encostado nos rodopios serenos carregados de maresia, com o toque acolhedor do brilho lunar pintando degradês sobre o mar escuro, enquanto o barquinho boia. por trás dessa parede, meu reflexo turvo se confundindo na água. vai e volta, me desmancha e acaba comigo.
vai depressa, corre para longe. não há maneira, então não consigo acompanhar. vai na frente e não adianta marcar o caminho para mim. meus olhos não olham o chão, se perdem no alto, imensidão azul.
atirar contra o vento, rasgar todo o ar e cair num baque. desflorear cada pétala ressecada e desbotada. eu no topo de um precipício, eu aos pés dele.
ESTÁ A LER
desflorear.
Short Story☁️ - eu no topo de um precipício, eu aos pés dele. @lovfile, 2019