Dark Love

Paraíso

  O braço de Kishan em minha cintura dava apoio para que meu corpo sonolento andasse até outro jeep estacionado ao lado do avião, Nilima vinha logo atrás ainda se lamentando por ter trocado meu copo d'água com o de senhor Kadam,  ela havia colocado algum tipo de remédio para dormir nele.

- Tudo bem, eu estou bem - falei entre um bocejo e outro, ela balbuciou algo sobre eu estar  brava que não consegui entender- Não estou brava, Nilima, me fez ter uma boa noite de sono,  só preciso dormir mais um pouco.  - sorri e Kishan me ajudou a se sentar no carro- Não estou machucada,  mas obrigado.

Sorri enquanto ele levava minha mão até seus lábios, depois ele fechou a porta entrando no banco de trás em seguida, olhei pelo retrovisor e vi o tigre negro que tanto gostava, estiquei o braço até seu corpo e lhe fiz carinho.

Alguns logos minutos depois, o senhor Kadam se sentou ao meu lado.

- Desculpe-me a demora,  senhorita,   estava acertando algumas coisas. A senhorita deve estar cansada, cochile um pouco,  o caminho é curto.

- Não se preocupe -sorri e coloquei o cinto

- Durma senhorita, o efeito não vai passar.

- Vou lhe fazer companhia -falei decidida.

Ele sorriu dando a partida no carro, ao sair do aeroporto entramos direto em uma rua de feirante eu acho, várias barracas coloridas, roupas, jóias,  temperos e animais.

-  Tantas cores -soltei - É lindo.

- Somos ricos em cultura e cores -ele sorriu orgulhoso- Há um grande mercado aberto perto de casa, Nilima irá acompanha-la as compras.

Casa... eu estava longe de casa, longe de meu trabalho e amigo, pra que? Salvar um príncipe amaldiçoado de seu tigre. As pessoas faziam suas compras vivendo uma vida normal, sem nem mesmo saber as coisas que há escondidas.

- Príncipes... - falei sem querer-

- Vida longa -ele falou triste.

- Quanto tempo, senhor Kadam?

- 3 séculos,  senhorita, longos séculos.

- Oh, deve ser terrível. ..

Falei pensando em uma vida solitária.

- Eu tenho, Nilima -ele falou orgulhoso- minha unica tatara neta que sabe sobre isso.

- Ela é sua neta?- perguntei espantanda

- De uma longa geração, senhorita. Observei todos de meu sangue durante séculos,  e Nilima foi a quem mais confiei e pude lhe contar o segredo...

Estava interessada no assunto, mas parecia que o sr Kadam falava outra língua pois não entendia nada, minha cabeça pareceu pesar demais para meu pescoço,  então caiu para o lado batendo forte na janela mas o gemido de dor não saiu de minha boca e eu vi a escuridão.

O carro chacoalhava violentamente me fazendo bater a cabeça no vidro com frequência.

- Ai -gemi de dor abrindo os olhos

- Me desculpe, senhorita, a estrada não está muito boa, mas bem, estamos chegando - ele sorriu.

Em minha volta só se via mata, o caminho a frente era verde e para trás também,  sem pessoas andando e gritando,  sem lojas ou feira, apenas mato.

- Sr Kadam,  aonde estamos? Quanto tempo eu dormi?

- Estamos a poucos quilômetros de casa, moramos afastados da cidade para a segurança dos príncipes - assenti compreendendo e ele continuou- , bom, você dormiu cerca de 5 horas.