_ Você não está interrompendo nada de tão importante; e, depois, esta sala é sua. _ dito isto, Henrique lançou um olhar zombeteiro à irmã. _ Muito bem, garota! Se quiser posso lhe dar uma carona. Já estou sabendo sobre o seu castigo; você realmente pisou na bola!
_ Pois saiba que não me arrependo do que fiz e falei; e tem mais, ainda reservo muitas surpresas para ele!
Nathan ficou indignado com o que ouviu. Depois da conversa que tivera com Júlia, esperava um pouco de colaboração por parte dela ou, no mínimo, compaixão para com o pai. Nunca conhecera pessoa mais mimada, egoísta, ousada e inconsequente. Claro que tinha de ser honesto consigo mesmo, reconhecendo que nunca mulher alguma conseguira afetá-lo tanto. Porém, uma coisa era certa, não permitiria que Júlia minasse o seu negócio. Entrava nas jogadas para vencer, e não seria aquela garota que iria estragar tudo. Esse pensamento o motivou a falar com severidade:
_ Só lhe digo uma coisa, Júlia, se quiser aprontar, que seja bem longe daqui! Entendeu?
_ Escute aqui, Nathan, você não é o único dono...
_ Chega Júlia! _ Henrique chamou-lhe a atenção.
_ Tudo bem, Henrique, pode deixar, sei como lidar com essa fera. _ afirmou Nathan, exibindo um sorriso irônico.
_ Realmente, você não me conhece... senhor Nathan!
_ Não?! _ ele a mediu com um olhar insolente.
Júlia engoliu em seco, ao captar o duplo sentido da palavra. Porém, antes de ter tempo de retrucar, foi novamente bombardeada, sem piedade.
_ Você esquece rapidamente das "coisas", garota... eu não! E sei qual é seu ponto fraco.
_ Cretino! _ esbravejou, ao mesmo em que dava um passo à frente, demonstrando clara intenção em esbofeteá-lo.
Henrique foi rápido, segurando-a pelo braço.
_ Controle-se! _ ordenou com voz firme.
_ Leve-me daqui, Henrique! Se eu ficar mais um minuto, não responderei por mim! _Porém, antes de alcançar a porta, ouviu o chamado de Nathan. Ela se voltou exibindo um olhar de escárnio.
_ Sabe o que costumo fazer quando encontro uma fera em meu caminho? Eu a domo, deixo-a bem mansinha, para depois vender a qualquer um, a preço de banana!
_ Em contra partida, senhor Nathan, quando “eu” encontro um metido a domador... posso até fingir estar sob total domínio para, então, dar o bote final! _ retrucou, demonstrando o ódio que sentia.
_ Veremos! _ gracejou ele.
Júlia saiu sem olhar para trás, enquanto ouvia a gargalhada debochada.
Henrique esperou a irmã desaparecer de seu campo de vista, para comentar:
_ É a primeira vez que vejo alguém enfrentá-la à altura... gostei de ver! Sabe que isso pode resultar em uma paixão? É, minha irmã pode até se apaixonar por você; agora, cuidado! O feitiço pode virar contra o feiticeiro.
_ Ha...Ha...Ha! _ zombou Nathan.
_ Depois não diga que não avisei; até mais!
Ao ficar só, Nathan sentou-se na ponta da mesa, com o olhar perdido. As últimas palavras de Henrique ficaram martelando em sua mente. Júlia havia conseguido tirá-lo do sério, para depois deixá-lo louco de desejo, a ponto de esquecer que estava no ambiente de trabalho. Discutiram, fizeram amor, e voltaram a discutir.
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Fascínio
RomanceObra devidamente registrada na Biblioteca Nacional. Direitos autorais - Tânia Lopes. Tema adulto. SINOPSE A obra conta a história de Júlia, uma jovem mimada que está revoltada com o pai, um empresário com negócios em decadência. Num momento de crise...
Fascínio - Capítulo II
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