Dia Comum

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Era abril e o sol quase não aparecia. Hoje, sexta-feira, estava contando os segundos para o termino das aulas. Mesmo sendo uma das melhores alunas, estando na série certa, com a idade certa (último ano, com 17 anos), eu não aguentava mais aquela aula chata.
Cristina, a professora de espanhol, já não controlava a turma pois todos estavam loucos pra sair dali. O sinal tocou e todos ignoravam os berros de Cristina, saindo em menos de um minuto.
Eu sempre fui mais lenta, então fui a única que ficou na sala guardando minhas coisas, mas mesmo tendo apenas uma aluna em sala aquela mulher não desistiu de passar trabalhos pra casa. Ela falava e eu só pensava uma coisa: da proxima vez eu vou sair feito uma desesperada, com tudo na mão mesmo, quando eu sair daqui guardo tudo.
Depois de todos os detalhes do trabalho ela me liberou. Fui em direção ao portão da escola, onde avistei meus colegas de classe e avisei sobre as tarefas. A turma quase me mata.
-Toda semana ela faz isso! Você tem que sair mais rápido! O que ela quer dessa vez?- perguntou Kaleb (um colega de classe) indignado
- Um resumo de Dom Quixote em espanhol- respondi
- Vou colar tudo do Google! Já viu o tamanho daquele livro?- falou Kaleb enquanto todos reclamavam da Cristina.
-nem dá..- disse
- por que não?!- a turma me perguntou em uníssono
-Bom..até dá mas de qualquer forma teremos que fazer à mão. O trabalho é manuscrito.
- Serio?- perguntou Kate e eu assenti com a cabeça.
- Acabou meu fim de semana! Tem como piorar?- perguntou uma garota da sala
-ter...tem. Eu aconselho a vocês a lerem o que estão escrevendo, pois o trabalho será entregue e logo após terá uma prova oral sobre o livro e claro...em espanhol.
A turma amaldiçoou a professora e toda a próxima geração que dela viria.
Saí dali e continuei andando em busca do carro do meu pai, que pelo visto, não estava ali. Liguei pra ele e o mesmo disse que estava chegando. Esperei um pouco e ouvi Kate me chamar
-Megan, você pode me dar uma carona?
-claro né!- respondi como se fosse óbvio...e é óbvio.
-Ah..legal, mas será que eu posso ir pra sua casa?
-Você quer uma carona ou quer ir pra minha casa?- pergunto sorrindo
-Na verdade, na verdade mesmo eu queria que você fosse pra minha casa- ela diz
-Tá..é só falar com meu pai- disse por fim
Meu pai não demorou muito e logo entramos no carro. Kate foi direta e logo pediu.
-Boa tarde pra você também, Kate- disse meu pai para a afobada, já que ela nem disse nada e já foi pedindo
-Boa tarde, tio, mas você deixa?
-Mas ela volta pra casa ainda hoje?-perguntou meu pai
-Sim....talvez...por favor tioo!
-Fazer o que, né?- disse meu pai se dando por vencido. Kate sorriu e fomos para sua casa.
Não demorou muito e logo chegamos.
Fomos direto para o quarto. Pedi umas rouoas pra ela, tomei um banho e me vesti. Falamos sobre coisas aleatórias até que chegamos ao assunto.
-Meg..meu pai está muito esquisito essas semanas.
-Você sabe que nunca fui muito fã do seu pai- disse
-Eu sei, mas ele está estranho ao extremo! Até pra mim! Meus pais continuam brigando e eles nem moram mais na mesma casa...e tem outra coisa..-ela disse ficando visivelmente nervosa
-O que?? Você sabe que pode me contar, né?- disse a encarando
-Sim...mas é que eu ainda não sei...tenho medo de contar coisas erradas e você gostar ainda menos do meu pai..
-prefiro que me conte do que te ver tensa assim!
-Eu fui procurar meu livro de espanhol hoje e fui no quarto dele...aí eu olhei em baixo da cama...-Kate estava palida feito um papel mas continuou-eu vi uma....







Dark soulWhere stories live. Discover now