Eu assenti. Lena entrou para dentro de casa de novo, indo passar pano provavelmente na cozinha. Stacy me encarava.

- Eu sei que é difícil, está bem? Vamos sair daqui em meia hora, aguenta mais um pouco essa sua vontade de ir ver ela.

- Como sabe que quero ir ver como ela está?

- Porque você sempre quer - Disse Stacy apertando minha mão.  Eu suspirei - Eu vou apressar Anelise, não saia daqui.

Ela levantou e entrou para dentro. me deixando sozinha.

Eu tinha sim uma vontade de bater naquela porta e ver ela. Mas eu sabia que era melhor não o fazer.

Apesar da péssima mãe que ela foi em minha vida, por não ligar se eu estou morta ou viva, ela ainda é a mulher que me deu a luz.

No entanto, eu não precisei ir até aquela casa para ver ela.

Por que ela estava andando pela calçada naquele instante.

A mesma aparência de mulher cansada, como sempre, a pele pálida só deixava sua aparência mais terrível. Os cabelos negros e grandes, e o corpo magro.

Eu odiava olhar para ela e ver que me pareço tanto fisicamente com ela. Ela estava andando determinada até sua casa, até que ela olhou para a varanda dos Simmons.

E seus olhos encontraram os meus.

Agnes parou de andar.

2 anos que não nos vemos.

Desde que eu saí por aquela porta da frente que era branca e agora está de qualquer cor, enquanto ela transava com um cara desconhecido.

Nas poucas vezes que vim visitar os Simmons quando fui para a UFH, Eu sempre olhei para a casa. Sempre quis ir até lá para me certificar que ela estava viva, mas sempre me contentei com os relatos de Lena dizendo que a viu no dia anterior ou naquela mesma manhã.

Agnes, minha mãe, não sorriu.

Não demonstrou emoção alguma.

Ela apenas me olhava, dos pés a cabeça.

- Ela vai demorar mais um pouquinho... - Stacy apareceu mas parou de falar assim que viu quem eu estava olhando

Agnes não tirou os olhos de mim. Nem pra olhar para Stacy.

Eu procurava qualquer emoção, mas por que eu estava fazendo aquilo? eu nunca encontraria. Eu nunca encontrei nada além de raiva em seu rosto.

Mas seu olhar não durou muito. Era como se ela estivesse olhando para o nada.

e eu sou o nada.

Agnes então tirou os olhos de mim e voltou a caminhar em direção ao lugar que eu morei com ela. Quando ela abriu a porta e entrou, ela não olhou para trás.

Antes eu fazia parte da sua vida, como um estorvo, mas fazia. Agora, eu não faço mais.

Ela me tirou da sua vida. Ela me tirou de tudo que a envolvia.

- Amber, não chora! - Eu só percebi que estava chorando quando Stacy me abraçou.

E Apesar de amar minha amiga, eu não queria o abraço dela. Naquele momento o abraçar Brad me vinha a cabeça.


Então eu lembrei do que Hobbs me disse ontem, insinuando que meus problemas do passado estava interferindo na minha vida.

E ele tem razão.

A verdade é que quando sai daqui a dois anos eu estava disposta a superar a vida de merda e a mãe de merda que eu tinha. Ela me causou muitos problemas, e um deles era o amor próprio. Principalmente pensar que se eu não era amada pela minha própria mãe ninguém de fora me amaria.

Eu não superei. Eu ignorei.

Ignorei por dois anos. Mas nunca percebi que os problemas que Agnes me causou ainda estava vivo dentro de mim.

Ele estava vivíssimo.

Porque ele interferiu na minha relação com Brad. No fundo eu acreditava que ele nunca iria sentir nada tão profundo por mim. Por isso eu brigo com ele.

Eu me sinto insegura. Eu ainda me sinto a porra de uma garotinha cheia de incertezas.

      
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QUERIDO, BRAD.Where stories live. Discover now