Capítulo 5 (Nova realidade)

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A viagem tinha sido surpreendentemente agradável, normalmente Rodrigo abominava viagens que tinha de fazer com a equipa, quando iam jogar a um lugar mais distante, ou até mesmo fora do país, mas pela primeira vez na sua  vida Rodrigo sentia-se bem ao sair do avião e ao pisar o aeroporto de Lisboa.
Não era a primeira vez que Rodrigo pisava o solo português, ele e o pai já tinham visitado Portugal montes de vezes. A mãe de Rodrigo era portuguesa e por isso tinha avós a viver em Lisboa, avós esses que o ensinaram a falar português desde criança e que o criaram até aos 3 anos por razões que ainda hoje ele desconhecia.
- Eu depois ligo-te, ok? - disse Mariana a César antes de se finalmente separarem.
- Combinadissimo - respondeu César com um ar satisfeito.
- Certifica-te que ela me arranja as captações, antes de a despachares - disse Rodrigo.
- O que é que te faz pensar isso? Até gostei dela.
- Boa piada pai. Estás a tentar enganar quem?
- Ninguém! Eu juro que gostei mesmo dela.
- Depois vemos isso. Mudando de assunto, ficamos em casa dos avós ou já temos o nosso próprio sítio?
- Vais adorar a nova casa - respondeu César com ânimo.
César gastou 7 € de táxi e o motorista conduziu através da autoestrada até estacionar mesmo ao lado do estádio de Alvalade, Rodrigo estava espantado, nunca tinha morado tão perto de um estádio de futebol e estava histérico.
- Calma jovem, se tiveres boas notas até te levo aos jogos todos - disse César a rir, claramente satisfeito com a reação do filho.
- Muito obrigado pai! Adoro-te!
Tal como o seu avô o tinha ensinado, Rodrigo cresceu a amar o Sporting CP, e morar mesmo ao pé do estádio, era uma felicidade imensa.
Rodrigo acordou mal disposto, e não lhe apetecia nada ir à escola, mas acabou por se levantar penteou o cabelo, vestiu uma t-shirt dos Scorpions, umas calças de ganga e saiu porta fora, rumo à escola.
A sala de aula calou-se quando o Rodrigo entrou ,nervoso, encaminhou-se para a secretária livre no meio da sala. Os olhos dos seus colegas miravam-lhe de alto a baixo e a cada segundo que passava, o desconforto aumentava. Felizmente, a professora de geografia quebrou o silêncio.
- Bom dia! Como se chama o menino?
- Rodrigo. Sou novo aqui.
- Teve de férias, foi?
- Não. Não, eu vim de Espanha com o meu pai.
- É espanhol portanto?
- Correto.
- Bom, vamos começar a aula. De acordo?
- Quem sou eu para a julgar. Comece.

Sempre ContigoWhere stories live. Discover now