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Mena Kitsune, o híbrido, filho da Rainha dos Youkais. O responsável por tirar Yuna da vida selvagem e transformá-la na temida Assassina de Youkais. Ele era também conhecido como o Assassino de Dragões. Era o cargo que ele ocupava na Elite da AAA e era o mais respeitado dos assassinos sobrenaturais. Até porque, matar dragões é bem mais louvável do que o restante dos seres sobre-humanos. Dragões são duro na queda, além de serem criaturas muito raras de se encontrar. Era um fardo pesado que só alguém com a habilidade e experiência de Mena poderia suportar.

Vendo dessa maneira, o trabalho do Assassino de Dragões deveria ser muito parecido com uma aventura Pokémon. Como se estivesse jogando uma daquelas modificações que se encontra pela internet, onde só estariam disponíveis pokémons do tipo dragão no nível oitenta.

Seria uma modificação bem desafiadora.

Eu jogaria.

Mas voltando.

Mena Kitsune era poderoso. Considerando o pouco que vi das habilidades de sua mãe, pude concluir isso em nosso primeiro encontro face a face. Foi em uma pequena sala de aula, onde me amarraram em uma cadeira nenhum pouco confortável.

— Eu esperava que Ulim trouxesse a cabeça de algum youkai — falou o assassino —, mas um agente da Mythpool vivo deve valer de alguma coisa.

Mena estava sentado sobre uma carteira de frente com meu corpo amordaçado. Seus cabelos eram ruivos, bem vermelhos mesmo, que acabavam destacando seu par de olhos castanho-claros. Vestia uma camiseta de manga longa branca, cujas mangas eram um pouco mais longas do que deveriam, engolindo suas mãos por completo. A calça preta era de moletom, e nos pés, um par de pantufas marrons.

— São de uma coleção limitada — comentou ele. — Não fique olhando muito se não quiser virar um amontoado de cinzas.

Engolindo em seco, respeitei os gostos do assassino e rapidamente desviei o olhar de seus calçados.

— Bem, por onde eu começo? — Ele coçou a barba por fazer no queixo. — Vamos iniciar pela Yuna. Qual sua relação com ela?

— Eu a conheci nas férias de inverno, quando ela estava atrás da mãe...

— Hmm, então você a ajudou?

— É, de certa forma... não fui de grande ajuda. Para ser sincero, acho que nossas missões só se cruzaram e acabamos nos envolvendo um com o outro.

— Que tipo de envolvimento? Do tipo que pode te colocar na cadeia?

— Quê? Não. Definitivamente, não. Quando digo "envolvimento" quero dizer como companheiros. Colegas de trabalho.

— Imagino... — ele me olhou da cabeça aos pés com os olhos finos, como se me julgasse silenciosamente por um breve momento. — Você não parece que faria algo de mau a ela. Aparenta ser alguém não muito corajoso.

E não é que ele acertou em cheio.

— De qualquer forma, você ainda é suspeito. Foi você quem chamou Yuna para auxiliá-lo nessa sua missão, não foi?

— S-Sim.

— Por quê?

— B-Bem, ela é a Assassina de Youkais... achei que seria o mais seguro... tentei unir o útil ao agradável.

— E acabou ferindo Yuna. — Mena disse isso de maneira bastante repreendedora, o que me fez desviar o olhar como uma criança arrependida. — Não foi uma ferida grave, mas é uma ferida mesmo assim, agente.

— Eu... como eu iria saber?

— Exatamente. Como você saberia? Você não conhece Yuna. Você também não conhecia o inimigo. Você é praticamente um observador em sua própria missão. Mas vou te explicar uma coisa sobre ela, agente. Quando se envolve com Yuna, as coisas ao seu redor passam a ser sobre ela. Mesmo você passa a ser só uma peça na história dela. O que começou como sua operação, agora é uma missão da Assassina de Youkais. Não importa o quão forte ela seja, ou o quão bonita seus olhos pervertidos possam vê-la, ela ainda é uma garota de dezesseis anos.

Yuna Nate: BlueWhere stories live. Discover now