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— Sabe, fico feliz que tenha vindo, seu pamonha.

— Ah... para falar a verdade, de início pensei que não era sério...

— Hã, por que diz isso? Já saímos várias vezes juntos.

Verdade, verdade, mas, por que eu disse aquilo, então? Talvez pelo fato da beleza de Yuna me intimidar ao seu modo. Eu a conheci aos quinze, e desde o primeiro dia que a vi, tudo nela já parecia ser feito em um computador. As pernas lisas e coxas fortes; barriga plana como uma pista de pouso; pele alva e seios na medida; lábios rosados e sedutores; aqueles olhos azuis capazes de controlar sua mente se encontrá-la um pouco bêbado. Agora, aos dezenove anos, sua aparência não mudou quase nada, mas ela parece estar ainda mais bonita do que antes. Talvez foram os três centímetros que ela cresceu de lá para cá.

— O que é?

— Oe?

— Acha que não notei que ficou me analisando não tão discretamente, é? Não esqueci do quanto gosta de ficar me comendo com os olhos, está bem? Diga que tipo de pensamentos pervertidos você estava tendo, seu taradinho.

— Quê?! Eu não estava pensando nada do tipo!

— Sei, sei. — Ela levou as mãos para trás da cabeça, entrelaçando seus dedos. — Agora que já tenho dezenove aninhos não tem mais graça te chamar de pedófilo, mesmo que você ainda seja o rei de todos eles.

— Eu não sou pedófilo, e você sabe!

— Hmph, a julgar pelo jeito que você me olhava momentos atrás, parece que até mesmo para alguém como eu, seu interesse acabou diminuindo. Quando eu tinha quinze, dezesseis, você chegava a salivar enquanto me olhava.

— Eu nunca salivei!

— Não minta para si mesmo, seu pamonha. A realidade é que seu desejo é menor para coisas dentro das leis vigentes deste país. Temo dizer que, mesmo se ficasse trancado comigo nua no mesmo quarto, você nem chegaria a ficar excitado.

— Quê?! Com todo respeito, mas isso é humanamente impossível!

— É, talvez eu tenha exagerado. — E suas mãos foram para sua cintura. — A questão é que você não demonstrou nenhum pouco de desejo para com meu corpo, momentos atrás.

— Ainda está insinuando que sou pedófilo? É claro que te olhei com desejo, não se faça de... opa...

— Ora, vejam só. — Yuna estreitou os olhos, me olhando de lado, enquanto falava com um sorriso de inegável satisfação em seu rosto. — Parece que alguém aqui admitiu ser um pervertido de marca maior, não é mesmo?

E eu desviei o olhar.

Ela conseguiu o que queria.

Eu caí na ardilosa lábia da Assassina de Youkais.

Teria ela treinado durante o tempo que passou na Mythpool?

Não sei dizer.

— Eu falei por impulso, não foi sincero.

— Seu pamonha, não há vergonha em ter desejo por um pilar de beleza como eu. Seria esquisito se não tivesse. Agora, com dezenove aninhos, se por acaso você tocar em meus peitos, posso até fingir que nada aconteceu e deixar você se divertir um pouco.

— Hã... sério?

— Por outro lado, claro, você pode muito bem ter sentido desejo por mim, por conta da minha aparência jovem de uma garota de dezesseis anos. Pensando bem, é até o mais provável, se tratando de um aficionado por caminhões de sorvete, como você. Sendo assim...

Yuna Nate: ArakuneOnde as histórias ganham vida. Descobre agora