- Eu também - me afasto e olho para ela - Como está papa e Ricardo?

- Estão bem - ela me diz - Vamos nos sentar.

Nos sentamos de frente uma para outra.

Um garçom vem nos atender, ele nos entrega o menu.

Mama o abre e folheia, mas eu não olho para o menu e falo logo meu pedido.

- Eu vou querer a lasanha.

- Espagetti - diz mama depois de decidir - E nos traga o vinho da casa.

Ele anota tudo e se vai.

- Eu tenho me sentindo sozinha - admite mama - Seu pai e seu irmão estão sempre ocupados, e estar com suas primas ou as outras mulheres da família, não é o mesmo que estar e conversar com minha filha. Como você está em sua nova casa? E seu marido? E a família dele?

- Calma, mama - digo - Não faça tantas perguntas de uma vez.

- Me conte tudo - ela pede.

Suspiro. Eu sei que posso confiar em minha mãe, ela me ama e me apoia, e me ensinou muitas coisas que me tornaram quem eu sou hoje, mas eu não quero contar toda a verdade a ela, de como eu não sei classificar o que eu sinto pelo meu marido, não quero contar sobre o desafio, e muito menos que todos me odeiam na casa onde eu moro, e eu não sei o que fazer para mudar isso. Então eu minto.

- A casa é enorme, não é classificada nem como uma mansão, mas um maldito castelo - declaro - É totalmente incrível, tem uma piscina dentro da casa, e tantos quartos que eu nem sei dizer o número exato.

- Oh, que incrível - ela diz - Sua suíte é bonita?

- É maravilhosa - garanto a ela - Tem uma janela com uma vista incrível, posso ver o sol nascendo ou se pondo.

- E o que você faz o dia todo?

Sou salva de responder essa pergunta, porque nossa comida chega.

Ele coloca a lasanha em minha frente, e o espaguete de mama em frente a ela. Em seguida, serve o vinho.

- Mais alguma coisa, senhoras?

- Por enquanto não - responde mama.

Ele se afasta.

Olho para a lasanha e lembro do meu marido. Quando provo, percebo que o gosto é muito similar, a cozinheira dele deve ser muito boa, para conseguir copiar uma receita italiana com tanto talento.

- E quanto a família de seu marido? Eles a maltratam?

Balanço a cabeça.

- Eles me aturam, mas não nos vemos tanto para eles me desprezarem.

- Hum... e seu marido?

- Bem... ainda estamos nos conhecendo, difícil dizer como as coisas seguirão.

- Posso me preparar para um netinho?

Nego:

- Ainda não, eu... minha menstruação desceu essa semana, então, sem bebê a caminho.

Mulher no Poder (Em Revisão)Where stories live. Discover now