Inflamem-se Nos Olhares

Combustão

A inspiração bateu e eu resolvi dar uma resolução para esta história. Provavelmente tem erros de digitação, ela não foi lida por nenhum revisor

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Aquela situação durou muito tempo porque nenhum dos dois tinha coragem de mudar. Até ela decidir mudar isso. Em um momento de insanidade temporária ela não se importou mais com nada, não com as possíveis repercussões nem com a reação dele. Ela só tinha que fazer aquilo mudar.

Então ela fez o impensável: o convidou para sair. Sem nenhuma falsa intenção ou agenda, para um evento em grupo. E o modo como ele a olhou depois que a pergunta saiu dos seus lábios não poderia estar mais cheio de alívio. Às vezes as coisas mais simples são as mais difíceis de se fazer.

E o encontro não era encontro oficialmente, mas eles tentavam se convencer que era só uma saída entre amigos, como pessoas normais fazem toda hora.

Exceto que não era esse o caso e os dois sabiam disso. Porque em nenhum momento eles se distanciaram. Eles conversavam com outras pessoas, mas elas eram apenas figurantes naquela situação. Não tinha mais como negar: aquilo era um encontro. Era impossível voltar atrás.

Por isso não demorou até ele a convidar para algo aparentemente inocente: cinema. E ela aceitou, porque os dois tinham interesses afins e de novo, seria algo perfeitamente normal.

Também foi normal e costumeiro quando eles se despediram. Mas na hora de trocar os beijos de adeus, um pequeno erro de coordenação e os lábios se encontram. Eles riram, se desculparam. Mas seus olhos se encontraram, e apenas este simples olhar foi o gatilho que eles estiveram esperando por tanto tempo.

Depois disso foi complicado entrar no apartamento dele enquanto desejavam compensar todos os meses de tensão sexual e desejo em apenas alguns momentos. Eles entraram no apartamento apressados e descoordenados, tentando despir um ao outro o mais rápido possível ao mesmo tempo em que se beijavam e derrubavam objetos em superfícies. Os dois agiam como adolescentes e sabiam disso, porque já tinham perdido muito tempo com toda aquela estranha situação de flertes que realizavam desde o começo. Agora eles se permitiam agir de acordo com o que sentiam.

Ele a pegou pela cintura e a levantou até a mesa mais próxima para poder beija-la propriamente, e foi tudo que eles tinham imaginado que seria. Fez todo o sentido, como se aquilo estivesse fadado a acontecer. O beijo era intenso e rápido, como se eles quisessem compensar o tempo perdido (e queriam) naquele momento. Eles se tocaram em todos os lugares possíveis no momento, suas mãos agindo rapidamente para despir um ao outro do mesmo modo como seus olhares os despiam diariamente. Eles tinham perdido tempo demais tentando se controlar.

No momento havia uma tempestade de toques, beijos, carícias, mordidas e gemidos que tinham sido suprimidos pelos dois até aquele momento. Quaisquer ilusões de moderação e autodomínio foram jogadas pela janela e eles se entregaram completamente ao momento e um ao outro, pois aquele era o momento deles, sem medos ou julgamentos.

Ele a pegou em seus braços e a levou até a cama, para se juntar a ela em seguida e continuar explorando aquele terreno que ele só havia visitado em seus sonhos até o momento. Seus lábios e mãos queriam tocar cada centímetro da pele dela, que por sua vez também deixava suas mãos finalmente tocarem aquele que ela se negou por tanto tempo. Os toques eram como fogo, mas eles queriam mais, sempre mais.

Quando eles finalmente chegaram na cama dele foi como se eles já tivessem feito tudo aquilo milhares de vezes antes. E de certa forma fizeram mesmo. Mas desta vez era real, e não apenas nas suas imaginações e sonhos. Já na cama eles agora não tinham mais o senso de urgência que tinham momentos atrás, eles podiam conhecer e desfrutar os seus corpos com calma. Eles continuaram a retirada das suas roupas, mas durante todo o tempo não tiravam os olhos um do outro. Depois que estavam nus eles puderam absorver a vista dos seus corpos antes das suas bocas e mãos terem continuado a exploração de cada centímetro de pele disponível um do outro, quase que para provar que aquilo estava mesmo acontecendo e não era fruto das suas imaginações. Apesar do sentimento inicial de surpresa e animação, o momento em que eles ficaram realmente íntimos não pareceu ser algo novo, talvez por eles já terem imaginado aquele momento tantas vezes no passado. Pareceu que era algo que só estava esperando o momento certo para acontecer.

Como acontecia com qualquer casal, no começo a primeira experiência sexual foi desajeitada. Eles não eram inexperientes neste quesito, de modo algum, mas seus movimentos foram descoordenados a princípio enquanto descobriam o que cada um queria, como e com que ritmo eles gostavam. E depois que atingiram um equilíbrio no descobrimento mútuo que acontecia naquele momento, tudo passou a fluir como se fosse mágica.

Eles se comunicavam quando algo funcionava - como toques nos quadris, beijos no pescoço, mordidas e outras coisas - e quando não dava tão certo - como acontecia com posições muito inusitadas e ângulos que não davam muito certo. Mas apesar desses pequenos tropeços, rapidamente eles conseguiram encontrar um ritmo que funcionava para os dois e que os levou à culminação de todos os meses de tensão sexual e desejo que os rodeava sem descanso.

Suas vozes soaram em perfeito equilíbrio para expressar a harmonia que cercava seus corpos no momento, e não houve nenhuma preocupação sobre o volume do barulho que eles estavam fazendo. Só o que queriam fazer depois da explosão de sensações que acontecera há pouco era continuar como estavam, se beijando preguiçosamente enquanto seus toques passaram a ser mais suaves e cuidadosos. Toda e qualquer necessidade de pressa havia passado.

"Por que demoramos tanto para fazer isso?" Ela questionou, com seus dedos traçando desenhos imaginários nas costas dele.

"Às vezes as coisas têm seu tempo certo para acontecer." Ele deu de ombros e a beijou profundamente, quase que para ilustrar o que tinha dito. Ela não viu motivos para discordar.