continuava opaco e quieto, e isso me dava arrepios. Um facho de luz varreu meu corpo e uma voz calma ecoou da madeira.

— Investigador Conrado, membro de elite e convidado de honra. Já é aguardado.

O elevador parou no penúltimo andar, a sala do Alto-Magistrado. O lugar era mal iluminado e com cheiro de tabaco e mijo, quando eu for o líder disso darei a classe merecida a tal lugar de poder . Assim que entrei encontrei o alto policial Lesmir, um senhor rabugento com altos bigodes, uma pança larga e um desejo inadequado por garotas jovens, e sua harpia Meguedera empoleirada na guarda de uma cadeira.

Ele me cumprimentou com um aceno de cabeça rígido. A inveja e a preocupação eram palpáveis, saboreei o momento com um largo sorriso.

Lesmir estava sentado ao lado do Líder do Ligência, o Alto Magistrado Sir Nicolaj Vargo, um jupteriano decrépito de barba lilás e bom porte físico, era comentado que havia sido excluído dos Doze por seus abusos de poder e por maltratar seu totem, um kappa verruguento de nome Ismir.

Mas em minhas investigações descobri que quem o fez sair dos Doze foi o senhor Noar. Ele o acusou de um grave crime, mas não havia nenhum relatório e ninguém tocava no assunto. Eu ainda iria descobrir o que tinha acontecido e como isso se ligava a esse caso. Assim que conseguisse resolver esses mistérios, eu chegaria ao topo dos Doze e poderia até ser um bom candidato a Rainha Lim. Rei Conrado me soava muito bem.

Eu esperava que o Senhor Noar estivesse lá, sua família era complicada, mas era um homem poderoso e de cabeça boa, com as perguntas certas conseguiria resolver dois mistérios. Infelizmente o que me esperava era dois velhos corruptos e tão fracos quanto qualquer criança da escola de magia e tecnomagia. Isso era ridículo, homens fracos de inteligência e índole no poder do vilarejo mais poderoso de Teran.

— Olha quem chega, — Comentou o óbvio com um sorriso nada encantador o senhor Vargo. — Esse homem vai nos dar as respostas para essa atrocidade. — Ele apertou minha mão forte demais em uma tentativa fútil de tomar a liderança da situação. — Como vai Conrado?

Gálio cochichou em meus ouvidos a verdade do que Nikolaj Vargo quis dizer, ele não acreditava que eu poderia resolver esse caso e queria que isso fosse abafado o máximo possível, quem se importava com um lenhador que se machucou com uma árvore? Quem se importa com seres inferiores?

Senhores, eu espero estar à altura de suas expectativas. — Saudei amavelmente, ser educado e cordial fazia parte do meu emprego, além de fingir modéstia. — Eu vou bem de acordo com as possibilidades.

PSICOMALWhere stories live. Discover now