CAPÍTULO QUINZE - AMOR E TRAIÇÃO

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Assim, tem início uma nova fase da minha vida em Agneya.

Me sinto mais feliz e ansiosa. Sim, é um jogo perigoso, mas é também extremamente excitante. Cada vez que volto para meu quarto depois de horas de conversas e beijos com Lucas, sinto que qualquer risco vale a pena.

Sei que não era isso que minha mãe tinha em mente quando me disse para não ser como as mulheres submissas de Agneya, para ter minha cabeça erguida como a princesa de Yas que eu sou. Sei que ela não aprovaria e até me pergunto onde foi parar todo meu medo e minha cega obediência. É como se tudo isso tivesse ficado do lado de fora da torre do campanário, ali só havia espaço para mim e Lucas e o sentimento que tínhamos um pelo outro e que crescia a cada dia.

Claro, de vez em quando o receio e a culpa vinham me assombrar e eu passava noites em claro, sentindo falta de ar e temendo que a qualquer momento seríamos descobertos e estaria tudo acabado. Não apenas o que quer que fosse o nosso relacionamento, mas também o acordo entre os reinos, a promessa que eu fizera a minha mãe de levar aquilo até o fim, a segurança de Kari em um mundo de paz.

Logo, dois meses parecem escorrer pelas minhas mãos em comparação com meus primeiros dias em Agneya. Meus encontros com Nicolai passaram de momentos de alegria para horas de agonia, que começava bem antes dele bater em minha porta e me estender o braço para passearmos no jardim. Ele nunca mencionou nada sobre a jovem que beijou e eu também jamais perguntaria sobre aquele assunto. Mas ele notou que eu estava mais distante, que não permitia mais sua mão em torno da minha cintura, que respondia suas perguntas com monossílabos.

– O que está havendo, Kaya? – ele me perguntou um dia.

Seu tom é tão direto que fico com o rosto corado de vergonha e ansiedade.

– O que você quer dizer?

– Você está diferente. Está mais parecida com a Kaya que chegou aqui no castelo, arredia, séria. Achei que você estava mudando, que estava se acostumando. Achei que estávamos nos tornando... amigos.

A palavra amigos parece enternecer meu coração. Suponho que eu poderia vir a me tornar amiga de Nicolai se eu não estivesse sendo obrigada a ser sua esposa primeiro. Queria poder jogar em sua cara sua deslealdade, revelar que eu sabia de tudo entre ele a professora de musica de Maxine, mas aquela altura, quem era eu para falar de lealdade? Eu, que passava horas com Lucas, madrugada afora na torre do campanário?

– Nicolai – falo, séria – Eu quero que isso dê certo.

A sinceridade em minha voz parece comovê-lo.

– Eu também, Kaya! Eu não quero me casar com uma estranha, mas para isso eu preciso da sua ajuda.

Me dói admitir que ele tem razão. Lucas pode estar preenchendo todos os espaços vazios dentro de mim, mas quem será meu esposo para o resto da minha vida é o garoto de cabelos dourados a minha frente, não meu cavalheiro com seus olhos verde-esmeralda.

– Desculpe. Não é fácil para mim estar nessa situação – entre dois rapazes, eu penso – Longe de casa, longe de toda minha família.

– Eu quero tornar as coisas mais fáceis para você. Quero tornar sua vida aqui feliz. Só me diga o que eu tenho que fazer.

Ele fala isso segurando em minhas mãos, quase ficando de joelhos. Em um gesto instintivo coloco minhas mãos sobre seu rosto tão perfeito. Nicolai é lindíssimo, mas ver sua vulnerabilidade diante de mim o torna ainda mais atraente.

– Vamos devagar. Um dia de cada vez. Prometo me esforçar mais – eu falo e sei que aquelas palavras não são apenas para ele, mas para mim mesma.

– Eu também! – ele fala se colocando de pé – Prometo me mostrar digno da sua amizade e quem sabe um dia... do seu amor.

Penso nas histórias que minha babá me contou sobre casamentos arranjados e que mais pareciam contos de terror. Homens grosseiros e rudes, moças mais jovens que eu presas para sempre a nobres de cabelos grisalhos, medo, dor e violência. E aqui estou eu, com meu noivo arranjado, um rapaz cujo maior defeito é ser vaidoso e que se põe de joelhos para implorar pela minha amizade.

Admito por fim que estamos quites. Nicolai me traiu e eu o trai de volta. Poderíamos começar do zero agora, o fim dos encontros secretos com Lucas. Mas a diferença entre nós é que eu não acredito que Nicolai sentia qualquer coisa por essa jovem ou qualquer outra que ela possa ter beijado. Enquanto eu, não sei mais se conseguirei viver sem Lucas em minha vida.

***

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Próximo capítulo: 18 DE MARÇO

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Princesa de Dois Reinos [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora