Recuperação

1.6K 187 167
                                    

24 de abril de 2035

Diana sentiu as costelas contraírem, ou o que tinha sobrado delas. Cada pancada tirava um pouco do ar que lhe restava, e ela estava quase desmaiando novamente pela falta de ar. Hematomas espalhavam-se por toda a extensão de seu corpo.

Ela chorou.

Chorou pelos machucados, chorou por seu país que havia sido destruído na guerra, chorou por pensar que não sairia dali viva, mas, principalmente, chorou por Donna Troy Prince.

Ela lembrava-se perfeitamente do sorriso da irmã quando as duas costumavam passear pelas ruas de Jerusalém, os segredos que ela confiava apenas em Diana, as noites em família junto dos restante da família.

Quando Diana partiu para a faculdade no importante Estados Unidos da América, Donna esperneou e chorou por três dias inteiros pela perspectiva de passar anos longe de sua irmã, mas quando Diana retornou para Israel tudo era o mesmo e a amizade das duas prevaleceu.

Ela também lembrava-se do estado deplorável que Donna se encontrava depois que a doença a abateu.

Diana amaldiçoou-se por não ter encontrado a cura antes de salvar sua irmã, e tinha certeza que o que estava recebendo era algum tipo de castigo divino.

Slade Wilson desferiu mais golpes contra seu estômago.

Os olhos de Diana estavam quase se fechando, mas ela viu de relance quando o homem abaixou o zíper da calça e se aproximou dela.

Diana tentou recuar, mas suas mãos estavam amarradas a cama de ferro. Ela começou a gritar e desferir chutes contra o homem.

— Diana! Acorde! Diana! — Alguém a agarrou pelos ombros balançando-a fortemente, ela abriu os olhos e acordou do pesadelo. — Acorde, você está segura.

Diana olhou para os lados, se encontrava em um quarto branco hospitalar, do lado esquerdo havia uma máquina e alguns fios presos em seu corpo controlando seus sinais vitais, um intravenoso bombeava medicamento para seu corpo. Ela usava uma camisola fina e os hematomas de seu corpo tinham saído do tom roxo para um amarelado. Do lado esquerdo havia uma poltrona e uma coberta caída ao chão, e logo a sua frente estava Carol Danvers, a mulher que a tinha salvo.

— Como está se sentindo? Quer que eu chame a enfermeira? — Carol tentou se aproximar, mas Diana se encolheu na cama como se estivesse com medo.

— Onde estou? — Diana tentou encontrar alguma janela ou qualquer sinal que indicasse onde estava, mas não havia nada.

— D. C. Washington, capital dos Estados Unidos. Ou costumava ser, agora é só um grande centro de habitação para os sobreviventes da guerra.

— Você me trouxe aqui.

— Sim — Carol deu um pequeno sorriso — você parecia precisar de um pouquinho de ajuda quando te encontrei.

Os músculos de Diana relaxaram e ela deixou Carol se aproximar.

— Obrigada.

— Você já me disse isso, logo antes de desmaiar.

— Desculpe, eu... Minhas memórias estão confusas.

Final FlightWhere stories live. Discover now