Prólogo

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"Quando seus olhos sorriem me sinto, feliz de um jeito todo especial".

- VS

Flamingo Beach - Aruba

2010

- Eu sei... Eu sei. - Tori se desculpou rapidamente sentando ao meu lado. - Eu prometi estar pronta em 15 minutos. Mas é mais forte que eu, sair sem uma hidratação depois de tanto sol e mar está fora de cogitação.

Eu olhei no fundo dos olhos dela e fingi uma fúria. Mas não aguentei por 5 segundos. Aquela carinha de dó não me deixou partir por aquela linha.

- Está bem amiga, não consigo ficar brava contigo. - Eu gargalhei -  Só não se esqueça estamos aqui para curtir, não estamos na empresa ou festa beneficente da família. Dá pra sermos mais espontâneas e good vibes não é mesmo?

- Você tá certa. Menos pode ser melhor.

- Boa menina. - Falei dando tapinhas bem levinhos no topo da cabeça dela assim como uma vó faria.

- Aí! Meu cabelo não bagunça! - Ela alterou a voz.

- Aí viu durou o que... 1 minuto de good vibes? - Ironizei dando um gole na minha água com gás sabor framboesa.

- Engraçadinha. - Retrucou Tori.  - Amiga meu lado esquerdo, olhe rapidamente mas disfarce.

Terminei mais um gole da minha bebida. Coloquei o copo no balcão do bar da piscina do hotel. E virei para esquerda levemente. E percebi os caras de hoje mais cedo na piscina que ficaram nos observando.

- Eles de novo? - Resmunguei.

- Relaxa Antonella! - Tori ordenou. - Quem precisa de good vibes agora? Ah... vai eles são tão gatos! Percebi que são tão educados com todos os funcionários aqui do hotel. Parecem ser bem gente boa.

- Como sabe? Nem sabemos quem são.

- Não te contei, mas desde que chegamos ando esbarrando no moreno cor de ébano. - Revelou entusiasmada. E em surpresa arregalei os olhos e fiquei com a cara de "despeja logo tudo" - Foi no elevador no primeiro dia. Depois nos vimos na volta da trilha que você não quis ir comigo, sabe. Fui no mesmo grupo e voltamos de jipe. Batemos um papo bem interessante sobre esportes radicais.

- Bem a sua cara mesmo amiga. E por que não me falou nada? Eu estava os achando estranhos e com jeito de stalkers. Reconheço não tiraram os olhos de nós duas o dia todo hoje.

- Talvez por que estão de férias para curtir um pouco como nós. E não contei porque tinha certeza que você ia ficar me dando lição de moral. E repetindo trinta vezes por minuto: "Nada de homen! Viemos nessa viagem para curarmos nossos corações  despedaçados por machos traiçoeiros e indignos". - Disparou teatralizando minhas palavras.

- Ei! Eu não falo assim sua bobona. - acusei colocando meu indicador naquele narizinho arrebitado dela.

- Fala sim, e com a voz mais anasalada.

- Sabe que tem amo mas te odeio ao mesmo tempo né? - Perguntei e em seguida soltei um beijo para o ar na direção dela.

- Você não vive sem mim. E que fique claro. - Tori se aproximou e me deu um selinho rápido na boca. Brincávamos assim.

- Bom depois deste amor todo explícito. Das duas uma: Ou os caras não param mais de nos secar, animando-se com a possibilidade de sermos lésbicas e libertinas e se aproximam para um bate-papo. Ou eles desistem de uma vez de ficarem nos stalkeando, perdendo o interesse de vez.

- Os dados foram lançados. - Tori disse sussurrando no meu ouvido. Eu fiquei de boca aberta. Embora já sabia o poder de fogo que minha amiga tinha se tratando de estratégias e peripécias.

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