10. Ferida

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O calor invadiu cada extensão do pequeno quarto. Um sorriso de alegria se espalhou pelo meu rosto ao pensar que ele realmente poderia estar aqui. Eu sabia que toda aquela quentura só poderia vim do fogo.

Passos se movem com pressa pelo piso de madeira. Giro meu corpo em direção a porta, e o homem paralisa ao me ver ali. Se ele estivesse sem máscara eu conseguiria decifrar pela sua feição se o que ele sentia ao me ver ali era surpresa ou uma coisa que ele já esperava que acontecesse.

- Mascarado. - Disse seu codinome que eu costumava usar há algum tempo. Era estranho ver John vestindo seu traje do Homem Mascarado depois de tudo o que houve entre a gente, tenho certeza que ele sentia a mesma coisa ao me ver vestida assim também. - O que você está fazendo aqui?

- O mesmo que você. Buscando evidências.

- Eu pensei que você não se importasse com o Max.

- E não me importo mesmo. - Disse ele cheio de convicção, mas eu sabia que ele blefava. O Mascarado não estaria aqui se realmente não se importasse.

Meu coração bateu freneticamente quando escutei mais passos vindos da escada, olhei para os lados, pensando numa possível fuga, ergui minha mão no ar, preparada para atacar se fosse preciso. Brian permaneceu imóvel. Então um homem também usando máscara surgiu bem atrás dele.

O homem misterioso usava um traje escuro, botas curtas. No seu uniforme existiam pequenos círculos na cor branca, deixando a mostra sua pele.

- Sopro Congelante. - Disse o homem, escondendo sua verdadeira voz com a voz robótica.

- Você o conhece? - Perguntei ao Mascarado.

- Ele está comigo. - Respondeu.

- Então você tem um parceiro agora?

- Não somos parceiros. - O homem misterioso deu um passo à frente. - Apenas estou pagando uma dívida a ele, já que não paguei quando ele me cobrou da primeira vez.

- Quem é você? - Perguntei, cerrando os punhos. Eu não me sentia segura na presença daquele homem. Então os olhares de Brian faiscaram na direção do homem. Vi os pequenos círculos de seu traje se abrirem, e um barulho de carne sendo cortada, foi quando vários espinhos pontiagudos surgiram no homem. Dei um passo para trás com um mal pressentimento. - Marc. - Sua risada sinistra ecoou pelo cômodo.

- Olha, ela ainda lembra do meu nome? - Marc apontou o dedo para mim. - Também se lembra do que você fez com meu rosto? - Recolheu a máscara, e expos uma cicatriz que se estendia do queixo até o olho esquerdo. Cobriu sua face novamente, depois da demonstração.

- Acalma-se! - Disse Brian.

- Você não me disse que ela estaria aqui hoje.

- Eu não sabia. - Respondeu. - Sara! - Chamou pelo meu outro nome. Não queria revelar a minha verdadeira identidade para Marc, apesar de essa ser a minha verdadeira identidade. - Acho que nós dois assumimos daqui. - Apontou para a porta, insinuando que eu devesse sair.

- Você está brincando comigo? - Cruzei os braços rente ao peito.

- Queria estar. Mas a sua presença aqui só vai causar confusão. Você causou danos irreversíveis... - Brian ficou paralisado no local, nem ele e muito menos eu percebi quando veio, mas a estaca do homem voou em minha direção como um raio, penetrando na carne do meu braço, se alojando ali. Olhei para o sangue que jorrava, indo de encontro ao chão, fazendo uma pequena poça. - O que você fez, idiota? - Brian empurrou Marc, que nada fez. Soltou mais uma risada.

(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora