18- Posso entrar professor?

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                              Dora

O som da voz monótona do Sr. Stewart, retumba na minha cabeça como marteladas de armeiro ao forjar uma espada. Eu não poderia desejar coisa melhor nesse momento, poderia? Sim, poderia! Um cheeseburguer com fritas e um refrigerante seria uma boa pedida, e não revisões de matemática! Encontro-me largada na cadeira, apoio o queixo na mesa e olho para frente, finjo prestar atenção na matéria. Os nerds participam da aula, mas eu não quero saber o valor de X muito menos de Y.

Alexia me espeta com a caneta. Olho para o Urso que me lança um rápido olhar, ele chegou depois de mim, me cumprimentou, sentou ao meu lado e permaneceu calado. E somente descobri que ele se chama Bernard Knigel, porque o professor o apresentou.

— Qual sua próxima aula? — Alexia insiste em me espetar.

Peço pra esperar um segundo. Procuro meu horário na bolsa e nos bolsos da jaqueta, reviro a bolsa novamente e não encontro o papel.

— Algum problema? — Hanna pergunta num sussurro.

— Meu horário sumiu. — digo nervosa.

— É simples, pega outro — Alexia sugere.

— Ela vai se atrasar para próxima aula, Alexia! Não é bom chegar atrasada logo no primeiro dia — Hanna responde por mim — Quando foi a última vez que o viu? — questiona tentando me ajudar, e é pega pelo professor.

— Senhorita Jefferson, gostaria de contribuir com nossa aula? — pergunta o professor apontando para a equação na lousa.

Empertigo-me. Hanna tentou me ajudar e acabou se metendo numa fria por minha causa. Olho para o professor disposta a falar qualquer besteira que a tire da enrascada, mas calmamente ela comenta sobre a matéria que ele dará e o elogia por ensiná-la bem. Hanna não contribui com nada, mas o fato de elogiá-lo, muda a opinião do professor. Retribuo o sorriso que me dirige quando me olha.

— Metida, puxa saco... — Alexia implica, Hanna dá a língua em resposta, e eu sorrio da brincadeira das duas. 

 Mesmo com a descontração das meninas continuo nervosa. Bato o pé no chão, e não canso de olhar o relógio ansiando pelo fim da aula, e quando finalmente o sinal toca, junto minhas coisas e saio o mais rápido que posso da sala. Penso em ir à diretoria, sendo assim, procuro uma placa que indique a direção do local, mas não encontro. Porquê não pedi informação ao Urso ou às meninas? Que idiota! Sigo por onde Rick me trouxe, na minha pressa esbarro em uma garota de cabelo azul e peço desculpas. Volto a caminhar, não olho a direção que estou indo e bato de frente com alguém que me segura não me deixando cair.

— Terei que concordar com sua irmã. Em pouco tempo me tornei o seu herói — Rick canta e me solta.

— Desculpe. — falo suspirando.

— Pelo quê?

— Por Alysson, e tudo que aconteceu conosco — Subo e abaixo o ombro.

Sei que não é hora para esse tipo de conversa, mas é inevitável não me desculpar.

— Esquece isso. Eu entendo o relacionamento entre irmãos, mas… você não quer saber o motivo de eu ser o seu herói? — pergunta e mostra o motivo do meu desespero.

— Ficou com você? Não acredito! — Pego o horário e o abraço. — Muito obrigada, Rick, te devo uma.

— Posso cobrar? — indaga sorrindo de lado.

— Creio que sim. — retruco não muito certa. — Me diga onde fica a sala da próxima aula, se eu não for agora chegarei atrasada.

— Fica em direção oposta ao bebedouro. 

ENTRE A VIDA E A MORTE - LIVRO 1 (Concluído)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin