1997

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twitter: @qiansnight

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[Dois anos depois, 1997]

O copo de café estava em cima da mesa de madeira, mas quando Nakamoto Yuta bateu seu punho na mesma o mesmo pulou em uma velocidade impressionante. Observando tudo aquilo enquanto o local estava em completo silêncio, o japonês falava em sua língua nativa e ele estava com tanto ódio que eu não conseguia entender uma mísera palavra já que eu não era dos melhores no japonês. A atuação de Nakamoto era impecável, por isso ele era o soldado japonês principal daquele filme.

— Corta! — Berrei ficando de pé da cadeira e então sorri caminhando até ambos os atores que viravam em minha direção. — Yuta, fantástico como sempre. — Sorri apontando para ele e então caminhei para o ator sul-coreano. — Mingyu, você está incrível também, mas eu preciso de que seus olhos transmitam medo.

— Sim, sunbae. — Kim Mingyu, um dos atores mais bem pagos e competidos de toda a Coreia, assentia se curvando como um pedido de desculpas.

Ya, Mingyu, você é incrível. — O encarei certo do que falava. — Se não fosse, não estava aqui. Eu realmente não aceitei outro nesse papel porque você foi feito para ele, então não se preocupe, você é incrível.

— Obrigado, sunbae.

— Eu só preciso de um pouco mais de pavor no seu olhar quando o Yuta explodir. Fechado?

Ele assentiu em silêncio e sorri me afastando, depois de me curvar para ambos voltei a minha cadeira os encarando.

— Vamos fazer essa cena e enfim teremos a pausa do almoço, sim? — Questionei e ambos assentiram em silêncio. — Vamos, take 301! — A claquete baixou e sorridente, gritei: — Ação!

Atento a cena, Mingyu havia feito exatamente como eu tinha pedido, seu olhar demonstrava ainda mais medo quando o soldado japonês lhe ameaçava de morte caso o encontrasse, mais uma vez, nas ruas fora do horário permitido. Estava tudo sob controle, Nakamoto saiu de cena e o foco foi em So Young-Sik, o personagem de Kim Mingyu, chorando de raiva enquanto destruía alguns objetos da cena, mostrando o quão covarde os japoneses foram com os coreanos durante o domínio.

— Uau, isso tá ficando uma obra de arte.

Olhei para o lado assim que escutei o sussurro do coreano impecável de Taeyong, sorri animado ao vê-lo por ali, me fazendo uma visita, e assim que notei que Mingyu tinha finalizado a cena gritei o famoso 'corta!' e o parabenizei juntamente de Nakamoto liberando toda a equipe para almoçar.

— Uau, a que devo a honra? — Fiquei de pé o abraçando rapidamente.

Taeyong sorria tão animado quanto eu. — Terminei umas gravações e resolvi te visitar.

— O que você tem feito? — Questionei e antes mesmo que ele pudesse me responder, o interrompi. — Espera, você tem tempo pra almoçar?

Taeyong encarou seu relógio pensativo, mas logo me respondeu. — Sim, claro. São uma e quinze, eu tenho que estar de volta ao estúdio às três. Acho que dá pra almoçarmos tranquilos.

— Ótimo! — Disse animado e então segurei em seus ombros. — Eu vou até meu camarim pegar minhas coisas e vamos, você me espera aqui?

— Uau, seu coreano tá muito bom. — Taeyong riu colocando as mãos nos bolsos. — Mas sim, claro, eu espero.

— Obrigado. — Agradeci por ambas as coisas e então corri em direção ao camarim.

No meio do caminho produtores e o diretor de arte queriam saber algumas coisas, com isso acabei demorando mais que o normal enquanto pensava no quanto eu queria almoçar com meu melhor amigo que tanto sentia falta.

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