Capítulo 1. - Félix é o seu diminutivo?

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[REESCRITO]

BRUCE WAYNE P.O.V

Alfred permanecia na sua postura reta e formal. O seu fato caro parecia que brilhava com a luz do sol que, teimosamente, prescrutava através da janela do escritório. Tinha a certeza que era o único que sabia o quão velho aquele precioso fato era. O Alfred tomava tanto cuidado com ele como todas as coisas que lho pertencem. Instintivamente olhei para o meu. Era novo, tinha-o mandado fazer há umas semana à minha medida. Azul escuro com o acompanhamento de uma comprida gravata. Caro, brilhante, mas pouco cuidado.

- Diga-me Alfred! O que é tão importante que tenha que interromper a minha ida a Lucious Fox? - recebera uma mensagem do Lucious sobre uma nova atualização do Batmobile, queria que a fosse ver hoje à tarde.

Deu um pequeno sorriso, no entanto os seus olhos estavam presos noutro ponto qualquer da sala.

- Vai ter que esperar, Master Bruce. Mas por favor, não reaja mal quando receber a notícia. Se aceitar com positividade será algo de muito bom para si. Mas principalmente será bom para mim. Não tem que adiar nada com o senhor Fox. - olhou-me nos olhos e ajeitou a gravata. - Estou a planear-lhe contar apenas daqui a algum tempo. É como uma surpresa. Mas queria que soubesse, só para não ficar demasiado em choque.

Apenas abanei a cabeça, do Alfred sabia que não podia tirar mais nada do que ele apenas dizia. A curiosidade foi juntando-se à impaciência. Qual era a tão importante notícia?
Olhei para o relógio que pousava no meu pulso. Já estava ataasado, teria de pensar na surpresa do Alfred noutra altura.

Felicity P. O. V

As memórias constantes de estar em liberdade preenchiam os meus sonhos todas as noites. Via-me a correr pelas ruas de Gotham à noite.

- Felicity! Onde estás? - chamou a governanta do meu quarto. O seu cabelo ruivo parecia ter vida. Acho que era o que gostava mais dela. A aparência. Bonita mas não delicada.

- Já te disse que é Félix, não Felicity. - resmunguei pela milésima vez.
Estava com ela há já 4 anos mas nunca me fizera o favor de me sentir integrada. Os meus amigos antigos nunca chegaram a ser apanhados para o orfanato. Pelo menos não para este. Estava sozinha e parte disso era minha culpa. Não quis ser amiga de ninguém, não fiz o esforço, paguei por isso.

- Félix não é nome para rapaz?...- riu - se levemente como se fosse a primeira vez que fizera essa piada.

- Como queiras Kylie. - não estava com paciência para uma discussão muito menos às 9h da manhã.

- Mas olha, que a senhora Mary está a chamar! Portanto vê se paras de sonhar acordada sobre assaltar pessoas e volta para o mundo real. - cuspiu.

Desde que entrei no orfanato tenho fama de ladra. Não as censuro. Era a vida que levava antes de me porem aqui. Era a vida que tive de escolher para sobreviver.
Agora todos escondiam os seus bens valiosos quando eu chegava.

Não demorei muito até me dirigir ao gabinete da senhora Mary.
Mary é uma senhora de cabelo grisalho e rugas profundas que chefia o orfanato de Gotham. É conhecida entre as raparigas por ser exigente e refilona, apenas éramos chamadas para ser repreendidas ou para sermos adotadas. De resto, mantinha a distância de problemas pessoais.

Com os meus 17 anos, não acreditava que iria ser adotada mas também não me recordava da última vez que me tinha metido em sarilhos. Costumo estar no meu espaço, falo com pouca gente e só quando é necessário.

- Olá Felicity. - cumprimentou-me numa voz falsa de simpatia.

- Félix. - corrigi a medo. Das últimas vezes que estivera no seu gabinete não tinham sido agradáveis. Muitas delas eram causadas pelos boatos de roubo. As raparigas acusavam-me de lhes ter roubado dinheiro, jóias ou até mesmo peluches e como chefe, Mary era obrigada a interrogar-me e castigar-me se não tivesse provas que não o tivesse feito.

i can't help but love u.. {bruce wayne}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora