Capítulo 1: Desaparecido

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A mesa estava cheia de papéis para serem protocolados. Delegado Guimarães parecia desapontado com o serviço burocrático que se dispunha à sua frente. Ele queria muito um bom caso para estrear o seu novo posto hierárquico com um pouco mais de adrenalina. Seria mais emocionante desvendar algum mistério em campo do que encaminhar documentos para serem carimbados.

Entediado, acendeu um cigarro e ficou lendo por cima algumas ocorrências:

"Briga de vizinhos com dano ao patrimônio...";

"Atropelamento na SC 434 e omissão de socorro..."

"Jovem apreendido com 50g de cocaína e celular de procedência suspeita..."

Enquanto lia os papéis, ficou divagando em seus pensamentos se seria um grande delegado apartando brigas de vizinhos e prendendo garotos viciados. "Isso também faz parte", pensou. Quando jovem, sempre sonhara em trabalhar como Sherlock Holmes, desvendando mistérios indesvendáveis. Passando os dedos sobre a barba por fazer, decidiu resignar-se ao ofício burocrático que o aguardava.

Após longos minutos, entre assinaturas e tragadas de cigarro, ouviu um barulho de carro estacionando em frente à delegacia. Com o canto do olho, percebeu o dia ensolarado pela janela e notou a aproximação do seu colega e amigo, Sargento Nogueira. Este trazia um envelope pardo em uma das mãos.

- Como vai o mais novo delegado da Comarca de Garopaba? – perguntou Nogueira, despretensiosamente, ao atravessar a porta do escritório. Notando o cigarro entre os dedos, ele ainda acrescentou: - Não me leve a mal, mas essa porcaria ainda vai te matar!

- É difícil mudar velhos hábitos, parceiro.

- Sempre há uma escolha!

O delegado, um pouco desconfortável com o rumo daquela conversa, decidiu mudar o foco:

- Veio aqui pra me fazer terapia ou trouxe algo mais emocionante do que papéis pra eu assinar?

Nogueira olhou sério para seu superior e entregou-lhe o envelope pardo que carregava:

- Acho que vai se interessar pelo caso! Envolve desaparecimento, morte e fenômenos estranhos...

A foto do homem desaparecido foi tirada do envelope. A imagem mostrava um jovem adulto de cabelos escuros e pele morena, de olhar enigmático. Era o primeiro caso investigativo nas mãos do Delegado Guimarães.

- O nome dele é Leandro Félix. Ou, ao menos, era. – anunciou o Sargento, um homem já na casa dos 50 anos. – Ele desapareceu numa saída de campo até a Pedra Branca, no morro da Encantada. Era professor no curso de Biologia há uma década.

- Um homem experiente, pelo visto. – disse, pondo a fotografia de volta no envelope. – Há testemunhas?

- Quatro alunos do curso estavam com ele quando desapareceu. Os bombeiros disseram que os jovens sobreviventes estavam apavorados durante o resgate! Como se algo extraordinário e assustador tivesse ocorrido. Eles falavam sobre o avistamento de luzes e, você não vai acreditar: ladrões de corpos!

- Ladrões de corpos? – indagou o Delegado Guimarães, levantando uma sobrancelha.

- Posso imaginar, pela cena do crime, - continuou o Sargento - que tenham se drogado e partilhado de uma histeria alucinatória coletiva. Porém, o mais bizarro foi o que encontramos lá embaixo no pé do morro: o corpo quase irreconhecível de Potyra da Silva, uma das alunas do grupo!

Delegado Guimarães assumiu uma fisionomia séria, de quem começa uma profunda imersão.

- Quais foram as circunstâncias da morte?

- Ela despencou de uma altura com cerca de 200 metros, tendo diversas fraturas nos membros, costelas e, também, traumatismo craniano. Há suspeita de que ela foi empurrada.

- Já interrogaram os outros?

- Ainda não. Após o resgate, eles foram levados ao pronto-socorro de Imbituba, de onde receberam alta nesta manhã.

- Quero os resultados dos exames toxicológicos do hospital e uma intimação aos três estudantes sobreviventes que estavam na trilha para um interrogatório! Vamos tirar a limpo este caso e acabar logo com essas histórias fantásticas de luzes e ladrões de corpos!


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O que acharam da trama? Alguma teoria sobre o que pode ter ocorrido?

Acompanhe os próximos capítulos deste mistério Sci Fi e tente resolver este caso!

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FENÔMENO OVNI e o caso do professor Leandro FélixOnde as histórias ganham vida. Descobre agora