-Ótimo! Te levo para o hospital.

               -Isso não vai acontecer.

               -Me ajuda aqui. – fez uma careta erguendo o ombro ferido – Mas acho que posso andar sozinho só preciso de ajuda pra levantar.

               -Tudo bem.

               Com cuidado fez o que ele pedi sentindo o braço sobre os ombros e o puxou pra cima quando começou a se levantar.

               -Você definitivamente tem um cheiro bom. – o sentiu inalando próximo de seu rosto.

               -Acho que isso não é hora e nem lugar para esse tipo de bobagem.

               -E quando é hora de elogiar alguém?

               Negou com a cabeça ignorando o que ele dizia, provavelmente tinha perdido bastante sangue e isso o fazia delirar. Pensar nisso era outro motivo de preocupação, ele poderia morrer se realmente tivesse perdido tanto sangue quanto achava que tinha. De qualquer forma conseguiu o colocar de pé e ajudar os passos vacilantes a entrar em seu apartamento. Tentou o colocar sobre o sofá, mas o detetive, ou melhor, SeungCheol se recusou dizendo não querer estragar a mobília, a cama também foi recusada e foi quando ele indicou a banheira.

               -A banheira? – olhou para o banheiro – Por que a banheira?

               -Fácil de lavar a bagunça e se eu morrer pode só jogar um pouco de ácido e esperar dissolver.

               -Credo, detetive... SeungCheol. – mesmo não gostando nada da ideia dele o levou para o referido lugar e ajudou que escorregasse pra dentro dela – Confortável? – perguntou ao vê-lo deixar a cabeça se inclinar para trás, a mão livre se agarrando a borda da porcelana com força que deixava os dedos esbranquiçados, a caminhada mesmo que curta parecia ter o cansado.

               -Demais. – ironizou abrindo o olho direito por onde o encarou – Vamos começar?

               -Claro, estou super empolgado para costurar alguém na minha banheira. – rebateu no mesmo tom o fazendo rir. E gemer quando a ação fez doer algo, provavelmente o corpo todo.

               Não estava nem um pouco confortável com aquilo. Não queria um detetive da polícia sangrando em sua banheira e a coisa do ácido caso ele morresse até se tornou uma opção quando se levava em conta aquela parte de não saber como explicar por que tinha um oficial morto em seu banheiro.

               No quarto revirou as gavetas até encontrar o kit de primeiros socorros que a muito tempo não usava, estava meio empoeirado, mas devia servir, só esperava que as pomadas e antissépticos não estivessem fora do prazo de validade, também não queria o matar por envenenamento ou algo do tipo. Usou uma toalha limpa para forrar o chão entre o sanitário e a banheira e espalhou os materiais ali. Prendeu os cabelos em um rabo alto para não atrapalhar.

               -Vai precisar de uma pinça. – disse com a respiração difícil e com os olhos fechados novamente em sua posição com a cabeça ainda jogada pra trás.

               -Ah meu Deus. – olhou pra ele sem acreditar – Sério que levou um tiro?

               -O que acha que estou segurando aqui? Minhas tripas? – apontou o queixo para a mão que pressionava no abdome – Não é tão difícil de tirar. Garanto que sou bom lidando com dor.

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