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''Meu rosto é gentil, minhas atitudes não.''

-Blackpink, Ddu-Du Ddu-Du




- Ok, o surto acabou? – Chaeyoung suspirou.

Não sabia o por quê de ter estado tão nervosa, nunca tivera medo de nada nem de ninguém, e não seria agora que ela começaria a ter.

- Escuta, eu acho melhor você tirar a adaga do meu pescoço, sabe, para podermos conversar melhor. – A ruiva disse calmamente.

- E por que eu deveria? – a loira indagou.

- Você me encontrou desacordada na floresta, me acolheu e mesmo quando eu disse de onde vim, você não me fez mal. – Chaeyoung sorriu. – Se você quisesse mesmo me machucar, não estaria tremendo como está agora.

- A princesa suspirou.

Afastou a lâmina do pescoço da Park e guardou-a dentro de uma das longas botas que calçava.

- Eu ainda quero respostas. – Lalisa cruzou os braços, afastando-se um pouco da ruiva.

- Você quer respostas? Eu vou te dar, aqueles velhos mentiram para você, existe sim magia no mundo humano. E é graças a isso que bruxas são perseguidas e mortas todos os dias por caçadores. – Chaeyoung falou. – Foi quase um milagre eu ter conseguido entrar aqui, não é nada fácil sobreviver quando te caçam durante dia e noite, sem parar.

- Então... você está me dizendo que ainda existem bruxas lá? – Lisa indagou um pouco hesitante.

- Poucas, mas ainda existem. – A ruiva assentiu. – Estou surpresa por você ter acreditado em mim.

- Ah, não é a primeira vez que os anciões mentem, eu já estou acostumada. – A loira sorriu fraco. – Mas vamos seguir com o combinado, você continua no quarto em que estava e nós começamos a treinar amanhã.

- Precisa realmente disso? Treinar para que?

- Eu prometo que te explico tudo amanhã, você ainda está fraca, precisa descansar. – Lalisa falou. – Eu vou mandar uma das garotas levarem alguma coisa para você comer.

- Ah, eu agradeceria. – os olhos da ruiva brilharam ao ouvir aquela palavrinha mágica. – Eu estou morrendo de fome.

- Então eu vou dizer para elas capricharem no seu jantar. – A princesa sorriu. – E desculpe pela ameaça e pela adaga, eu sou paranóica quando se trata de estranhos no castelo.

- Não se preocupe, no seu lugar eu faria o mesmo, ou até pior. – A ruiva deu de ombros. – Será que você podia me levar até o quarto novamente? Eu acho que esqueci o caminho.

Tudo bem que aquela era uma desculpa tosca, mas Chaeyoung só queria ficar mais tempo perto de Lalisa.

Ela lhe trazia conforto.

Algo que há muitos anos não sentia.



***



Era madrugada quando Chaeyoug acordou inquieta.

A ruiva levantou-se de sua cama e caminhou até a grande janela que havia no quarto.

A lua parecia estar ainda mais bela naquela noite, a bruxa nunca se cansava de admirá-la sempre que podia.

E, agora que estava sozinha e com a mente descansada, pôde perceber que sua magia parecia ter ficado consideravelmente mais forte.

Sentia que podia fazer tudo o que quisesse sem se preocupar em desmaiar dois minutos depois.

Tocou a madeira que dava estrutura á janela e apenas pensou na primeira coisa que lhe veio a mente.

Chaeyoung sorriu ao ver ramos saindo de dentro das frestas da madeira, dando vida a uma bela rosa vermelha.

Rosas sempre lhe traziam sentimentos bons.

A ruiva suspirou.

Voltou para sua cama ainda com a rosa em suas mãos.

A Park inspirou o cheiro doce da flor e deitou-se com o coração aquecido.

Tinha uma sensação de que as coisas iam melhorar.



***



Nos altos montes de Cadunt, o som de tambores era levado pelo vento frio daquela região.

Os moradores de um pobre vilarejo que se localizava por entre as grandes montanhas acordaram naquela madrugada, não pela fome ou pelo frio cortante o qual estavam acostumados, mas por um sentimento que para eles parecia ter sido enterrado pelas camadas grossas da neve que tanto lhes castigava.

Eles sentiam esperança.

E, no meio de todo aquele gelo, uma garota de cabelos tão negros quanto a noite sorria pacificamente para a lua cheia que iluminava aquela madrugada.

Havia esperando tanto por aquele momento...

A moça andava pelas ruas congeladas com os pés descalços e com um simples e fino vestido branco.

O frio esmagador nunca lhe incomodou.

O moradores daquela vila costumavam lhe taxar de louca, mas a pouco descobriram que Kim Jennie sempre esteve certa.

Agora, todos acreditavam nos delírios de uma bruxa da geada.

O som que o vento lhes trazia era como um aviso.

E ele só significava uma coisa.

A herdeira do trono do palácio lunar havia retornado a Umbrae.


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irraaaaaa

nossa ruby jane apareceuuuu

*Cadunt vem do latim que quer dizer

cair ou queda, essa parte do mundo Umbrae também vai ser explicada com o decorrer da estória.

desculpem qualquer erro e até o próximo

:) :)

Fated - ChaelisaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora