Capítulo 5

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-primeiro a gente vai comer alguma coisa, só um salgadinho não vai me sustentar.

-deixa eu te perguntar, como você consegue ter um físico desses comendo salgadinho logo de manhã?

-obrigada por me chamar de gostoso indiretamente e snak protein, ou seja, um salgadinho saudável.

-aahhh agora faz sentido.

-vamos no Starbucks, já decidi.

-poxa, lá é mó caro.

- não é não.

-pra mim é.

-falando em caro, na real não tem nada haver, eu só lembrei mesmo, o pai falou para mim te dar esse cartão, ele esta vinculado com uma conta que seu pai deixou em casos de emergência, a Lívia não sabe dessa conta, então você pode usufruir dela. Lembrando que tem só 67 mil nela.

-"SÓ"?

Falei indignada, mano eu tenho 67 mil em minhas mãos, através de um pedaço de plástico, uma quantia que daria para pagar o tratamento da minha mãe e ainda sobrava, e o cara fala "só", se minha mãe tivesse procurado meu pai antes, quando ela descobriu o câncer, talvez ela estivesse viva... em tratamento, porque ela não foi atrás dele?...

-É po, a Lívia provavelmente deve ter um cartão ilimitado, então.

-nossa mano eu não tinha noção do que é dinheiro, para mim 1000, era muito. Agora 67 mil é "só".

-Amigona seu pai era dono de DKcia, a maior Impresa de computadores e programação, David Kalahar um dos nomes mais conhecidos na interwebs. E você ainda fica surpresa de eu falar "só", para você ter uma noção, se você ganhar a causa, você vai herdar um patrimônio de 6 bilhões, fora as ações da empresa. E isso nem é tudo, o patrimônio todo do seu pai é de 10 bilhões mais ações da empresa DKcia

- puts, eu vou ganhar mais da metade do patrimônio?

- por ser a única herdeira legal, sim, deveria, fora que o David deixou claro no testamento dele que era seu metade do patrimônio, mas a Lívia não quer, ela diz que é falso, que você não é filha dele, ela alega tudo contra você.

-Mas não tem como provar isso?

-Sim, mas demora um pouco, as análises e tudo mais, mas sua chance de ganhar é de 89%, quase 90.

- ah entendi.

Me calei, e olhei para fora.

Se minha mãe tivesse contado da gravidez antes... talvez eu não teria passado o que eu passei, talvez os dois estivessem juntos e talvez estivessem vivos também. Eu acho que seríamos uma família feliz, mas tudo cooperou para que isso não acontecesse... eu só queria saber o porquê dela ter feito isso.

Agora estou eu aqui, com um turbilhão de coisas acontecendo.

Sou herdeira de uma das maiores empresas do mundo, tenho pessoas boas ao me redor que estão tentando me ajudar, minha vida está melhorando, mas verdadeiramente eu só queria duas coisas... Que minha mãe estivesse viva e queria a oportunidade de ter uma simples conversa com o meu pai, para descobrir que tipo de pessoa ele era.

-Chegamos, aqui é pertinho da escola, então a a gente vai tomar um café descente, dar um trato em você e depois ir pra escola.

- você que manda.

Nós entramos no Starbucks e estava cheio de adolescentes tomando bebidas e conversando.

-O que você quer?

Perguntou me mostrando as coisas que tinham.

-Não sei o que pedir, são tantas coisas, escolhe você vai.

-ta.

Quando chegou nossa vez ele fez o pedido.

- Eu quero dois caramelo Macchiat, uma empanada integral com peito de peru e ricota e um muffim de blueberry.

...

Depois de comermos fomos a um salão de beleza, que por incrível que pareça estava aberto em plena 8:30 da manhã.

-aquele muffim estava tão bom, e o café? Nossa não sabia que café com creme e caramelo seria uma combinação tão boa.

-normal po.

-normal nada, muito bom.

Assim que entramos uma garota olhou para o Maxim e deu um sorriso radiante.

-Maxim! Você veio me ver?

Perguntou enquanto andava em direção a ele.

Ela era baixa, tinha os cabelos ruivos compridos e olhos castanhos, um corpo de dar inveja... ah queria eu um corpo desses, eu me acho bem magra.

-não. Katherin nem tudo gira em volta de você, eu não vim te ver não, nem sabia que você estaria aqui. Vim trazer ela para arrumar os cabelos e fazer a sobrancelha e umas coisinhas a mais também.

Disse olhando para mim e piscando.

- ah então você já arrumou outra putinha? Dessa vez uma que não se cuida? Está decaindo em Maxim, mas eu não me preocupo você sempre volta para mim.

Ela se virou pegou a bolsa e saiu do salão.

- quem é ela?

- ninguém de importante. Senta ali que eles vão cuidar do seu cabelo.

-Maxim... eu quero cortar ele.

- que? Como assim jovem? Seu cabelo é tão lindo.

- não quero mais ter esse cabelo comprido. Quero cortar ele na altura do ombro.

-ta você que manda, seu corpo suas regras.

Assim que ele disse isso eu dei risada, e ele se afastou para conversar com uma das cabeleiras.

- você tem certeza de que quer cortar?

A cabeleireira perguntou

-sim quero cortar ele a cima do ombro.

-um corte chanel?

Ela pegou a revista e me mostrou.

-sim

-você vai querer doar ou vender o cabelo que cortar? Nos doamos para o hospital infantil de câncer para fazer perucas paras as crianças. E se quiser vender nos te entregamos o cabelo e você procura alguém para comprar, até indicamos pessoas se quiser.

- eu vou querer doar.

-tem certeza? Muita gente pagaria muito pelo seu cabelo.

-sim, eu quero doar.

Ela cortou e me mostrou, deu 30 cm de cabelo. E depois ela acertou o corte.

-gostou?

-amei, gostei muito mesmo.

Ela fez minha sobrancelha e me logo depois começou a me maquiar.

Fui sorridente até o Maxim que estava sentado lendo uma revista de moda feminina.

-Maxim?

Ele começou a falar sem tirar os olhos da revista.

-mano eu fico indignado de como tem umas roupas bregas que são "moda", olha isso.

Ele ia virar a revista para mim, mas me olhou antes e abaixou a revista.

Deu um sorriso.

- puts, você tá muito linda, mais linda do que antes.

- obrigada.

Sorri sem graça.

- bom, vamos, vou te apresentar o inferno que é aquela escola.

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